As previsões futebolísticas, via de regra, costumam ser enormes furadas.
Já entrei nessa "roubada" na época da pandemia, quando trabalhávamos de casa e uma vez por semana abríamos o canal do site para uma gostosa live que tinha alguns bons fieis espectadores.
Eu, o Tufano e o Lucas Reis.
Ajudou muito naqueles meses que não sabíamos quanto tempo teríamos de vida, afinal, as vacinas contra a covid-19 estavam em fase de testes, e ainda por cima sobrevivíamos ao desgoverno de um tresloucado e irresponsável que atrasou suas compras quando elas já podiam ser adquiridas, um pulha que tirava sarro de pessoas com falta de ar.
Um ser abominável.
Eu disse que entrei nessa "roubada", por que em alguns programas cada um de nós palpitava sobre os jogos do fim de semana.
Às vezes, também, sobre os prováveis rebaixados, os classificados para a Libertadores, essas coisas.
Mas, como já disseram, naquela frase surrada, o futebol é uma "caixinha de surpresas", e eu frequentemente "caía do cavalo".
Porém, se o futebol prega das suas, a Fórmula 1 não costuma surpreender tanto, principalmente em um ano cujas regras não terão mudanças.
Assim, para 2025, último ano do "velho regulamento", não parece tão difícil assim prever algumas coisinhas...
"Lustrei minha bola de cristal" e vou me arriscar, respeitando a ordem de classificação das equipes em 2024...
McLaren: Pelo que fez em 2024, sobretudo na arrancada de Norris no segundo semestre, parece que é a equipe a ser batida. Mas Norris não me convence para ser emocionalmente forte o suficiente e ser campeão. E, talvez, "dentro de casa", o low profile Piastri, seja um adversário durisimo. Aí, com a McLaren dividindo pontos entre seus pilotos, pode ser uma ajuda e tanto para seus rivais... Quem por aí lembra da Williams em 1986, com Mansell e Piquet se digladiando e Prost, "comendo por fora" e sendo campeão?
Ferrari: A grande curiosidade, sem dúvida, é sobre a chegada de Hamilton ao time italiano. Com sete títulos, qualquer piloto poderia se dar por satisfeito, mas esse não parece o caso do britânico. Depois de a Mercedes ter falhado miseravelmente nas últimas temporadas, seu apetite por vitórias pode estar voraz. Leclerc é rápido, mas a exemplo de Norris, é outro que peca pelo emocional. Não acho que será de "lavada", mas creio que Hamilton termina o ano melhor que Leclerc. O octacampeonato é uma possibilidade. Para mim, Hamilton é o favorito, ademais, a engenharia de Maranello está trabalhando a todo vapor para entregar um carro vencedor a um piloto verdadeiramente vencedor, multicampeão, o que não é o caso de Leclerc.
Red Bull: O time austríaco precisará melhorar muito. Sem Adrian Newey, a missão será hercúlea. Mas, contando com o melhor piloto do mundo, o mais completo hoje, considerá-lo carta fora do baralho pelo penta consecutivo pode ser uma tremenda bola fora. A exemplo de Fangio, que em 1957 foi campeão do mundo com sua Maserati, claramente inferior à Ferrari, eu ainda o considero favorito. A Red Bull, por sua vez, deve sair no lucro tendo trocado Pérez por Lawson. O neozelandês trará mais pontos do que o mexicano trouxe em 2024.
Mercedes: Aqui vai minha "previsão" mais "venenosa", digamos... Pelo pouco que fez na Fórmula 2, e as poucas vezes que andou com o F1 da Mercedes neste ano, o novato Kimi Antonelli não aparece em minha bola de cristal como titular depois da sexta etapa, o GP de Miami. Toto Wolff viu no italiano um futuro Verstappen, mas Verstappens não nascem de um dia para o outro. E ainda tê-lo catapultado direto da Freca para a Fórmula 2, sem passar pela Fórmula 3, foi um erro dos grandes, que custarão caro. Russell, por sua vez, é outro do "time" de Norris e Leclerc, veloz mas sem aquela devida força emocional, importantíssima em um campeonato longo. Ah, ter repatriado o insosso Bottas, talvez tenha sido o momento de lucidez de Toto, ao perceber que Antonelli não é mesmo tudo isso...
Aston Martin: Depois de um 2023 animador em seu começo, a queda livre em 2024 não dá muita esperança ao time verde, apesar de Fernando Alonso, que duvido permaneça para 2026 se não tiver em 2025 um carro minimamente competitivo. Sim, Adrian Newey chegou, mas ele não teve papel na construção do carro de 2025, por questões contratuais com a Red Bull, então só deve-se esperar algo robusto do seu trabalho para o ano que vem. Ainda assim, tão logo ele coloque a "mão na massa", deve haver alguma melhoria, porque ele caminha para um dia ser colocado no olimpo absoluto dos projetistas da F1. Ah, Stroll seguirá por lá, como um coadjuvante, e Drugovich também, fazendo um treininho ou outro, passando horas no simulador, e opinando para a repórter pouco antes do início dos GPs...
