Arrows na pré-temporada de 2000, com Pedro de La Rosa. Mentira em busca de patrocínios. Foto: Divulgação

Arrows na pré-temporada de 2000, com Pedro de La Rosa. Mentira em busca de patrocínios. Foto: Divulgação

Até o começo dos anos 2000 era muito comum algumas equipes de Fórmula 1 pregarem peças nos incautos.

Mentiam à beça quando os testes da pré-temporada eram muito mais extensos do que hoje.

Nem todas as equipes mentiam.

A prática era comum às pequenas e médias.

Elas tentavam ludibriar com um único propósito: dinheiro.

Outro dia li uma frase do ótimo Fabricio Carpinejar sobre o tema. Disse o gaúcho colorado:

"Ninguém encontra paz mentindo.

Viverá sempre com receio de ser descoberto".

E, como dizia uma tia-avó, mentira tem mesmo "pernas curtas", e uma hora a casa cai, não é mesmo?

Isso aconteceu algumas vezes na Fórmula 1.

Uma das histórias mais famosinhas foi com a Arrows, em 2000.

Equipe mediana, fundada em 1978, sem nenhuma vitória na categoria, até viveu lampejo bom em 1997, quando Damon Hill quase ganhou o GP da Hungria.

Mas, na pré-temporada de 2000, em Barcelona, o quadro não era dos mais auspiciosos para o time então comandado pelo polêmico (estou suavizando as tintas) Tom Walkinshaw.

O modelo A21, equipado com o motor Renault (batizado de Supertec), foi para o traçado de Barcelona na pré-temporada de 2000 totalmente pintado de preto, sem patrocínios.

Assim, era fundamental causar uma boa impressão para arrebatar investidores.

Tão logo o traçado da Catalunha foi libertado para os treinos, advinhem só quem encabeçou a tabela de tempos?

A Arrows, deixando gigantes da estirpe de McLaren e Ferrari comendo poeira...

Os pilotos, o holandês Jos Verstappen (pai de Max),  e o espanhol Pedro de La Rosa, nunca deram tantas entrevistas...

Com pneus macios na maior parte do tempo, um "cheirinho" de gasolina no tanque e, proavelmente abaixo do peso regulamentar, a Arrows provocou o impacto necessário para que, em pouco tempo, fechasse contrato com a Orange, gigante das telecomunicações da França, e mais algumas outras empresas que complementaram o orçamento para a temporada, entre elas a Repsol e a Eurobet.

O carro ficou lindo, laranja e preto, mas o que se viu ao longo do ano foi o que poderia se supor; de que a pré-temporada foi uma pataquada das boas.

Na primeira corrida da temporada, o GP da Austrália, De La Rosa largou em 12º e Jos Verstappen em 13º. Nenhum deles terminou a corrida, ambos com problemas de suspensão.

Ao término do ano, o sétimo lugar entre as 15 equipes.

Nenhum pódio... O melhor resultado, um quarto lugar com Jos Verstappen no GP da Itália, em Monza.

Atualmente, com tão poucos treinos antes do início de um campeonato, não há tempo para chistes.

Na F1, pelo menos, a verdade costuma imperar.

Fora dela, sempre é bom tomar cuidado.

De qualquer forma, mais dia, menos dia, a verdade sempre aparece...

ABAIXO, "VERDADES E MENTIRAS", MÚSICA DA DUPLA SÁ & GUARABIRA, DA TRILHA SONORA DA NOVELA "ROQUE SANTEIRO", CANÇÃO QUE ME INSPIROU PARA ESTA CRÔNICA

Depois das mentiras da pré-temporada, a Arrows (na imagem com Jos Verstappen ao volante) convenceu alguns incautos patrocinadores de que o carro era bom. Pura lorota... Foto: Reprodução

 



   

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