Conheça a história dos gênios que desfilaram talento no século passado

Conheça a história dos gênios que desfilaram talento no século passado

O Sul de Minas, região nacionalmente conhecida pela qualidade e quantidade produtiva de café e leite, também teve nos gramados de futebol uma belíssima safra de jogadores, sobretudo nos anos 50 e 60, em equipes como a Cruz Preta de Alfenas, Caldense (de Poços de Caldas), Esportiva de Guaxupé, Flamengo de Varginha e Sparta de Monte Belo, entre outras.

Imagens desta época (em filme) são raras. Porém (e felizmente), o material fotográfico é abundante no Portal Terceiro, nas galerias de diversos jogadores que marcaram história no futebol local e alguns que romperam as fronteiras do estado de Minas Gerais. Porém, como a maioria deles jogou apenas em suas cidades, tornaram-se "invisíveis" para a maior parte do povo brasileiro. CLIQUE NOS NOMES (EM NEGRITO) E ACESSE AS RESPECTIVAS PÁGINAS NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?".

ADOLFO VIEIRA, O "COROTE", foi, na opinião de Milton Neves, muzambinhense que conviveu proximamente com grande parte destes jogadores, o maior craque da região.


O craque Corote

"Se o Corote tivesse as chuteiras que os jogadores utilizam atualmente e esses uniformes e bolas leves, além de dispor de gramados que parecem mesas de bilhar, seria jogador da seleção brasileira, fácil", atesta Milton.

A opinião é corroborada pelo guaxupeano José Douglas Dallora, ex-presidente do São Paulo Futebol Clube, natural de Alfenas-MG, onde formou-se em odontologia.

"Ele (Corote) foi um fenômeno, cobrava faltas como ninguém e tinha excepcional domínio de bola. Claro que isso pode ser motivo de riso para alguns, mas é porque ele foi um gênio `invisível, desconhecido no Brasil", resumiu Dallora.

Corote, que atuou profissionalmente pelo Rio Pardo F.C., Comercial (da capital paulista), Muzambinho e Passense, chegou a ser sondado pelo ótimo Fluminense carioca, que à época (anos 50) contava com nomes da estirpe de Castilho, Píndaro, Pinheiro e Didi como alguns de seus maiores destaques. Aliás, o convite para defender o clube das Laranjeiras partiu logo após Corote marcar o gol do empate em 1 a 1 em um confronto amistoso entre Muzambinho e Flu.

Apegado às raízes e morando com sua mãe, viúva, Corote preferiu ficar na sua pacata Muzambinho, onde aposentou-se como funcionário público federal da Escola Agrotécnica.

Corote, primeiro em pé, da esquerda para a direita

Fominha em 2016

FERNANDO MONTANARI, O FOMINHA, foi outro exuberante jogador da região. Versátil (foi zagueiro e volante), tinha uma categoria ímpar, a ponto de ter sido convidado a defender o América-MG.

Sua polivalência pode ser comparada a de Wilson Piazza, volante de origem que foi o quarto-zagueiro da seleção brasileira na vitoriosa campanha na Copa de 70, no México.

Oriundo de uma família de ótmos jogadores, irmão de Lado, Garrincha, Luiz, Zé Maria e Cavadeira, Fominha defendeu as cores do Passense, Cruz Preta de Alfenas, Rio Pardo F.C, Radium de Mococa e Esportiva de Guaxupé.

Vive atualmente em Campinas, onde é empresário, após ter trabalhado como bancário.

O time do Muzambinho nos anos 50. Em pé, da esquerda para a direita: José Octaviano Sales, Paiva, Candoca, Amintas, Alúcio, Amir, Fominha e Dário. Agachados: Luiz Boquinha, Chila, João Vermelho, Pedrinho, Lucílio e Zé Pequeno. Esta equipe enfrentou a Seleção de Monte Belo e o resultado da partida foi 1 a 1. O gol do Muzambinho foi marcado por Luiz Boquinha, no goleiro Marco Régis de Almeida Lima



Busto de Dedém

 

 

JOÃO BATISTA CORREA, O DEDÉM, que morreu em 22 de julho de 1996 na cidade de Cabo Verde-MG, foi considerado como o melhor center-half do sul-mineiro.

Natural de Areado, atuou pela Caboverdense, Esportiva de Guaxupé, Cruz Preta de Alfenas, Caldense de Poços de Caldas, Guanabara de Botelhos, Passense, Bandeirantes de Muzambinho e Escola Agrotécnica de Muzambinho.

Em Muzambinho formou uma dupla de enorme qualidade ao lado de Corote.

Em frente ao estádio de Cabo Verde há um busto do craque Dedém justíssima homenagem ao belo futebol que o craque desfilou por ali.

