por Marcos Júnior Micheletti
Jacques-Henri Marie Sabin Laffite, mundialmente conhecido como Jacques Laffite, ex-piloto francês de Fórmula 1, nasceu no dia 21 de novembro de 1943, em Paris, e atualmente está aposentado. Pela F1, conquistou seis vitórias e sete poles, todas pela extinta equipe francesa Ligier.
Aliás, falando em Ligier, Laffite foi o maior vencedor pelo time Bleu de France, com seis dos nove triunfos do time de Guy Ligier. Os outros que também ganharam foram, pela ordem: Patrick Depailler, Didier Pironi e Olivier Panis.
Laffite sempre foi conhecido no meio do automobilismo como um cavalheiro, muito simpático aos demais pilotos e jornalistas. Além disso, sua conduta nas pistas sempre foi impecável, sem envolvimentos em polêmicas, um piloto extremamente honesto nas disputas por posições.
Veloz e consistente, Laffite estava na Fórmula 2 em 1974 quando recebeu convite de Frank Williams para guiar um de seus carros no GP da Alemanha daquele ano, em Nurburgring, mas não concluiu a prova após ter largado em 21º com o fraco modelo da equipe, que utilizava um chassi ISO e motor Ford-Cosworth.
Ainda em 1974 disputou mais quatro GPs, concluindo apenas um deles, em 15º, no Canadá, no circuito de Mosport Park.
Em 1975 foi campeão da Fórmula 2, mas também disputou a temporada da Fórmula 1, pela Williams, agora com um chassi próprio e motor Ford-Cosworth. Por conflito nos calendários, priorizando a F2, Laffite ficou fora dos GPs da Espanha e da Suécia, mas conseguiu seus primeiros pontos na carreira, e justamente com um pódio, o incrível segundo lugar no GP da Alemanha em Nurburgring, disputado em 3 de agosto de 1975, após ter largado em 15º. O argentino Carlos Reutemann, com Brabham-Ford, foi o vencedor.
Guy Ligier, ex-piloto que estava organizando sua equipe de Fórmula 1, contratou Laffite para a temporada de estreia do time francês, em 1976, e a corrida que marcou a presença do carro azul com o numeral 26 na categoria foi o GP do Brasil, em Interlagos, em 25 de janeiro.
Com o patrocínio da Gitanes, empresa do ramo de tabaco da França, e motor V12 da também francesa Matra, a JS5 exibiu uma tomada de ar gigantesca exibindo o símbolo da Gitanes, uma cigana, evidenciando que o exagero tinha a ver com uma estratégia de marketing, uma vez que naquela mesma temporada o projetista Gérard Ducarouge reduziu drasticamente o componente nada aerodinâmico.
Foi um primeiro ano favorável no casamento entre Laffite e a Ligier, com três pódios (um segundo lugar na Áustria (Österreichring) e dois terceiros lugares, na Bélgica (Zolder) e Itália (Monza), e mais duas corridas na zona de pontos, fechando a temporada em um bom oitavo lugar, com 20 pontos.
A PRIMEIRA VITÓRIA NA F1
Para 1977, um carro mais evoluído em termos aerodinâmicos, o modelo JS7, ainda com motor Matra V12 rendeu a primeira das seis vitórias de Laffite na Fórmula 1, no GP da Suécia, disputado no circuito de Anderstorp, em 19 de junho.
Na temporada de 1978, seguindo na Ligier, Jacques não venceu nenhuma corrida com a JS9-Matra, mas subiu duas vezes ao pódio, ambas em terceiro lugar, na Espanha (Jarama) e Alemanha (Hockenheim).
COMEÇO AVASSALADOR NA TEMPORADA DE 1979
Com um dos melhores chassis da temporada de 1979, a JS11, e um motor mais leve e confiável, o Ford-Cosworth V8, a Ligier passou a contar pela primeira vez com dois pilotos: Jacques Laffite e o também francês Patrick Depailler, que somente não disputou toda a temporada por ter sofrido um acidente de asa delta, sendo substituído pelo compatriota Jack Ickx.
Laffite venceu as duas primeiras corridas, os GPs da Argentina (Buenos Aires) e do Brasil (Interlagos), neste fazendo a dobradinha da equipe, com Depailler em segundo. Aliás, primeira e única dobradinha da Ligier na F1 e também foi a primeira vez que o GP do Brasil teve uma dobradinha por equipe.
Porém, Ferrari e Williams progrediram mais do que a Ligier e acabaram recuperando o terreno perdido no começo de 1979. Assim, o sul-africano Jody Scheckter foi o campeão, com a Ferrari, e seu companheiro de equipe, o canadense Giles Villeneuve, terminou em segundo. Alan Jones, australiano, foi o terceiro colocado, com a Williams-Ford, e Jacques Laffite acabou em quarto lugar.
