Inspirado no Miura, modelo protagoniza jogo de videogame. Imagem: Reprodução

Inspirado no Miura, modelo protagoniza jogo de videogame. Imagem: Reprodução

Não sou fã de videogame. Já fui.

Os Telejogo I e II da Philco rivalizaram com meu campo de futebol de botão durante algum tempo no final dos anos 70 e depois engatei uma paixão arrebatadora pelo Atari, principalmente por três jogos encerrados em seus respectivos cartuchos, meus favoritos: Enduro, Pole Position e River Raid.

Aliás, tenho no meu notebook um tal "emulador" e todos os jogos do Atari disponíveis. 

Faz tempo que não jogo, mas ainda sou bom nos três.

Quando meu filho quis seu primeiro videogame, eu e sua mãe providenciamos "via Papai Noel" e ele ganhou o Play Station 1, simpático console cinza que tinha uns joguinhos bacanas (eu só jogava os de corrida), mas normalmente ele já ganhava de mim.

Percebi que meu tempo de craque dos joysticks havia passado.

Recentemente o meu amigo Kledir Ramil, que ao lado do irmão Kleiton compôs as músicas que formam a trilha sonora da minha vida, me avisou de um jogo novo de corrida (Horizon Chase Turbo) que tem como cenário a bela Porto Alegre e como música de fundo a maravilhosa "Deu Pra Ti", composição deles, o verdadeiro hino da capital gaúcha.

Porto Alegre é um caso à parte na minha vida. 

Às vezes até eu acho que nasci lá, que me criei passeando às margens do Guaíba, lugar do pôr do sol mais maravilhoso que existe, que os meus passeios de final de semana eram no Parque Farroupilha e na Casa de Cultura Mario Quintana, e que os meus gritos de gol arranharam minha garganta pelo Inter no Beira-Rio... Para entenderem esse amor pelo paralelo 30, melhor lerem isso aqui, uma outra crônica que escrevi, afinal, um vizinho querido, já falecido, jogou no Inter...

Para dar mais molho a esta paixão quase inexplicável, ainda namorei uma gaúcha encantadora que achei que seria a definitiva mulher da minha vida. Pena, não foi.

Voltando ao videogame...

O tal jogo que o Kledir me falou homenageou uma bela criação da indústria de automóveis fora de série brasileiros, certamente o melhor e um dos mais belos produzidos: o Miura, pioneiro na utilização de freios ABS no País e que "conversava" com seu condutor.

Apelidaram o carro do jogo de "Minuano", nome apropriado, diga-se.

Para quem faltou às aulas de Geografia ou já se esqueceu do que ouviu sobre o clima subtropical da região sul do Brasil, Minuano é o nome de um vento que sopra do Pólo Sul após a passagem da chuva.

Geralmente é o indicativo de uma queda brusca na temperatura.

Frio, sinônimo de delícia.

O nome deriva de uma tribo que habitava a região dos pampas, os Minuanos. 

"Minuano", o carro fictício do jogo de videogame, corta a "Rua Mais Bonita do Mundo" (e deve ser mesmo, aquele túnel verde com mais de 100 tipuanas na Gonçalo de Carvalho, entre os bairros Floresta e Independência), passa ao lado do Beira-Rio, da orla do Guaíba, se enfia no Túnel da Conceição e, pelo trajeto, ao longe, é possível ver construções marcantes da cidade, como o imponente prédio piramidal da PROCERGS.

Os idealizadores do Miura, Itelmar Gobbi e Aldo Besson, mereciam mesmo uma homenagem como esta.

O Miura, que inspirou para a criação do veloz Minuano do videogame, segue tão contemporâneo e clássico como o MASP da Lina Bobardi em São Paulo, a Igreja da Pampulha do Oscar Niemeyer em Belo Horizonte, o Elevador Lacerda da família Lacerda em Salvador ou o Ópera de Arame do Domingos Bongestabs em Curitiba.

ABAIXO, TRECHO DE VÍDEO COM O JOGO DO "MINUANO" QUEIMANDO PNEUS POR PORTO ALEGRE, AO SOM DE "DEU PRA TI", DE KLEITON & KLEDIR

O Miura Top Sport, produzido entre 1989 e 1992, o mais completo dos modelos fabricados pela empresa gaúcha de Porto Alegre. Foto: Reprodução/YouTube


     

 

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