Da esquerda para a direita: Airton Isac, André Ventura de Oliveira, Pedro Costa, Jorge Ferreira, Hélio Massa, Hélio Correia, Mauro Miliani, João Batista Correa (Dedém), Toninho Machado, Nego Machado, Tião Cascudo, Afonsinho, Corote e Antônio José. Foto enviada por Estela Torres

 

 

 

Puskas em 1960

JOSÉ LÉLIO MILANI DE MOURA, O PUSKAS (não confundir com o húngaro), paranaense de Santo Antônio da Platina, é filho de um casal de Minas Gerais (de Botelhos e Barro Preto).

Chegou a jogar no Paraná, incluindo o Coritiba, onde atuou como titular em alguns jogos antes de ser um dos principais destaques do futebol do Sul de Minas, jogando pela Associação Atlética Cruz Preta (onde recebeu o apelido de Puskas) e equipes de Monte Belo, Boa Esperança, Associação Botelhense e Comercial de Pouso Alegre.

Formando em odontologia, está aposentado e reside em Curitiba.

O Botafogo foi a Machado-MG disputar amistoso em 6 de novembro de 1960. Em pé, da esquerda para a direita: Garrincha, Zé Milton, Didi e Pedroso. Agachados: Zagallo, o garoto Aldo Garcia e Puskas

 

 

 

 

Zé Neto em 2006

ZÉ NETO, O JOSÉ DE OLIVEIRA NETO, dentista como Puskas, foi um dos maiores destaques entre os goleiros que brilharam no Sul de Minas.

Atuou pelo clube de sua cidade natal, o Areadense (de Areado), e também no Cruz Preta de Alfenas, este já extinto, onde foi revelado o goleiro Ita, que jogou no Vasco da Gama-RJ.

Seu talento chegou à capital mineira. Esteve por seis meses no Cruzeiro, disputando posição com Mussúla, mas decidiu abandonar os gramados para prosseguir seus estudos em odontologia na Faculdade de Alfenas.

Ainda assim, seguiu jogando no futebol amador, pelas cidades de Monte Belo, Muzambinho, Guaxupé, Botelhos, Poços de Caldas e Areado, esta a cidade em que reside atualmente, onde ainda exerce a profissão de dentista e também é pecuarista.

Em pé, da esquerda para a direita: Zé Neto, Breno, Edson Madrilles, Moacir e Terezinho. Agachados: Zelinho, Pedrinho, Cholinha, Puskas, Careca e Toninho Bianchini

 

O repórter Zabi Zaiat e Pachá

 

PACHÁ, o saudoso Palimércio Nasser, famoso camisa 9 da Esportiva de Guaxupé, artilheiro em muitas temporadas, morreu em 9 de maio de 1996, aos 61 anos, em Guaxupé-MG, onde a quadra do Ginásio Poliesportivo foi batizada com seu nome.

Sua carreira somente não se desenvolveu nos principais clubes brasileiros nos anos 50 e 60 (teve convites do Atlético-MG, São Paulo e Flamengo, entre outros), porque seu pai o convenceu a continuar desenvolvendo os negócios da família, no caso a Viação Nasser.

Para que se tenha uma exata noção do "poder de fogo" do artilheiro Pachá, em 1959, jogando pela Esportiva de Guaxupé, marcou todos os seis gols da goleada por 6 a 0 diante do Paraisense (equipe de São Sebastião do Paraíso), um dos confrontos mais tradicionais da região.

A Esportiva de Guaxupé no final dos anos 50. Em pé: Gregório, Salvinho, Alemão, Carlinhos, Mário Borges e Zé Accula. Agachados: Zinha, Pinhal, Pachá, Barulho e Belinho. Foto enviada por Jarbas Correa

 

 

 

EQUIPES DO SUL DE MINAS

CRUZ PRETA DE ALFENAS (EXTINTO)

Equipe da Cruz Preta de Alfenas em 1956. Em pé, da esquerda para a direita: Geraldo Panela, Ari, Jorginho, Dr. Plínio, Geraldo Starling (presidente da então CBD), Espigão, Carlos, Jairzinho, Medeia e Tião (treinador). Agachados: João Martins (massagista), Paulo Paulino, Roberto Itajubá, Chiquinho, Brandão, Taparelli e Esquerdinha. Foto: Stadium Varginense

 ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA CALDENSE (FUNDADA EM 1925)

Equipe da Caldense em 1981, ano em que Casagrande foi emprestado pelo Corinthians à equipe sul-mineira. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Gilberto Voador, Vagner, Armando, Jânio e Edinho. Agachados: Ronaldo (massagista), Alexandrino, Alfredinho, Casagrande, Edinho Paulista e Alfredo

 

 

SOCIEDADE ESPORTIVA GUAXUPÉ (FUNDADA EM 1952)

Equipe da Sociedade Esportiva Guaxupé no final dos anos 50. Em pé: Gregório, Salvinho, Alemão, Carlinhos, Mário Borges e Zé Accula. Agachados: Zinha, Pinhal, Pachá, Barulho e Belinho. Foto enviada por Jarbas Correa

 

 FLAMENGO DE VARGINHA (EXTINTO)

