Quais foram os melhores jornalistas e comentaristas durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil? O jornalista Ednilson Valia fez a sua lista!

Quais foram os melhores jornalistas e comentaristas durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil? O jornalista Ednilson Valia fez a sua lista!

Confesso: sou viciado em Copas do Mundo.

Dos 64 jogos, acredito que assisti em torno de 48 partidas.

E tambêm li, naveguei, assisti e ouvi tudo que foi possível sobre o Mundial de Seleções da Fifa.

Aqui, algumas considerações sobre as minhas impressões sobre a cobertura jornalística do mundial de ampassã, pois não deixa de ser uma observação pessoal de um não especialista em mídia, mas sim, um voraz telespectador, leitor, ouvinte e também um "palpiteiro" como boa parte dos jornalistas.

A TV aberta não apresentou novidadades, enquanto a fechada se esmerou no tempo de transmissão de programas ao vivo. Tanto que a Sportv tinha um durante a madrugada cobrindo as miúças dos torcedores pelo Brasil.

As emissoras de rádio decepcionaram no geral, com reportagens básicas e comuns.

Já a internet, impressionou, principalmente pela rapidez e a qualidade da informação.

Jornais, destaco o Agora S. Paulo e o Diário Lance; matérias divertidas, prestadoras de serviços e com boa análise.

 


TV Aberta

As emissoras de TV aberta não apresentaram grande inovação.

A Rede Globo e a Bandeirantes foram distintas em suas transmissões.

Ambas apelaram para a enxurrada de ex-jogadores nos comentários.

A Vênus platinada optou pela mesa tática como novidade.

Que não surpreendeu.

Uma cobertura estática, com muitos comentáristas sonolentos e narradores voltados para os trocadilhos, ainda não preparados para uma Copa do Mundo.

A inteligência e o improviso do Tiago Leifert não foram utilizados como se deveria.

Os repórteres Pedro Bassan, Renato Ribeiro e Marcos Uchôa destoaram dos demais.

Mas Fernanda Gentil fez links seguros, simpática, passando informações precisas e sem enrolação.

O trio de ferro dos narradores da principal emissora do país faz um diferença tremenda: Galvão Bueno, Cléber Machado e Luiz Roberto.

Rápidos e inteligentes, conseguem ganhar a simpatica do telespectador, que apesar das críticas, sempre estão ligados aos três.

Galvão é gênio, impossível a qualidade e a segurança para uma transmissão como o experiente "speaker" impõe a tantos anos.

Mas a renovação é necessária e o pós as olimpíadas de 2016, será inevitável.

Entre os comentaristas, lamento por Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno, que poderiam ter demonstrado mais preparo para tecerem suas ideias sobre os jogos.

A vivência nos gramados não significa que eles possam passar para o telespectador o que foi, é ou será de uma partida de futebol.

Boa parte da audiência não quer saber como o tal jogador chuta, cabeceia ou mata a bola e sim, os aspectos psicológicos e as situações relevantes dentro dos gramados.

E neste ponto, Juninho Pernambucano foi a surpresa positiva entre os globais.

A Bandeirantes fez uma cobertura mais dinâmica do evento.

Mesmo perdendo o seu carro chefe dias antes da competição; Luciano do Valle, que morreu em 19 de abril de 2014.

A educação e o caráter de Fernando Fernandes durantes as coletivas e as transmissões deveriam ser estudados por escolas de jornalismo.

Paloma Tocci foi muito bem também, com a Seleção Brasileira.

Demonstrou que não é apenas bonita e soube se impor em várias situações nos diversos jornais da emissora.

Foi muito bom ver Milton Neves fazendo jornalismo no Band na Copa, interagindo com os repórteres e comentaristas.

Marcelo Rozenberg, entre os torcedores, sempre sóbrio, em não elevar o tom de bajulação e merece a citação.

Gostei muito de dois veteranos na narração: José Luis Datena e Oliveira Andrade. Eles sabem os atalhos da "descrição" esportiva.

Sobre o Datena falarei mais, nas emissoras a Cabo.