Alpine: No final de junho deste ano eu já fiz uma "previsão" sobre a Alpine, que melhoraria com a chegada do "Meu Malvado Favorito" Flavio Briatore. Está aqui, para quem quiser dar uma bisbilhotada. Acertei. A Alpine subiu de patamar pelo simples fato de Briatore ter colocado "ordem na casa", remanejado peças de um lado para o outro e ter trocado outras. Ele é bom nisso, indiscutívelmente. Uma equipe de F1 não precisa apenas de bons projetistas, engenheiros e mecânicos. Briatore nunca se debruçou sobre uma prancheta com uma lapiseira na mão. É um homem da esfera comercial, dos negócios. Negócios nem sempre tão lisonjeiros. Eu não compraria um carro usado dele, mas isso não está em discussão. Briatore fez das suas, ficou fora do mundo da F1, mas voltou e provou que sabe das coisas. Sorte do Gasly, bom piloto. Por outro lado, assim como Antonelli, não creio que o australiano Jack Doohan, que substituirá Ocon, terá vida longa por lá. Eu ousaria dizer que uma das possibilidades, ainida que remota, seja apostar em Drugovich. Ressalto, não é "pachequismo", apenas uma questão possível. A outra, talvez, seja Franco Colapinto, apesar das elevadas despesas com acidentes que ele provocou a bordo da Williams, suficientes para tirá-lo do radar da Red Bull. Sim, a Red Bull estava de olho nele até o GP de São Paulo.
Haas: Aqui está um exemplo bacana. A equipe norte-americana se livrou do fanfarrão italiano Günther Steiner, e contratou um chefe de equipe de verdade, Ayao Komatsu. O japonês, que não é de ficar de conversinha no paddock, mas que trabalha sério, a exemplo de Briatore, colocou as coisas no prumo. Na esteira da reestruturação, a Haas se livrou de sua medíocre dupla de pilotos, Hülkenberg e Magnussen. O primeiro ainda ganhou "sobrevida" na Sauber/Audi, o segundo, não deixará saudade alguma. Fez bem em contratar o bom Ocon e o promissor Bearman. A Haas não será a "lanterna" do campeonato.
Racing Bulls: Lembro que no começo de 2024, andando bem na pré-temporada, a Racing Bulls foi "alvo" de desconfiança, como se a Red Bull, sua "genitora", estivesse colocando suas digitais no projeto do novo carro da equipe de Faenza. A "filial" da Red Bull na F1 nunca foi páreo para sua mãe, e assim aconteceu ao longo do ano. Com uma estrutura bem mais enxuta, a Racing Bulls, de fato, nunca competirá com a Red Bull em igualdade de condições. Assim, brigando para não ser a última, seguirá com o veloz mas que já "bateu no teto" Tsunoda (por isso Helmut Marko optou por Lawson) e trouxe o vice-campeão da F2, Isack Hadjar. E embora este não seja dos mais promissores, creio pontuará mais que Tsunoda, não por qualidade, mas pelo desânimo que o japonês deva ter ficado por ter sido "ultrapassado" por Lawson na corrida por uma vaga na Red Bull. Deverá brigar com a Sauber/Audi para não ficar na rabeira do campeonato. Aliás, aqui faço uma ressalva. O amigo Miguel Costa Júnior, decano da fotografia, espécie de "papa" entre os profissionais do meio, uma vez me confessou sobre a habilidade de alguns pilotos. Estávamos em Interlagos, em um final de semana da F1, tomando um café na sala de imprensa, e o indaguei sobre o tema. Os fotógrafos veem de pertinho, em pontos estratégicos em curvas, o quanto são diferenciados os pilotos. Em seu ranking, citou Schumacher e Senna como os mais impressionantes. E dos atuais, falou de Leclerc (um relógio, sempre passando com o carro no mesmo ponto em uma tomada de curva) e rasgou elogios a Tsunoda, para ele, extremamente veloz. Está feito o registro de alguém que conhece muito do "riscado".
Williams: Ainda que em velocidade lenta, degrau a degrau, a Williams está evoluindo. Terá um dos melhores pilotos do grid, que merecia um carro bem melhor. Eu, se fosse desse as cartas na Ferrari, teria ficado com ele e dispensado o superestimado Leclerc. O companheiro de Sainz, Albon, é outro que a exemplo de Tsunoda já "bateu no teto". É bom piloto, mas não é um ponto fora da curva. Assim, sem mais delongas, Sainz, ainda que a duras penas, vai marcar muitos pontos pelo time de Grove. Deverá terminar o campeonato de 2025 à frente da Racing Bulls e da Sauber/Audi.
Sauber/Audi: Falando no time suiço q(uase alemão), será para ele que, por essas bandas da América do Sul, haverá olhos mais atentos. A torcida brasileira "orfã" de um piloto no grid desde o final da temporada de 2017, vai se descabelar por Bortoleto, que chega à etite do automobilismo mundial com credenciais robustas: consecutivamente campeão das F3 e F2, em 2023 e 2024, respectivamente. Eu ficaria muito surpreso se Bortoleto terminasse a temporada de 2025 atrás do sem pódio Hülkenberg, seu companheiro de equipe. Sim, Hülkenberg, que estreou na F1 em 2010 (quando Bortoleto tinha cinco anos de idade), nunca subiu em um pódio da F1... Aliás, mesmo com o carro da equipe mais fraca do grid, Bortoleto vai "beliscar" um pontinho aqui e outro ali. E o que ele precisa fazer para permanecer na F1, é massacrar seu companheiro de equipe.
PARA FINALIZAR...
Hamilton será campeão, tirando a Ferrari do jejum, que se arrasta desde 2007. Verstappen se destacará pela Red Bull, mas perceberá que a equipe é "bananeira que já deu cacho" (muitos cachos, aliás), e em 2026 o holandês será piloto da Aston Martin (aqui, um exercício de "futurologia" e tanto). Sainz brilhará muito na mediana Williams, e assim voltará a ter um carro condizente com sua capacidade (talvez a Mercedes, quem sabe ainda em 2025). Antonelli não termina a temporada pela Mercedes, nem Doohan pela Alpine. Bortoleto será muito melhor que Hülkenberg e vai conseguir coisa melhor na F1 para 2026.
Claro, a exemplo das "furadas" futebolísticas, a chance de que eu erre todos os meus palpites acima é enorme...
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