Quando o carro não é lá essas coisas, aí é que o piloto diferenciado sobressai.

Há casos emblemáticos na Fórmula 1, como Toleman/Senna em 1984 e Toro Rosso/Vettel em 2008.

Ainda poderia lembrar da Toro Rosso/Verstappen em 2015.

Não vou florear muito.

O ponto é a temporada de Ayrton Senna em 1993, pela McLaren.

À época, por essas bandas, não era raro ler ou ouvir que o carro do brasileiro era equipado com o motor Fordinho.

Isso porque a versão mais portentosa do V8 da Ford estava disponível apenas para a Benetton.

E ainda havia o Renault V10 da Williams, que ainda por cima deitava e rolava com sua eletrônica próxima da perfeição, que culminou com o tetracampeonato de Alain Prost.

Porém, mesmo com seu carro inferior, Senna conseguiu terminar a temporada de 1993 como vice-campeão, superando, entre outros, um carro da Williams (de Hill) e um da Benetton (de Schumacher).

Com seu carro que não era lá essas coisas (como mencionei no começo), Ayrton venceu impensáveis quatro GPs em 1993 (Interlagos e Donington na chuva), e ainda Mônaco (normal) e Suzuka, aí de forma surpreendente, no seco, deixando Prost para trás, em segundo.

A exemplo da McLaren-Ford de Senna em 93, a Red Bull-Honda de Verstappen não parece páreo, até agora, à McLaren, possivelmente à Mercedes e, quiçá, à Ferrari.

Por isso, vale a comparação, ainda que estejamos no começo da temporada, de que o holandês, toda vez que subir ao pódio, e quem sabe no degrau mais alto, estará fazendo aquilo que poucos conseguiriam

Mas, acostumado a enfileirar vitórias nos últimos anos, Verstappen talvez siga o exemplo de Senna e queira ter o melhor carro para 2026.

O problema é que com o novo regulamento do ano que vem, com profundas mudanças nos motores e nos carros, ninguém tem certeza de quem estará na frente.

Senna apostava na Williams...

Mas naquele ano também houve uma mudanças importante no regulamento, reduzindo drasticamente o auxílio eletrônico.

Mesmo se o 1º de maio de 1994 não terminasse da forma trágica que terminou para o brasileiro, seria bem difícil sua luta pelo título com a Benetton de Michael Schumacher.

O que parece claro para este que vos escreve, é que Verstappen poderá optar por uma mudança.

O óbvio seria seguir Adrian Newey e rumar para a Aston Martin.

Começando do "zero", o time dos carros verdes podem ser uma opção das melhores.

Mas, se ele quiser, arruma vaga na McLaren ou na Mercedes.

Diferente de Senna, que dizia se oferecer de graça para correr no "carro de outro planeta", Max Verstappen tem a Fórmula 1 a seus pés. 

A curiosidade, com Verstappen aparentemente sendo "carta fora do baralho" em 2025, é para saber quem será o campeão.

Não há, como em 1993, um piloto tão forte e com um carro tão superior, como foi Prost e sua Williams.

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