Formação do Flamengo de Varginha. Em pé, da esquerda para a direita: Sapo, Tinoco, Zé Mauro, Luizão, Buzuca e Zé Adilson. Agachados: Julião, Dino, Nuno, Paulão, Zé Carlos Generoso e o massagista Mário. Foto: Stadium Varginhense

 

 

SPARTA FUTEBOL CLUBE (CAMPO BELO)

O Sparta F.C em 1947. Em pé, da esquerda para a direita: Godofredo D´Áurea, Levi, Celinho Cambraia, Gravatinha, Juquinha Belchior, Gute, Juarez Neves, Ildeu e Zé Vieira. Agachados: Mauro, Jairo, Marcos, Benito Costa, Tufizinho, Edgar, Rufino e Hugo. Foto: arquivo de Roberto Murilo

 

 

CURIOSIDADES

Rara aparição de Milton Neves como jogador em Muzambinho, quarto em pé, da esquerda para a direita. "Ainda bem que não levei a sério a carreira futebolística e abracei o microfone", brinca Milton. O time completo do Clube Atlético Marialva, de Muzambinho, em 1967. no Estádios Professor Antonio Milhão. Em pé: Luiz Rato, Humberto (primo de Milton Neves), Beto Broa, Milton Neves, goleiro Simpatia (é mole?) e Mizé, hoje dentista em Lavras (MG). Agachados: Maé, Lézinho (o professor e cantor Laércio Salomão), Dinho, Ruy Evilásio e Clézio

Amistoso em Muzambinho com a presença de César Maluco no Estádio Prof. Antonio Milhão. Em pé, da esquerda para a direita, o terceiro é Nicolau, seguido por Fernando Amore, Camila e Mixirica. Agachados, o primeiro (de camisa branca) é Maé, o terceiro é Tente, depois estão Ratinho, Silas (irmão de Esquilo) e César Maluco

Milton Neves treinando a garotada. Da esquerda para a direita, em pé: Luiz Antônio Podestá, Cleuber, Fernandinho Duti, Luiz Fernando, Tião Cascavel, Rômulo Rondinelli, Marinho Menezes e o treinador Milton Neves. Agachados: Zezé Durante, Zetinho Lima, Totonho, Tel Paolielo, Acir da Geléia, Rovilson Rondinelli

Presença de Ademir da Guia em amistoso na cidade de Muzambinho. Da esquerda para a direita: Fernando Onofre, Ademir da Guia e Sérgio Esquilo

Vista aérea do Estádio Prof. Antonio Milhão, em Muzambinho. Foto: soumaismuzambinho

Festividade no Estádio Prof. Antonio Milhão em Muzambinho no dia 17 de março de 2012. Sérgio Esquilo, o então governador Geraldo Alckmin e Milton Neves. Foto: muzambinho.com

Raríssima imagem de 1954, quando a equipe de Juréia bateu Cabo Verde por 3 a 0

Em 22 de novembro de 2014, no Instituto Federal Sul de Minas, Campus Muzambinho, dia de homenagem a Corote, que deu o chute inicial da partida. Foto: muzambinho.com

Milton Neves e Puskas em 12 de setembro de 2010, na Arena da Baixada, em Curitiba-PR

 Em 1959, dia de treino no Estádio dos Eucaliptos. Da esquerda para a direita: Cacaio, Joaquinzinho, Bodinho, o guaxupeano Tati e Ivo Diogo. Foto: César de Freitas/História do Sport Club Internacional

 

CRAQUES DO SUL DE MINAS GERAIS

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Corote, Dedém (o João Batista Correa), Puskas (o José Lelio Milani de Moura), Zé Neto, Pachá, Camila (o Antônio Januário), Zé Pequeno, Fominha (o Fernando Montanari), Paulo Pingaiada, Ivan Surdão, Amintas, Alúcio, Tente, Alencar Bernardes, Zé Carlos Bonaldi, Biga, Reginho (o Reginaldo de Mello), Mário Montipó, Nadinho, Tubé, Vander Magalhães, Norinho Capeta (Dr. Honório Carli), Braguinha, Amir Além Aquino, Cláudio Portugal, Lucílio Navarro, Marco Régis, Mizé (o Almírio José Borelli), Lelinho, Tati, Luiz Boquinha, Lua, Jorge Pimenta, Pininho, Ruy Evilásio, Candoca, Édson Dino, Cavadeira, Luiz Montanari, William Peres Lemos, Inhaque, Laudimiro, Esquilo, Boizinho, Zé Sprita, João da Marta, Jairo Rondinelli, Nilton Bortola, Glênio José Rondinelli, Geraldo Montanari, Edvar Dias, Zé Accula, Macalé, Forlani, Toninho Bianchini, Mixirica (o Antonio Bianchi), Mirtinho "Chupa Dedo", Alúcio, Lezinho (o Laércio Salomão) e Carlinho "Boca de Véia".

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