Modelo de 2021 terá desempenho parecido à Benetton de Alesi em 1997. Fotos: Twitter (FIA) e Divulgação

Modelo de 2021 terá desempenho parecido à Benetton de Alesi em 1997. Fotos: Twitter (FIA) e Divulgação

Considero curiosa, para dizer o mínimo, a tentativa que a Fórmula 1 faz em busca de um equilíbrio de forças.

Capitalizada ao extremo, querer que os carros andem mais próximos uns dos outros beira o ridículo.

Um time de Fórmula 1 de ponta gasta centenas de milhões de dólares para andar na frente do pelotão.

E aí, de cima para baixo, se muda a concepção do carro para que aqueles que investiram bem menos possam fazer frente aos líderes...

Os portugueses têm um bom provérbio para estes casos:

"Quem não tem competência que não se estabeleça..."

A F1 divulgou imagens do que deverá ser o carro a partir da temporada de 2021, enfatizando que, pela primeira vez em anos, o monoposto deixará de produzir um rastro de "ar sujo", que prejudica quem vem atrás.

Entenda-se por "ar sujo" o turbilhonamento que deixa o carro que está atrás perdidinho da silva...

Recorreu, para isso, a um desenho que remete a carros da antiga F3000 (depois batizada de GP2 e hoje F2) ou mesmo da Indy.

Uma lição de simplificação que beira o amadorismo.

Fico imaginando um projetista como Adrian Newey, que nos últimos tempos gastou milhares de horas e neurônios em busca de soluções eficientes e que vê "alguém" deixar tudo absolutamente trivial, arroz com feijão. Insosso.

É quase como se a indústria de games abrisse mão de produzir consoles da estirpe do PS4 e retomasse a fabricação do Atari 2600...

Estima-se que o carro de 2021 seja 3,5 segundos mais lento que o modelo utilizado hoje.

Então, vamos a uma comparação de cronômetro, pura e simples, tomando por base a classificação para o GP da Itália, em Monza.

Neste ano, Charles Leclerc (Ferrari) conquistou a pole com a marca de 1min19s307.

Pensando em 3,5 segundos mais lento, chegamos ao ano de 1997, com a pole de Jean Alesi (Benetton-Renault), em 1min22s990.

Ao tentar buscar competitividade, algo que obviamente não irá conseguir, pois as equipes grandes continuarão dominando amplamente, a F1 dá um "salto" de 22 anos. Para trás...

E com uma imensa desvantagem, pois aquela Benetton de 1997 tinha um motorzão V10 com um som capaz de fazer fremir as pernas até de pessoas com pouca ou nenhuma sensibilidade.


  

 

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