O maior jogador de basquete de todos os tempos afirmou após o seu sexto título da NBA: errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso.
Michael Jordan no parágrafo acima explicou a essência da Seleção Alemã, que mudou comportamento, a filosofia e como trabalhar o futebol.
Notoriamente conhecidos pela xenofobia na história e ainda com muitos remanescentes de uma mentalidade cativante da angústia e do preconceito atrapalhava o que era inevitável: a miscigenação do selecionado germânico. Entre os campeões do mundo, simplesmente sete jogadores são descendentes diretos ou naturalizados: Khedira, Ozil, Klose, Boateng, Howedes e Mustafi e Podolski.
Os fracassos nas Copas de 1994 e 1998, quando foram desclassificados na fase de oitavas de final, a final perdida de 2002, e as duas vezes na terceira colocação em 2006 e 2010, fora as humilhantes desclassificações ainda na primeira fase das Euros de 2000 e 2004 e a freguesia para os rivais Espanha e Itália respectivamente em 2008 e 2012 deram o tom de uma nova filosofia.
Os descendentes dos bárbaros hiper competitivos são orgulhosos, mas são susceptíveis a fracassos e começaram a repensar em vários módulos da palavra mágica: mudança; inclusive a liberação de "estrangeiros" para o selecionado obter o sucesso novamente.
Para trabalhar uma nova filosofia trouxeram um grande ídolo alemão Jurgen Klismann e o seu assessor era o Joachim Loew, não veio o título em casa, mas o time ganhou o respeito da torcida.
Foi o primeiro passo.
Após a competição de 2006, Klismann zarpou para os Estados Unidos incomodado com a imprensa alemã, Loew assumiu e levou a inúmeros "bronzes".
Mas os alemães não gostam dessa cor e os jornalistas começaram e especular e a criar matérias anedóticas, como a famigerada que o treinador comia "caquinha" de nariz.
Desviando o foco da mídia e dos preconceituosos, pois a medida dos "estrangeiros" já estava encaixada e um novo time, competente, habilidoso e que respeitava as diferenças surgia ali.
Por exemplo, Ozil é muçulmano praticante e fala fluentemente o turco, Klose e sua esposa são poloneses e falam o idioma nativo em casa para os filhos não perderem a identidade, Khedira é filho de tunisiano, Boateng tem o pai ganês, Mustafi, tem os seus pais nascidos na Albania, Podolski é polonês de nascimento e Howedes é descedente direto de noruegueses.
É uma nova etnologia alemã, mais democrática, responsável, pois muitos conheceram e foram tratados com diferenças e sabem a oconheceram a dor dos excluídos.
Aproveitando o ensejo, o técnico Loew aproveitou as ideias de outro estrangeiro, Guardiola, que comanda o Bayern de Munique e montou um esquadrão alemão diferente, baseado no toque de bola.
No Brasil, os jogadores abraçaram o país e o ambiente era o melhor possível. Cantaram o hino do Bahia, navegaram em um barco a vela, passearam pelas praias de Santa Cruz da Cabrália e simplesmente não foi um trabalho e sim um divertimento.
O resultado foi o tetracampeonato.
Mas o que mudou não foi o futebol e sim, os homens.
Os alemães pensaram, derrubaram os preconceitos, reviram os erros e se divertiram trabalhando. Foi a fórmula do sucesso que encontraram
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