Michael Schumacher e Ross Brawn, da Benetton para reerguer o time italiano. Foto: Divulgação

Michael Schumacher e Ross Brawn, da Benetton para reerguer o time italiano. Foto: Divulgação

Em 1996, amargando um jejum de títulos que durava desde 1979, quando o sul-africano Jody Scheckter foi o campeão da temporada, a Ferrari meio que "partiu para a ignorância"...

Contratou, a peso de ouro, o melhor piloto do mundo, Michael Schumacher, vindo de dois títulos consecutivos pela Benetton, e os projetistas dos dois carros do extinto time das roupas estilosas: Rory Byrne e Ross Brawn.

O comendador Enzo Ferrari, certamente não teria concordado com isso.

Mas ele morrera oito anos antes, em 1988.

É que em sua visão, com uma soberba até aceitável, a Ferrari deveria ganhar corridas e campeonatos, prioritariamente com pilotos medianos.

Um piloto muito bom, na sua ótica, ofuscaria o carro escarlate.

Para ele, a Ferrari é quem vencia, não o piloto...

Os torcedores italianos de automobilismo são ferraristas. Os tiffosi.

O exemplo mais cristalino desta idolatria pelo carro, e não pela nacionalidade italiana de qualquer piloto, aconteceu no GP de San Marino de 1983.

O italiano Riccardo Patrese, de Brabham-BMW, assumira a liderança da corrida restando seis voltas para o final e caminhava para vencer quando bateu e o francês Patrick Tambay, da Ferrari, assumiu a ponta, para delírio da torcida.

Isso mesmo!

O piloto italiano abandonou e a torcida italiana vibrou, porque o vencedor seria um carro da Ferrari, que por acaso tinha um francês a bordo...

Voltando à temporada de 1996...

Não foi um ano fácil para Schumacher, acostumado aos triunfos anteriores na Benetton, embarcar no sonho de guiar pela Ferrari, que passava por uma reestruturação das grandes.

O primeiro passo havia sido dado dois anos antes, com a chegada do francês Jean Todt para assumir a chefia do time.

Ainda assim, em seu ano de estreia pela equipe de Maranello, Schumacher foi o terceiro colocado, com três vitórias na temporada, perdendo mais pelo carro adversário do que para os pilotos que o conduziam, a Williams-Renault da dupla Damon Hill (campeão) e Jacques Villeneuve (o vice).

Demorou para que a Ferrari fosse forte o suficiente para que Michael levantasse o tricampeonato e chegasse ao hepta, cinco títulos pelo time italiano, entre 2000 e 2004.

De fato, entre 2000 e 2004 a Ferrari era o melhor carro, mas não se pode garantir que teria feito outro piloto campeão que não fosse o alemão Michael Schumacher.

Ele era o diferencial.

Assim, entendo que para a Ferrari, hoje, o caminho mais curto para o fim de um jejum que dura desde 2007, quando o insosso Kimi Raikkonen foi campeão, seria contratar Max Verstappen e Adrian Newey, o projetista da Red Bull.

Se fosse para "partir para a ignorância", a exemplo do que fez em 1996, também poderia "roubar" Christian Horner da Red Bull para chefiar a bagaça italiana.

Sim, porque o atual chefe da Ferrari, o francês Frédéric Vasseur não tem panca de comandante de time grande.

Ele saiu da Alfa Romeo (leia-se Sauber)...

É mais ou menos como aquele treinador de futebol que comandava o Volta Redonda e vai para o Flamengo...

Ou o outro que enifleirava ótimos resultados no time da Rua Javari e se muda para o Parque São Jorge...

Claro, convencer o trio Verstappen/Newey/Horner não será uma missão fácil.

Nada impossível para a Ferrari.

É bom lembrar que o tal "teto orçamentário" não se aplica a pilotos e corpo técnico de uma equipe de F1.

E alguém pode perguntar sobre a atual dupla de pilotos da Ferrari.

Sem rodeios, tenho minha opinião...

Sainz é um piloto mediano, e Leclerc, embora seja bem mais veloz, tem pouca estabilidade emcional.

Leclerc talvez poderia se encaixar em várias equipes, mas nesta Ferrari em ebulição.

