Emil Jellinek e sua filha, cujo nome foi adotado no carro. Foto: Divulgação

Emil Jellinek e sua filha, cujo nome foi adotado no carro. Foto: Divulgação

O austríaco Emil Jellinek, rico industrial que se aventurou nas competições automobilísticas, não como piloto, mas formando uma equipe, comprava carros de uma empresa fundada pelos alemães Gottlieb Daimler e Karl Benz.

Jellinek contava com um profissional de primeira em sua empresa, o designer William Maybach.

É claro que o (a) leitor (a) que chegou até aqui, certamente encontrou familiaridade com alguns destes nomes, talvez todos.

A Daimler-Benz é uma gigante do meio automotivo, e Maybach é um dos braços da empresa, uma divisão que fabrica a linha mais sofisticada do grupo alemão.

Jellinek, não satisfeito com o desempenho dos carros construídos por Daimler e Benz, recrutou sua equipe, incluindo William Maybach, para uma apimentada nos bólidos.

E os carros passaram a ganhar corridas, tornaram-se os "bicho-papões" do início de 1900.

Assim, foi um passo para que Jellinek resolvesse batizar seus carros de corrida com um nome que veio a calhar muito bem: Mercedes.

Este era o nome de sua filha nascida 11 anos antes, Mercedes Jellinek.

Primeiro carro batizado com o nome Mercedes, o modelo 35 PS. Foto: Divulgação

Gotieb Daimler e Karl Benz gostaram tanto do "rebatismo", que chegaram a um acordo com Emil Jellinek e os carros, todos, não apenas os de competição, passaram a se chamar Mercedes-Benz.

Dali em diante, a história é bem conhecida, e a Mercedes-Benz tornou-se uma das marcas mais respeitadas e cobiçadas do mundo.

Mesmo que você nunca tenha andado em um carro da Mercedes, possivelmente já andou em um ônibus estampando a estrela de três pontas...

E, nem sequer desconfiava, que o nome Mercedes vem de uma menininha austríaca que era o xodó do seu pai.

Mas, é bom esclarecer, que esta Mercedes da Fórmula 1, nada tem a ver com a Mercedes fundada no começo do século passado.

Esta é fruto da compra da Brawn-GP, no final de 2009.

A Mercedes havia estado antes na Fórmula 1, de forma vitoriosa também, em 1954 e 1955 com o biacampeonato do argentino Juan Manuel Fangio.

Nesta semana, o jovem George Russell, um dos mais promissores de sua geração, ganhou uma Mercedes de presente.

Não é bem assim...

Ganhou o direito de guiar o carro de Lewis Hamilton (com covid-19), no fim de semana do GP de Sakhir.

Russel foi emprestado pela Williams, que corre com motores da Mercedes, daí o acordo ficou fácil.

Nem sei se Russel conhece a história da menina Mercedes, que aos 11 anos, sem querer, deu o nome do seu carro...

Mercedes, hoje, é um nome mais cobiçado que outro que povoa o imaginário dos apaixonados por carros e corridas: Ferrari.

Se eu fosse o Russell, independente de um grande resultado na corrida, me comprometeria, logo depois do GP, a levar flores ao túmulo de Mercedes, que morreu jovem, aos 39 anos, vítima de um câncer ósseo.

E escreveria um bilhete: 

"Obrigado, menina Mercedes!"

Túmulo de Mercedes Jellinek, no Cemitério Central de Viena (Áustria). Foto: Divulgação

 

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