Eu duvidei bastante quando a Fórmula 1 resolveu implementar o tal "teto de gastos".

Meu amigo querido Claudio Carsughi me disse, antes desta resolução, quando falávamos sobre os gastos de uma equipe de Fórmula1, que comungava de um ditado português, de que "quem não tem competência, que não se estabeleça".

Foi quando se começou a restringir os treinos, aqueles feitos antes, durante e imediatamente após as temporadas.

"É mais ou menos como você proibir um time de futebol de treinar", diz Carsughi.

Concordo integralmente com o Mestre!

O automobilismo, que se gaba em ser o suprassumo do capitalismo selvagem em termos de esporte, vira e mexe flerta com o bom e velho socialismo.

Em algumas categorias, como a brasileira Stock Car, o piloto com mais pontos, por exemplo, "ganha de presente" um lastro.

Um peso extra de chumbo...

A finalidade?

Permitir àqueles que não tiveram competência em fazer tantos pontos possam encostar na tabela...

Eles ainda chamam de "Lastro do Sucesso".

Eu chamo de "Lastro do Castigo".

Você pune a equipe melhor, o piloto de desempenho superior...

É o fim da picada!

Tudo para manter acesa a chama da disputa pelo título até a derradeira etapa da temporada...

Como se isso fosse o motivo principal para que o público ocupasse as arquibancadas de Interlagos, onde normalmente se encerra o campeonato.

Conversa mole...

A maior parte do público que vai às corridas domésticas no autódromo paulistano quer uma "boquinha" em um camarote.

A corrida, em si, pouco importa.

Vale mesmo postar no Instagram com uma taça de espumante em uma mão e um acepipe qualquer na outra.

As patrocinadoras se encarregam de "encher" as arquibancadas, ofertando ingressos a funcionários.

De volta à Fórmula 1.

O campeonato deste ano está nas mãos da McLaren.

O de Construtores é barbada.

Com uma dupla afiada, Piastri e Norris, a tabela mostra o time papaia com mais que o dobro em relação à segunda colocada, a Ferrari.

E somente perderá o título de Pilotos se fizer muita presepada.

A superioridade técnica é tamanha em relação aos adversários, que a McLaren pode se dar ao luxo de abdicar de atualizações robustas para o restante do ano e centralizar esforços no carro do ano que vem.

Ferrari, Mercedes e Red Bull já sentiram o "golpe".

Levaram "diretos no queixo" na maior parte das etapas de 2025 e sabem que brigar por títulos não faz sentido.

Para quê chegar ao limiar do teto de gastos em uma temporada perdida?

A McLaren, com o que tem, pode "empurrar o ano com a barriga" e faturar tudo.

Assim, Piastri ou Norris, um dos dois, entrará para a galeria dos campeões da Fórmula 1, que desde 2017 só viu Hamilton ou Verstappen vencedores.

Está mais do que na hora mesmo de aparecer um novo campeão.

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