A Band não utiliza jornalistas entre os analistas.

Fez falta? Talvez sim, mas o tempo dirá!

Já os ex-jogadores foram bem.

Neto, que se vangloria por saber explicar como chutar uma bola, deveria saber que este não é o seu ponto forte.

E sim, o ex-ídolo corintiano tem a sinceridade como principal virtude profissional.

Poucos sabem usar tão bem essa preciosidade hoje em dia a seu favor e eu desconfio, que ele não saiba do poder que tem. Sem citar a sua enorme vontade de inovar e fazer diferente, essa ousadia falta e muito na TV. Muitas as vezes acerta nos comentários, mas erra também e lida com isso muito bem. Atualmente é dos pontos fortes do canal do esporte.

Outra belíssimo ponto forte da emissora do Morumbi foi Denílson. O pentacampeão do mundo quando não quer fazer "gracinhas", que muitas vezes não arranca um sorriso de um mosquito epilético, analisa futebol táticamente e psicológicamente com propriedade levando conhecimento ao telespectador.

Pedrinho também merece elogios, pois se preparou muito bem, portanto  comentários, com conhecimentos táticos sobre os jogadores das outras seleções e foi um diferencial.

Os outros canais não apresentaram nada de diferente em sua programação normal sobre a Copa.

A Cultura criou o Cartão Verde após os jogos do Brasil e só.



TV Fechada

Todas as emissoras de TV a Cabo tinham os direitos de transmissão da Fifa, que no Brasil, a Rede Globo foi a detentora.

A Sportv impressionou pela quantidade de horas que ficou no ar transmitindo sobre qualquer coisa que acontecia em relação ao mundo do futebol entre seleções no Brasil.

Na reportagem destaque para Felipe Brisola, que utilizou bem a sua experiência internacional.

Outro ponto impressionante na Tv dos Marinho, foi os repórteres do programa Passaporte Sportv, que destinou um jornalista para cada país que disputou a Copa do Mundo.

E ganharam pontos com isso, afinal a Costa Rica chegou as quartas-de-final e somente eles tinham repórter na América central.

A correspondente Karin Duarte se destacou pelas informações direta dos Estados Unidos e também a sua precisa participação nas redes sociais. 

Sobre os narradores não há como não citar Milton Leite, que ganhou uma legião de fãs e será impossível não migrar para TV Aberta devido ao seu bom humor característico.

Marcantes foram os comentaristas.

Destaque para dois jornalistas, raros, nos comentários nesta Copa, Mauricio Noriega e Lédio Carmona.

Dois programas merecem registros.

O Extra Ordinários, com quase todas as pessoas com alta capacidade intelectual, como Paulo Miklos, Xico Sá e Peninha e com a péssima apresentação de Maitê Proença. E uma polêmica sem nexo com o maravilhoso gremista Peninha.

Outro golaço do Sportv foi o "É o campeão", com apresentação de André Rizek e com a participação de quatro ex-jogadores e capitães de seleções campeãs do mundo, como Carlos Alberto Torres, Fábio Canavarro, Lothar Matthaus e Daniel Passarela. Foi muito bom ver tantos "diferenciados" trocarem ideias.

O que me encantou na ESPN foi a nova geração dos comentaristas, narradores e repórteres.

Everaldo Marques merece aplausos, muitas vezes narrou a final da NBA até de madrugada e no outro dia pegando um jogo de Copa do Mundo. Craque em todos os esportes.

Entre os comentaristas da safra nova, fiquei impressionado no pré-copa com Thiago Simões, demonstrando grande conhecimento sobre futebol russo e durante a competição Rafael Oliveira, inteligente, didático nos jogos de seleções menos expressivas.

Entre os veteranos, começo por Ale Oliveira, o analista inaugurou uma linguagem popular, divertida e positiva com os telespectadores. Gustavo Hoffman outro que merece cumprimentos pela dedicação e informações lúcidas trazidas ao público. Gian Oddi também encontrou um ponto importante nesta relação, pois conseguiu ser objetivo e contundente.

