Basta de depreciação! Estou cansado de falar aqui sobre o baixo e, consequentemente, fraco nível técnico da Copa América, bem como da seleção brasileira. Portanto, registre-se para autos que, tudo que vem a seguir, está dentro deste contexto.
Não se pode, nem se deve criticar porque não se gosta (por critérios pessoais e não técnicos) de A ou B, desse ou daquele treinador, desse ou daquele jogador por sua postura dentro e/ou fora de campo. Critique-se por erros e equívocos. Sem ranços ou ressentimentos. Critique-se tentando acrescentar, indicando algo que se possa melhorar.
O Brasil está na final da Copa América. Com todos os defeitos e deficiências expostas aqui nas minhas colunas, nas Lives diárias que conduzo no Terceiro Tempo ou nas opiniões que expresso no Na Geral, da Kiss FM, de segunda a sexta-feira. Então quem me acompanha sabe das minhas restrições ao futebol apresentado e, principalmente, a falta de identidade de alguns jogadores com a camisa da seleção brasileira. Entendo ser fundamental ao atleta ter noção do que representa defender o Brasil em jogos e competições e, principalmente, se identificar com a camisa amarela.
Pode até ser muito conceitual e pouco didático e efetivo. Mas a seleção precisa também ser afetiva. Precisa se conectar com o torcedor. Mesmo quando esse critica, se irrita, protesta, não quer dizer que é ou está contra a seleção. O que não pode deixar de existir é a conexão entre jogadores, comissão técnica e torcida.
E digo isso porque ouvi, nos últimos dias, discursos beirando o ódio, de torcedores e até, pasmem, de jornalistas, enfatizando que torceria para a Argentina pelos mais variados motivos. Seja "porque o Tite é insuportável" ou "porque a geração é fraca e derrotada" ou "porque o Thiago Silva é chorão" e blá blá blá... Pode até ser tudo verdade. Mas justificaria torcer contra a própria seleção?
Será, amigos, tão difícil reconhecer que, apesar das dificuldades, essa seleção e esse treinador, cheios de defeitos sim, tem cumprido o papel que a competição exigiu até o momento? Esse mesmo Brasil, que teve dificuldades contra as retrancadas seleções de Venezuela e Paraguai, foi preciso e cirúrgico contra peruanos e argentinos.
Será assim tão dificultoso enaltecer o brilhantismo de Daniel Alves e Gabriel Jesus contra a Argentina (que também não é um primor, mas continua sendo a seleção de Messi)? Ou isso deve ficar em segundo plano e vamos reclamar de possíveis penalidades não marcadas a favor de "nuestros hermanos"? Desde quando ficamos assim tão polidos, responsáveis e honestos no futebol, que nem com o VAR supervisionando nos damos por convencidos?
Ah, gente, desculpa! Chega de hipocrisia barata. De buscar cliques e chancela de contundência e azedume. A fraca seleção brasileira está na final da Copa América. Sem brilhantismo vai cumprindo a missão. Se vai vencer ou não é outra história. E se vencer não quer dizer que está tudo certo, que voltamos a ser uma potência. Só se engana quem quer ser enganado. Melhor evoluir vencendo do que amargando vexames.
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