A foto que ilustra este texto é autoexplicativa.

No popular, "para bom entendedor, meia palavra basta".

No caso, uma imagem bastaria.

É claro que é um extremo esta Tyrrell que o escocês Jackie Stewart utilizou em 1973, ano do último de seus três títulos na Fórmula 1.

A altura livre do solo diz tudo...

Para que houvesse uma aquaplanagem seria preciso um dilúvio, um volume de água perto do que aconteceu no Rio Grande do Sul em 2024, por conta do descaso de seus governantes.

Fico impressionado com a falta de memória de alguns decanos do meio ou a preguiça da turma que conheceu a Fórmula 1 pela Netflix.

Explico.

Os carros eram muito mais altos na década de 70, seguiram assim na década de 1980 e ficaram significativamente mais rentes ao chão nos 90.

Falando em anos 80, abaixo está a Ligier-Matra do Jacques Laffite em 1982, durante o GP da Áustria, em Österreichring. Convenhamos que aquaplanar com este carro era quase impossível. Mesmo que os pneus para chuva não fossem tão eficientes quanto hoje, a distância do assoalho para o asfalto garantia segurança.

Resumindo: um carro assim não "flutuaria" como pode acontecer com os atuais carros da categoria.

Nem mesmo na década de 1990, com carros mais baixos, a situação não era tão radical como hoje.

Mais abaixo está a McLaren de Senna na temporada de 1993. Era um carro bem menor, também mais "altinho".

Para piorar a situação, com a volta dos túneis para que o efeito solo fosse restabelecido, os atuais carros da Fórmula 1 levantam muito mais água. Formam um "spray" muito mais denso, tornando a visibilidade muito prejudicada para quem vem atrás.

Aos que dizem que é muito "mi-mi-mi" não correr na chuva hoje em dia, a questão envolve aerodinâmica e entra no campo da segurança.

Esqueçam disputas ferrenhas como aquelas que Senna protagonizou em Mônaco/84 ou em Donington/93.

Mas lembrem de fatalidades, como a de Jules Bianchi durante o GP do Japão de 2014 (pela Fórmula 1), ou a de Anthoine Hubert pela Fórmula 2, em Spa-Franchorchamps/2019.

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