Australiano ganha nova chance na Fórmula 1. Foto: Instagram de Daniel Ricciardo

Australiano ganha nova chance na Fórmula 1. Foto: Instagram de Daniel Ricciardo

Após a quarta etapa do Mundial de Fórmula 1 deste ano, no GP do Azerbaijão, Sergio Pérez contabilizava duas vitórias, mesmo número do companheiro Max Verstappen, e a distância entre ambos era de apenas seis pontos.

Os mais afoitos (me incluam fora dessa), aventaram a hipótese de que o mexicano pudesse fazer frente ao holandês.

Ledo engano, óbvio.

A diferença entre Max Verstappen e Sergio Pérez, tecnicamente falando, é abissal.

Nas 12 últimas corridas, as dez da temporada em curso, e mais as duas últimas do Mundial de 2022, Max venceu dez provas contra duas de Pérez.

Tentar rivalizar com Verstappen dentro de "sua casa", a Red Bull, é uma gelada.

Nos mesmos moldes do que era para Barrichello querer suplantar Schumacher nos tempos de Ferrari.

Embora, cá entre nós,  a diferença entre eles também fosse gigantesca, creio que Rubens conseguia ser melhor que Pérez no comparativo com seus companheiros de equipe.

Feito o registro, hora de repercutir o fato do dia, da semana e, quiçá, do mês: a demissão de Nicky de Vries da AlphaTauri e a promoção de Daniel Ricciardo, reserva da Red Bull, para o seu lugar.

A AlphaTauri é equipe satélite da Red Bull. 

Quem manda, de fato no time de Faenza, é o pessoal de Milton Keynes.

O australiano Ricciardo fez uma temporada tão esmaecida (para dizer o mínimo) na McLaren em 2022, a ponto do time de Woking arcar com uma multa pesada para "premiá-lo" com o bilhete azul, recrutando o compatriota Oscar Piastri para o seu lugar. 

De volta à Red Bull, por onde competiu entre 2014 e 2017 (com sete vitórias, a outra foi pela McLaren em 2021), Ricciardo começou o ano de 2022 escancarando seu sorriso e exibindo seus "trezentos e poucos dentes", mesmo que na condição de piloto reserva.

Sabem como é, em um campeonato longo, inicialmente previsto para 24 etapas, uma dor de barriga com Verstappen ou um tratamento de canal com Pérez, poderia lhe render a chance de voltar a guiar por um carro competitivo.

Não foi o caso. 

Passadas dez corridas, Daniel assistiu todas elas dos boxes do time austríaco.

Viu Pérez ficar de fora do Q1 nas cinco últimas corridas e os concorrentes do mexicano pelo vice-campeonato se aproximarem na tabela do campeonato.

Bingo!

Todos os ingredientes na mesa que a Red Bull precisava para mexer a primeira peça do tabuleiro.

Tirando De Vries da AlphaTauri e colocando Ricciardo em seu lugar, pressiona, por tabela, Pérez na Red Bull.

Se Ricciardo conseguir fazer um milagre aqui e outro ali com o capenga carro da AlphaTauri, poderá pleitear a vaga de Pérez na Red Bull.

Agora é com Ricciardo, só depende dele.

Aos 34 anos ganhou uma nova chance, um "estágio" na AlphaTauri.

Quanto a Pérez, fica a curiosidade acerca da forma como ele vai reagir a esta pressão.

Antes, sem ela, já estava metendo os pés pelas mãos.

Agora, então...

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