Com poucas evoluções para a temporada de 1980, o modelo JS15 da Ligier, com motor Ford-Cosworth, rendeu outro quarto lugar na tabela para Laffite ao término do ano, mas o bom papel de Didier Pironi, seu companheiro de equipe, possibilitou o vice-campeonato entre os Construtores, atrás apenas da Williams. Laffite venceu o GP da Alemanha (Hockenheim) e Pironi ganhou na Bélgica (Zolder).
Para 1981 a Ligier voltou a utilizar o motor Matra aspirado de 12 cilindros, e Laffite novamente fechou a temporada em quarto lugar, tendo vencido duas corridas: o GP da Áustria (Österreichring) e do Canadá (Montreal), esta a última de suas seis vitórias na F1.
Em 1982, ainda com motor Matra em sua Ligier, no modelo JS19, um ano fraco para o time francês, com um único pódio para Laffite, o terceiro lugar na Áustria, em Österreichring. Laffite terminou o ano em 18º lugar.
DE VOLTA À WILLIAMS
Após o fraco desempenho da Ligier em 1982, Laffite viu uma possibilidade real para disputar um título mundial pela Williams, sua primeira equipe na F1, que o convidava novamente.
Na Williams, Laffite cumpriu mais duas temporadas, em 1983 e 1984, ambas tendo Keke Rosberg como companheiro de equipe. Rosberg o superou nos dois anos, no primeiro quando o carro era equipado com motor Ford-Cosworth e no segundo, já com o Honda-turbo V6. Aliás, em 1983 a Williams chegou a estrear o Honda-turbo V6, apenas no final do ano.
RETORNO À LIGIER PARA SEUS DOIS ÚLTIMOS ANOS NA F1
A Ligier penou em 1983 com sua dupla Jean-Pierre Jarier e Raul Boesel, que sofreram com o fraco motor Ford-Cosworth aspirado e um chassi problemático em um momento de total predomínio dos turbos (foi o primeiro ano que um motor turbo conquistou o título entre os pilotos, Nelson Piquet, com Brabham-BMW.
Em 1984 o time francês finalmente conseguiu um propulsor turbo, da Renault, mas sua dupla de pilotos não conseguiu um desenvolvimento adequado, o francês François Hesnault e o italiano Andrea de Cesaris, este mais conhecido por sua condução atabalhoada que rendeu muitos acidentes e a demissão antes do término da temporada.
Assim, com Jacques Laffite sem contrato renovado com a Williams, a Ligier foi buscar seu velho piloto para as temporadas de 1985 e 1986, e a escolha foi acertada.
Em 1985, com o modelo JS25 e motor V6 turbo da Renault, Laffite reestreou pela equipe com um ponto marcado, o sexto lugar no GP do Brasil, em Jacarepaguá (vitória de Alain Prost), e ainda conseguiu três pódios, dois terceiros lugares (Grã-Bretanha em Silverstone e Alemanha em Nurburgring) e um segundo lugar, no GP da Austrália, em Adelaide. Fechou a temporada em nono lugar, com 16 pontos.
Em 1986, com um carro ainda melhor, a JS27 com motor Renault-turbo V6, Laffite abriu a temporada subindo ao pódio no GP do Brasil, em Jacareepaguá, em terceiro lugar, na corrida que teve dobradinha brasileira, com Piquet em primeiro e Senna em segundo, com Williams-Honda e Lotus-Renault, respectivamente.
ACIDENTE NO GP DA GRÃ-BRETANHA DE 1986
Porém, um grave acidente na primeira volta do GP da Grã-Bretanha, em Brands Hatch, no dia 13 de julho de 1986, impediu a sequência da carreira de Jacques Laffite, que naquela corrida igualava o recorde de participações de Graham Hill na F1, com 176 largadas. Ele estava com 43 anos e era o mais velho do grid.
Laffite teve fraturas nas duas pernas e na bacia, e após uma longa recuperação, somente voltou a competir com carros de turismo.
Pelo DTM, Campeonato de Turismo Alemão, ganhou provas e conquistou pódios, e sua última corrida oficial sob chancela da FIA foi a disputa das 24 Horas de Le Mans de 1996, ocasião em que terminou em 11º lugar pela classe GT1, conduzindo um McLaren F1 GTR com motor BMW aspirado de 6.0 litros e 12 cilindros, formando o trio da equipe Bigazzi-BMW ao lado do britânico Steve Soper e o belga Marc Duez.
Em seguida, passou a comentar corridas pela TF1, emissora francesa de televisão.
Entre os franceses que até hoje passaram pela Fórmula 1, Jacques Laffite é o terceiro em vitórias, com seis triunfos, atrás de Alain Prost (51) e René Arnoux (sete).
Foi casado com Bernadette, com quem tem duas filhas, Margot e Camille.
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