Categoria rejeita entrada do time norte-americano. Imagem: Reprodução

Categoria rejeita entrada do time norte-americano. Imagem: Reprodução

Exceto por Mônaco, gostaria de um grid com 26 carros, como nos velhos tempos.

Mas, em razão dos custos insanos da atual Fórmula 1, e todos os necessários requisitos para fazer parte do circo, entendo os minguados 20 carros alinhando a cada corrida.
 
Talvez, para compensar essa escassez mecânica, resolveram "compensar" com um calendário "maratônico" de 24 GPs.
 
O excesso de corridas é um tiro no pé.
 
A avidez pelo vil metal levou a esse exagero.
 
É como pensar em Copa do Mundo a cada dois anos.
 
Desvaloriza o produto pela superexposição.
 
O surrado exemplo de que os bons perfumes estão nos pequenos frascos, cabe para ambas situações.
 
Assim como as raras e caríssimas trufas brancas sejam finamente fatiadas por cima de um ovo frito ou de um prato de espaghetti... 
 
Bem, comecei falando sobre "meu grid ideal", com 26 carros.
 
E entendo perfeitamente o rigor que a Fórmula 1 tenha para que novas equipes entrem na brincadeira.
 
Claro, há a questão da grana.
 
O "bolo" astronômico amealhado pela Fórmula 1 ao longo de um ano hoje é repartido por dez equipes.
 
Com 11 ou 12 (ou minhas sonhadas 13) equipes, cada fatia seria consideravelmente diminuída
 
Ninguém gosta de perder dinheiro.
 
Mas esse é apenas um dos motivos pelos quais a Andretti ainda não tenha conseguido o sinal verde da categoria para sacramentar sua entrada no grid.
 
A Fórmula 1 ainda olha para a Indy, braço mais importante onde a Andretti está estabelecida, com desdém.
 
Lá, ainda, montar uma equipe é tarefa infinitamente mais simples.
 
Compra-se um chassi na Dallara, um motor (Honda ou Chevrolet) e os pneus e "tudo" está resolvido.
 
Claro, tem todo a entourage necessária, compreendida por engenheiros, mecânicos, estrategistas e, obviamente piloto ou pilotos.
 
Até nisso a Indy é mais simples, pois você pode formar uma equipe com um único piloto...
 
A Andretti nunca construiu um chassi para a Fórmula Indy.
 
Coisa que a Penske, por exemplo, fez por muitos anos, na época em que a categoria norte-americana permitia a variedade de equipamentos.
 
Aliás, cá entre nós, a Penske teria muito mais estofo para entrar na Fórmula 1 do que a Andretti.
 
Inclusive a Penske já esteve na Fórmula 1 na década de 70, e venceu um GP da Áustria de 1976 com John Watson, uma corrida em que a Ferrari se ausentou, em protesto contra a revogação da punição dada a James Hunt no GP da Espanha, e ainda sob o trauma do acidente terrível de Niki Lauda em Nurburgring.
 
Mas o mundo de Roger Penske definitivamente não era aquele.
 
As exigências técnicas da Fórmula 1 eram infinitamente superiores às da Indy, sem contar a logística, uma vez que naquela época a Europa era o centro do mundo da F1.
 
É claro que a Andretti, talvez associada à Cadillac/GM, possa formar um elenco técnico forte e produzir um carro minimamente competitivo.
 
Mas não será do dia para a noite que irá fazer cócegas sequer nos times do meio do pelotão.
 
Se nem a poderosa Toyota, com os caminhões de dinheiro que despejou na Fórmula 1 conseguiu sucesso, o que esperar de uma nova equipe que nunca construiu um chassi, nem da Fórmula 4?
 
Aliás, aqui deixo uma sugestão para a FIA e F1: de que os postulantes a ingresso na categoria façam ao menos três anos na F2, ainda que não sejam construtores de chassis.
 
Mal comparando, é como o mundo do chocolate.
 
É fácil produzir um ovo de Páscoa.
 
Basta comprar a forma de plástico, a barra de chocolate, e derretê-la. Isso é a Indy.
 
O complicado é pegar o cacau e transformá-lo em chocolate. Isso é a F1.
 
Andei lendo que "a Fórmula 1 está com medo da Andretti".
 
Bobagem.
 
Talvez seja preciso voltar ao ano de 1993, temporada em que Michael Andretti figurou como piloto da F1.
 
Sua passagem discreta, para não dizer pífia, talvez seja o motivo pelo qual ele queira voltar, agora como construtor, e dar a volta por cima.
 
Eu, no lugar dele, a fim de evitar nova e retumbante frustração, não cruzaria o Atlântico. 
 
Eu havia escrito este texto pela manhã, estava apenas "lapidando" como costumo fazer, antes de a F1, que é dona dos direitos comerciais, e não a FIA, pois esta havia dado sinal verde. divulgar sua rejeição em relação à Andretti, atrelando conversas futuras a um envolvimento da Chevrolet, produzindo seu propulsor para 2028.
 
Tem um outro detalhe: a Haas.
 
A também equipe norte-americana é quase uma contra-propaganda em matéria de carros de F1. 
 
Ficou mais em evidência por seu falastrão ex-chefe do time do que por resultados na pista.
 
Muitos vão dizer que há uma "perseguição" contra a Andretti.
 
Outra bobagem.
 
A Andretti não é a primeira nem será a última a ser vetada.
 
A Campos, por exemplo, com larga experiência em outras divisões, inclusive a F2, também tentou e não conseguiu.
 
Por outro lado, a Audi fez o certo, comprou a insossa Sauber e vai se estruturar para chegar em bom nível a partir de 2026.
 
 
Nem precisei jogar o texto no fundo de uma gaveta, ou melhor, guardá-lo na "nuvem". 
 
 
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