Sergio Pérez vai tocando sua carreira sem grandes ambições. Foto: BWT Racing Point F1 Team

Sergio Pérez vai tocando sua carreira sem grandes ambições. Foto: BWT Racing Point F1 Team

Toda vez que começo a escrever uma croniquinha, preciso, de cara, definir o título.

É o fio da meada.
 
Nem sempre sei como o danado do texto vai terminar...

Os personagens parecem ganhar vida própria - e eu, de protagonista -, passo a coadjuvante.

Não, não é nada paranormal ou de ordem espiritual, embora eu transite bem nas duas áreas.

Vou sendo levado, ao sabor do vento...

De fato, sem falsa modéstia, nem são croniquinhas.

Sou bom no meu ofício favorito: escrever.

Escrever é um desafogo.

É como marcar um gol pelo Corinthians no lindo Pacaembu contra o São Paulo com a camisa da Democracia Corintiana ou receber a bandeira quadriculada em primeiro lugar no GP de Mônaco de F1, de Ferrari.

É desforra, desejo de vingança.

Entrelinhas e metáforas podem ser a solução para aquilo que ficou engasgado, sobretudo quando se atinge o alvo.

Principalmente quando há certeza de que a carapuça serviu direitinho.

Como uma luva.

Um par de luvas absolutamente simétricas.

Perfeita simetria.

Esta tem endereço certo, precisamente apontada com GPS: Sergio Pérez.

O bom piloto mexicano que hoje parece estar tocando sua carreira na Fórmula 1 ao sabor do vento.
 
Gosto desta expressão, ao sabor do vento.
 
Depois de aparecer bem em sua temporada de estreia, em 2011, teve uma evolução consistente em 2012 (com o primeiro pódio), ambas pela Sauber, e ganhou uma oportunidade de ouro ao assinar com a McLaren para 2013.
 
Porém, no time de Woking, foi eclipsado por  Jenson Button.
 
Levou uma sova no Mundial de Pilotos com apenas 49 pontos contra 73 do britânico campeão de 2009.
 
Assim, não renovou para o ano seguinte com o "filé mignon" da McLaren e teve de encarar a "carne de segunda" da Force India.
 
Continua por lá (o nome mudou para Racing Point desde a metade de 2018) e vai para mais uma temporada sem grandes pretensões.
 
Vai levando sua carreira, outrora promissora, como quem cumpre uma jornada burocrática de trabalho, das 9h às 18h com uma hora de almoço.
 
Ao sabor do vento...
 
Nada de errado nisso, mas para um piloto de Fórmula 1 é preciso um pouco mais de ambição.
 
Sobretudo quando há talento na parada, caso de Pérez.
 
Uma pena. 
 
ABAIXO, "AO SABOR DO VENTO", MÚSICA DE KLEITON & KLEDIR QUE ME INSPIROU PARA A CRÔNICA, QUE ME DEU O "FIO DA MEADA". 

 
 

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