O melhor entre os ex-jogadores foi Juan Pablo Sorín, isso quando entendemos o que ele fala. Simpático e inteligente, mas de perguntas pouco lucidativas para os companheiros argentinos.

A velha guarda não foi de todo mal.

O melhor, para este humilde escriba, é Paulo Calçade. Ele não faz parte da geração mi-mi-mi e não vê réplicas em suas opiniões como ofensa pessoal e tem questionamento preciso e aberto, sem uma vaidade desnecessária.

O Paulo Vinícius Coelho toma café da manhã, almoça e janta futebol, mas comete um "mal" neste país: "torce" para a seleção brasileira. Teve uma atitude muito digna ao não querer o sangue de Felipão, pós goleada para a Alemanha. Sabe que a história cobrará o gaúcho por toda eternidade. Tem informações de cabeça que ninguém tem .

José Trajano melhorou muito quando deixou a coordenação da ESPN. Ficou mais livre e solto para comentar, teve um momento antológico ao citar os semeadores de ódio na imprensa tupiniquim.As vezes, exagerou no tom com a Seleção, quer a volta de um futebol que não existe mais, mas é ótimo ter ele no vídeo.

O mais contudente entre os comentaristas da ESPN é Mauro Cezar Pereira. O ponto forte de MCP é a inteligência, muito rápido em suas análises, principalmente no plano tático, mas peca ao exagerar em alguns pontos..

Os melhores apresentadores da TV esportiva são da ESPN, Rodrigo Rodrigues e João Carlos Albuquerque, nos fazem rir e ao mesmo encarar o futebol como dever ser levado.

A Fox Sports Brasil estreou em Copas e foi interessante.

Pois não teve medo de errar e se errou não foi por omissão e isso contará no futuro no acerto.

Exagerou com muitos programas sobre o mundial, mas sua equipe de comentaristas e produção merecem elogios.

O homem de imprensa mais querido entre os seus colegas no Brasil é Mauro Beting, como se não bastasse a inteligência, o domínio da língua portuguesa e a lucidez nos comentários e o raro bom humor.

Sem dúvida, um grande reforço na Fox Sports.

Flávio Gomes, Osvaldo Paschoal, são diferencias nítidos, opiniões fortes e claras.

Renato Maurício Prado teve bons insites também.

Dificilmente, alguém alcançará a classe de Paulo Roberto Falcão no futebol para apresentar futebol.

As transmissões do Fox Sports II divertidas, foi uma grande ideia que não evoluiu como deveria. Mas acredito que vale a pena continuar apostando nesta linha.

Na Band Sports José Luis Datena mandou muito bem. Não escondia sua opinão nunca e a falsa imparcialidade nunca fez parte das suas falas.

A emissora ganhou muito com ele em suas transmissões.

 

Rádio

Infelizmente o rádio foi a grande decepção nesta Copa.

Faço apenas um registro de belo trabalho, a repórter Mayra Siqueira da Rádio CBN. 

Jornais

Na mídia escrita me decepcionei com os jornalões. Tostão, cujo muitos textos eu admiro, mas se tornou uma espécie de patrulheiro de si ao citar em boa parte de seus escritos que pode escolher e dizer o que quiser. A Folha de S. Paulo com trinta repórteres não fez o que o único credenciado pelo Agora S.Paulo fez; Vitor Guedes trouxe fatos, prestação de serviço e o povo para a publicação, principalmente nos jogos do escrete Verde e Amarelo.

A cobertura do Agora foi excelente.

Outro que merece destaque é o Diário Lance. Os repórteres Rodrigo Vessoni e Valdomiro Neto fizeram do óbvio o inusitado. As vezes é simples fazer jornalismo. Fica a lição. O repórter Carlos Eduardo Mansur do carioca "O Globo" mereceu cumprimentos.


Internet

A internet teve a melhor cobertura de suas história no Brasil de todos os eventos esportivos já acontecidos.

A Globo.com foi impressionante entre a interatividade, convergência de mídias e todos os aspectos entre torcedores e seleções.

Para variar, Alexandre Alliati não apenas escreve matérias e sim emoções e sentimentos em seus textos.

