Quem nunca entrou numa fria, não é mesmo?
Desde a escolha furada por "este" e não "aquele" carro, até algo muito mais importante, como o amor que parecia "escrito nas estrelas" e que se provou ser uma gigantesca roubada.
Vale aquela máxima, de que somos responsáveis por nossas escolhas.
A "gelada da vez", que parece tão óbvia em se tratando de esporte, foi escrita nesta semana, com a assinatura do contrato entre Red Bull e Sergio Pérez.
Não para a equipe, mas para o piloto.
O bom mexicano era carta praticamente fora do baralho após sua não renovação com a Racing Point, futura Aston Martin.
Mas, olhando direito o seu desempenho na temporada de Fórmula 1 neste ano, atrás apenas do campeão Hamilton, do vice Bottas e de Verstappen, pareceu justa sua sobrevida na categoria máxima do automobilismo.
Uma nova chance.
Sim, ele já esteve em um time de primeiro escalão, no caso a McLaren-Mercedes em 2013.
Uma única temporada pelo time de Woking. Não renovou para o ano seguinte simplesmente porque não impressionou e perdeu no confronto direto para o seu companheiro de equipe, Jenson Button.
De lá para cá, pela mediana Force India, cinco pódios, todos com terceiros lugares.
E neste ano, pelo mesmo time, agora batizado de Racing Point, sua primeira vitória, no GP de Sakhir.
Claro, a última (no caso penúltima) impressão é a que fica.
E isso deve ter sido colocado à mesa na escolha da Red Bull, que precisa mesmo de alguém melhor que o jovem Alexander Albon.
A questão delicada está aí.
A diferença entre Vertappen e Albon foi abissal.
Em pontos, 214 a 105.
Mas, de verdade, eu nem acho que seja por tamanha incapacidade de Albon.
É que Max Verstappen é muito bom.
Considero o mais veloz da F1. Amadureceu e consegue fazer corridas consistentes.
Se estivesse no lugar de Bottas, na Mercedes, poderia bater Hamilton.
Pérez apareceu feliz em todas as fotos em que posou após ter sido escolhido pela Red Bull.
Poderá ajudar o time austríaco a fazer mais pontos que faria com Albon, sem dúvida.
Mas não fará cócegas em Verstappen.
Vai terminar a temporada de 2021 atrás do holandês.
Só não diria que está entrando em uma gelada porque poderá se divertir com um ótimo carro.
Quanto a rivalizar com Verstappen, eu o aconselharia a não considerar essa hipótese.
A não criar expectativas.
Mas há certos sofrimentos que até valem a pena.
Tem lá sua pitada de doçura.
Materializam-se em uma foto amarelada, no porta-retrato que repousa no móvel da sala.
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