Mick Schumacher e Toto Wolff, chefe da Mercedes na F1.  Foto: Mercedes-AMG F1

Mick Schumacher e Toto Wolff, chefe da Mercedes na F1. Foto: Mercedes-AMG F1

Encontrei Mick Schumacher na chegada a Interlagos em 13 de novembro do ano passado, dia do GP São Paulo de Fórmula 1.

Não havia nenhuma dúvida no paddock, nem nas conversas informais que tive com amigos jornalistas na sala de imprensa, que aquela seria a penúltima corrida dele pela Haas, restando a derradeira do campeonato, em Abu Dhabi, o que de fato aconteceu.

Solícito, Mick distribuiu autógrafos e fez selfies quando encontrou fãs nas proximidades de onde o SUV o deixou, a poucos metros do caminho que desemboca nas catracas para acessar a área dos boxes.  

Confesso que, para mim, um ser que acompanha Fórmula 1 com afinco e amor desde 1976, encontrar um piloto da categoria assim, como um simples mortal, à paisana, pegando sua mochila no porta-malas e colocando-a nas costas, beira o lugar comum, por mais distante que seja. 

Dizem que ele é tímido, reservado.

Na dele, no popular.

Talvez seja uma forma de escapar do assédio e, principalmente, do peso que carrega no sobrenome, do pai sete vezes campeão mundial de Fórmula 1.

É compreensível.

Campeão da Fórmula 2 em 2020, o jovem foi abraçado pela Ferrari, que em algum momento acreditou que ele poderia ganhar experiência em um time menor, no caso a Haas, para em um futuo não muito distante, colocar seu nome no cockpit de um dos carros de Maranello.

Fez duas temporadas pela equipe norte-americana que tem forte vínculo com a Ferrari, que lhe fornece motores e mais um punhado de peças.

Em 2021, nenhum ponto marcado, em um carro que também seria difícil fazer coisa melhor.

Em 2022, 12 pontos, algumas atuações razoáveis mas na esteira disso uma conta astrônomica para a Haas pagar, com inúmeras batidas, principalmente em treinos e classificações.

Não apenas a Haas optou por não renovar seu contrato, trazendo o interminável e insosso Nico Hulkenberg, espécie de "bola de segurança", pois pelo menos o alemão nunca teve fama de enfiar seu carro em muros e guard-rails, mas também a Ferrarri, com quem ele tinha relação, resolveu dispensá-lo.

A Ferrari percebeu, depois de dois anos, em que pese a gratidão enorme ao pai Michael Schumacher, que o filho não vingaria na Fórmula 1.

Resumindo, Mick Schumacher ficou a pé...

Mas a Mercedes, que contou com o pai de Mick em sua fase inicial, após adquirir a Brawn-GP, outra equipe grata pelo que Michael fez em sua estruturação, precisava de um reserva que tivesse alguma experiência, após perder seus dois reservas: Nick de Vries que será titular na AlphaTauri e Stoffel Vandoorne, que será reserva na Aston Martin.

Do ponto de vista profissional, por falta de um assento fixo, ser regra três na Mercedes nem é tão mau negócio assim, embora suas chances de disputar uma corrida em 2023 sejam mínimas, dependendo de pouco prováveis problemas com Hamilto e Russell.

Para ampliar as possibilidades de Mick Schumacher, a McLaren também o recrutou para a tarefa de reserva imediato de Lando Norris e Oscar Piastri.

Ainda vai andar, de vez em quando, nos TL1 das sextas-feiras.

Estará em uma sinuca de bico.

Se andar receoso, com medo de bater, vai levar um temporal, tanto dos titulares da Mercedes quanto da McLaren...

Caso opte por tentar andar no "fio da navalha", aí as chances de estragar chassis, motores e caixas de câmbios nos muros e guard-rails aumentarão em progressão geométrica...

Nos bastidores, dizem que Sabine Khem, assessora de Mick, que trabalhou por anos a fio com Michael, atrapalha mais que ajuda.

Comentam que ela exige que tratem o jovem com os mesmos mimos que o pai era tratado na Ferrari...

Tipo... "A garrafinha de água tem que ser servida pelo lado direito do cockpit..."

Até pode ser que ela atrapalhe, mas desde que chegou à Fórmula 1, quem mais atrapalha Mick Schumacher é ele mesmo. 

 

 Mick Schumacher pega sua mochila no domingo do GP São Paulo de Fórmula 1 em 13 de novembro de 2022, em Interlagos. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal Terceiro Tempo  

 

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