O UOL se apegou a vários aspectos do mundial, entre a programação de TV aos blogueiros, ponto para Luis Augusto Menon, ele não esconde preferências e suas impressões negativas no Brasil.

A ESPN.com tem uma equipe de redatores maravilhosos e conseguiu entender vários pontos da competição para transformá-los em pautas interessantes. José Roberto Malia tem uma linguagem que traz esperança em unir o jornalismo ao povo, tão distante ultimamente.

Sou suspeito para falar do Terra, pois sou um admirador do trabalho do meu amigo Dassler Marques, outra vez brilhante na Copa e Celso Paiva desenvolveu ótimos textos.

O iG, contou com o Blog do Jorge Nicola e informações da redação.

Destaque para Alemanhafc também, coordenado por Mário André Monteiro, que avisou antes a Alemanha será campeã.

A melhor cobertura alternativa da Copa, sem dúvida, foi do Portal Trivela. Os jovens jornalistas bem informados e criativos  trouxeram a tona curisiodades, informações novas e pautaram muito a mídia convencional e colegas sem receber os devidos créditos.

Os blogs da revista Placar mandaram muito bem; O clima de Copa trouxe informações quentes do Rio de Janeiro e Eduardo Ratto mudou a configuração do jornalismo cotidiano, em ideia e texto. Marcos Sérgio Silva matou a pau com texto sobre os torcedores de condomínio.

Rogério Micheletti foi único jornalista do Brasil em seu Blog, o Baú do Micheletti, na Fox Sports a dizer que o problema da Seleção Brasileira não era o volante Paulinho e tinha razão.

Rica Perrone teve papel importante nestes dias por não se entregar ao vira-latismo tão latente na imprensa nacional e atingiu o posto de jornalista esportivo mais curtido do Brasil no Facebook.

A cobertura do Portal Terceiro Tempo foi idealizada pelo coordenador de jornalismo Thiago Tufano Silva e praticamento dobrou sua audiência em êxito. Mas os destaques foram os jovens Kaique Lopreto, Roberto Gozzi e o não tão veterano Túlio Nassif e também o chargista Silvio Luiz, o @cowboysl. Todos, dedicados, responsáveis e talentosos, nas eliminatórias (os especiais pré-copa) já demonstraram a que vieram e nos dias derradeiros deixou este velho companheiro orgulhoso dos parceiros.

Segue três matérias que valem a pena rever

Protagonistas da Copa: Seleção Holandesa ''à moda'' Van Gaal por Túlio nassif

Argentina, decime que se siente por Kaique Lopreto

Protagonistas da Copa: A classificação mais inesperada desta Copa por Roberto Gozzi

Obs: fui contado pelo jornalista Cadu Cortês, da TV Cultura  e do FOX Sports que informou o seguinte: 

"Oi Ednilson tudo bem? Sou apresentador do quadro HORA DO ESPORTE na TV Cultura, diariamente de seg a sexta entre 12h30 e 12h50. Li suas citacoes e fiquei um tanto quanto chateado, se assim posso dizer, em nao ler uma linha sequer sobre o jornal diaria da Cultura. Fizemos quadros especiais sobre Copa, coluna com Michel Laurence, Diário da Copa, Guru da Copa, Copa de Todos...uma infinidade de material foi produzido. Entendo que são muitas coisas, mas seria uma injustica citar: a Cultura fez o Cartão depois dos jogos e só! E não é nenhuma cobrança, apenas acredito que seja interessante lembra-lo da nossa existencia. No mais, parabéns pela coragem em escrever as criticas. Ahhh e tb faco parte da equipe de narradores do fox sports 2, participei das transmissões divertidas. O q achou? Grande abraço"

Obs 2: Agradeço muito a Cadu Cortêz, mas como eu disse no início do texto, dos programas que eu vi e foram muitos, fiz a minha eleição particular com críticas construtivas. O quadro Hora do Esporte acontece 12h30 e 12h50, neste momento estava ligado nos canais esportivos porque haveria algum jogo pela Copa do Mundo às 13h00. 

 


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