******************************

COLUNAS ANTERIORES (CLIQUE E ACESSE)

Ricciardo na AlphaTauri pinta como ameaça concreta a Pérez na Red Bull

Hamilton nem precisa, mas bem que poderia deixar sua zona de conforto

Sprint deve ser um estorvo para pilotos e equipes da Fórmula 1

Ferrari está tão mal que perde até no "tapetão"

Recesso turbina o trabalho na Fórmula 1

Mundial de F1 de 2008 não vai se transformar em Paulistão/73  

A Fórmula E "casaria" melhor com o Rio de Janeiro

A culpa não era do Binotto

Alonso ressurge, mesmo que a Aston Martin não seja uma Brawn-GP

Drugovich lidou bem com o pachequismo. E saiu fortalecido.

Pré-temporada sinaliza para repeteco na Fórmula 1

Carros da Fórmula 1 seguem copiando a Variant

De titular em equipe nanica a reserva de duas gigantes

O teto e os títulos

Ausência de adversário mais forte facilitou a temporada de Verstappen

Se Abel Ferreira fosse Helmut Marko, Verstappen não teria estreado na F1

O velotrol

Columbo teria respostas para a dança das cadeiras na Fórmula 1

Red Bull deveria ter retomado parceria com a Renault

Ferrari precisa aproveitar começo apagado das duas únicas rivais

Pré-temporada da Fórmula 1 será de verdades verdadeiras

O cheiro do Corcel

O Fusca azul

Hamilton ou Verstappen: Quem ganha e quem perde com o cancelamento do GP do Japão?

Dupla mais equilibrada deve fazer a Ferrari superar a McLaren

A exemplo da F1, futebol também poderia ter jogos mais curtos

Ou Ricciardo está em péssima fase ou Norris é um fenômeno

Carros bem e mal nascidos

433, Barão de Drumond

Cavalo arriado, mês das noivas, Mônaco e Indianápolis 

O livro do Flavio Gomes

Dando a partida no carro dos sonhos

O 1º de abril, Lauda e o meu doce Colegial

Aston Marin, Somente Para Seus Olhos

Pré-temporada da Fórmula 1 será de verdades verdadeiras

Molho condimentado na F1 em 2021

Vettel e sua paixão bem resolvida

É possível dizer não à Ferrari?

Gelada com pitada de doçura

Vettel e os bombons

A menina Mercedes

Interlagos a pé, de carro e uma música do Gilberto Gil

O menino que chora

Piloto caranguejo

Um piloto fictício, um autódromo e muitos carros eternizados na música brasileira

Calma Mick Schumacher, a viagem é longa e sua hora vai chegar

O capacete e a salvadora blusa lilás

Nosso campo de futebol no Saint Moritz, em Mairiporã. Ou uma pista de rali? E o Pequeninos do Jockey

No `vestibulinho´de fachada da Ferrari, Mick Schumacher tem o `gabarito´da prova...

Quando ganhar sempre não é bom

A Ferrari, o vinho e o verde

Ferrari deveria se espelhar na fábrica de Willy Wonka

Beleza da Fórmula 1 também está na desigualdade

Mercedes tem seu Calcanhar de Aquiles

Velozes, mas com ternura. Um contraponto à astronáutica

O homem e a máquina

A grande chance para Verstappen ser campeão na F1

Pé frio, eu?

O cadeado de 1994 em Interlagos

Minuano, o carro de Porto Alegre

Fórmula 1/3 merece textos na minha Lettera 22

Monsieur Binoto

Ferrari reencontra cartilha do Comendador

Neblina na Serra

Revista Recreio, meu Copersucar de papel e o Ricardo Divila

Jacarepaguá, calor infernal e uma camisa preta

O próximo abraço

Quase toda F1 `deu de ombros´ao apartheid em 1985 

Corrida na areia

Verdades e mentiras

Safras e safras de sonhos

Ao sabor do vento

Criatividade em baixa?

E o Oscar da F1 vai para...

Deu pra ti, Alonso? 

Maranello em polvorosa?

Verstappen, Red Bull e o `tudo ou nada´

Vettel e as redes sociais

Com qual heterônimo Max Verstappen será campeão de F1? 

O cheiro da Fórmula 1

Ferrari, Hamilton e o beijo de Klimt

O Quixote Brambilla e seus carros Rocinantes

A música que Raikkonen sempre cantou para a F1

Bernie, pilotos e equipes. Os bastidores de Interlagos

Acampamento, sala de imprensa e viagem à Lua

Novo carro da F1 dará um `salto´de 22 anos. Para trás...


     

 

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO 

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O CANAL DO BELLA MACCCHINA NO YOUTUBE 

Últimas do seu time