Rivellino

Ex-meia do Corinthians, Fluminense e Seleção Brasileira
por Milton Neves e Rogério Micheletti

Rivellino, o Roberto Rivellino, genial meia-esquerda do Corinthians, Seleção Brasileira e Fluminense, tornou-se comentarista esportivo e trabalhou por diversas vezes na Rede Bandeirantes de Televisão, lançado por Luciano do Valle.

Em 01 de novembro de 2012, assinou contrato com a TV Cultura, de São Paulo, para ser comentarista do programa esportivo Cartão Verde.

Nascido em 1º de janeiro de 1946, regressou ao time que o revelou, o Corinthians, em 2004, como diretor de futebol, mas sem sucesso.

Pai de três filhos, Rivelino continua vivendo onde nasceu: no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo. E só tem uma tristeza em sua vida: a morte do "seo" Nicola, seu pai, mestre, amigo, conselheiro e incentivador.

Rivellino tem ainda uma escolinha de futebol que cuida ao lado do irmão Abílio Rivellino.

Roberto Rivellino ingressou na equipe profissional do Corinthians em 1965, logo após ser reprovado na "peneira" do Palmeiras. "Fiquei chateado. Por isso, gostava de jogar bem contra o Palmeiras. Queria mostrar que eles cometeram uma grande injustiça", fala Roberto Rivellino.

O meia permaneceu no Parque São Jorge, onde era chamado de Reizinho do Parque, até 1974, ano que foi responsabilizado pela derrota para o Palmeiras, por 1 a 0, na final do Paulista. "Eu não conseguia me ver longe do Corinthians. A imprensa foi decisiva para que isso acontecesse. Eu tive de sair do Corinthians e abri mão até dos 15%. Foi um momento muito triste. Me senti injustiçado. Pensei até em encerrar a minha carreira", lamentou Rivellino, entrevistado pelo programa "Bola da Vez", da ESPN, em maio de 2007.

Naquele ano, Rivellino foi vendido para o Fluminense, clube pelo qual conquistou os títulos cariocas de 1975 e 1976. "Era um grande time, mas acho que faltou planejamento. O Horta era um grande presidente, mas deveria ter segurado mais um tempo o time. Em 1977 já havia quase todo o time desmanchado. O Horta pensava no futebol carioca e fazia algumas trocas com Botafogo e outras equipes para agitar o futebol do Rio", conta Rivellino.

Depois do Flu, Rivellino jogou no El Helal, da Arábia Saudita, onde encerrou a carreira em 1981. O meia-esquerda fez parte da inesquecível Seleção Brasileira, campeã mundial em 1970. Rivellino era o camisa 11 do time comandado por Zagallo.

Por falar em camisa 11, Rivellino não esconde sua admiração pelo baixinho Romário. "O Romário é realmente um jogador diferenciado. Ele se enquadraria perfeitamente naquela seleção de 1970", elogia Rivellino, que já foi idolotrado por craques como Diego Maradona e Neto.
 
Em 25 de março de 2009, recebemos o e-mail do grande escritor e jornalista Raul Drewnick sobre o famoso "elástico", o drible que notabilizou Rivellino.

Raul Drewnick escreveu uma crônica com a versão que conhece sobre o famoso drible.
Notem que Raul Drewnick escreve o nome de Sergio como Etigo, pois foi assim que ele se habituou a chamar o craque, ao invés de Echigo.

Três craques e um drible  
                                                                                             
Tive grandes ídolos na infância. Nenhum foi maior que Luizinho, o Pequeno Polegar. Ele era a alegria incomparável dos meus domingos. A paixão que tenho até hoje pelo futebol nasceu dele, dos pés dele, da sua magia. O que Charles Chaplin, o Carlitos, fazia no cinema, Luizinho repetia no Pacaembu. Arte pura, divina molecagem. O que devo a Carlitos jamais conseguirei pagar, mas a lembrança que trago agora à tona talvez possa diminuir minha dívida com Luizinho. É, mais que uma homenagem, uma obrigação que imagino ter, como jornalista.

Quando eu era um menino no meu querido bairro do Jardim da Saúde, meu sonho - e o de quase todos os outros garotos que jogavam bola na rua - era ser Luizinho. Eu me esforçava para imitá-lo em tudo, principalmente num drible que só ele sabia dar, e que a imprensa esportiva chamava de desconcertante. Tínhamos treze, catorze, quinze anos e nos achávamos craques. Mas o craque, mesmo, era um menino três ou quatro anos mais novo que nós, um japonesinho chamado Sérgio Etigo. Também fã de Luizinho, ele tentava, como nós, dar o drible que só Luizinho dava.

O mundo e a vida me levaram para longe do Jardim da Saúde. Nunca mais vi Sérgio Etigo. Soube, depois, que ele fez carreira no futebol, foi jogar no Corinthians e teve a glória de ensinar ao grande Rivelino um drible ao qual o Garoto do Parque viria a acrescentar um toque de genialidade.

E que drible era esse que Sérgio Etigo ensinou a Rivelino? Digo, como humilde testemunha da história, que foi o drible que Sérgio aprendeu com Luizinho. Digo e sinto o mesmo arrepio que sentia todo domingo, na década de 50, sentado na geral do Pacaembu. Obrigado, Luizinho. Obrigado, Sérgio. Obrigado, Rivelino. Eu agradeço. O futebol agradece.

Raul Drewnick

ABAIXO, GOL DE RIVELLINO NA VITÓRIA DO CORINTHIANS CONTRA O SÃO BENTO POR 1 A 0 EM 19 DE OUTUBRO DE 1974, NO PARQUE ANTÁRTICA, PELO CAMPEONATO PAULISTA. GENINHO ERA O GOLEIRO DO TIME DE SOROCABA

ABAIXO, EM ENTREVISTA AO REPÓRTER LUCIANO JÚNIOR, MARADONA FALA SOBRE RIVELLINO, REVERENCIANDO O BRASILEIRO

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Pelo Corinthians:

Com a camisa corintiana, Roberto Rivellino disputou 474 jogos (238 vitórias, 136 empates e 100 derrotas) e marcou 144 gols, segundo o "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte.

Pela Seleção Brasileira (principal),  segundo o livro "Seleção Brasileira - 90 anos, de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, o meia realizou 120 jogos (81 vitórias, 27 empates e 12 derrotas) e marcou 40 gols.

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