Um dos mais marcantes profissionais da crônica esportiva do Rio de Janeiro, Raul Quadros morreu na madrugada do dia 13 de setembro de 2016, aos 74 anos, na capital carioca, vítima de câncer. Nos últimos anos de vida, Quadros trabalhou como comentarista dos canais SporTV.
Raul Quadros iniciou a sua carreira como repórter no Jornal dos Sports. Teve passagens também pelo O Estado de S. Paulo e pela Revista Placar, até ser contratado pela TV Globo, em 1978.
Na Globo, Raul trabalhou ao lado de Luciano do Valle, e eles acabaram se tornando grandes amigos. “Eu cresci, na minha profissão, com ele. Quando eu entrei na TV Globo, em 1978, ele já era narrador da casa e apresentador do “Globo Esporte”. Então muito do que eu sou eu devo à Rede Globo e ao Luciano do Valle, que me ensinou muita coisa. (…) Na Copa de 1982, nós fomos para a Espanha, no avião, ele me confidenciou que estava saindo da TV Globo. Ele falou que queria voltar para São Paulo, ter seus negócios e trabalhar na Bandeirantes. O Luciano me convidou para ir também. Meus filhos eram pequenos, estavam no colégio e não pude ir, mas torci por ele”, revelou Quadros quando da morte de Luciano do Valle, em 2014.
O jornalista era casado com Vera, com quem teve três filhos: Luciana, Raul e Bruno Quadros, que foi jogador do Flamengo no início dos anos 2000.
No dia 15 de setembro de 2016, a história de Raul Quadros foi contada no "Obituário" da Folha de S.Paulo:
Raul Quadros (1942-2016)
Mortes: Levou descontração ao jornalismo esportivo
Raul Quadros não se deixava intimidar pelas câmeras. Quando elas começavam a gravar, seu jeito continuava o mesmo: espontâneo, irreverente e muito engraçado.
Quadros começou a carreira como repórter esportivo na década de 70, no "Jornal dos Sports". Depois foi para "O Estado de S. Paulo". Mas foi no telejornalismo, que começou em 1980, na Rede Globo, que deixou a sua marca.
Com muito carisma, nenhuma situação o afrontava. Estava sempre com um sorriso largo no rosto.
Foi assim em um dos momentos mais emblemáticos da sua carreira, em uma partida do Flamengo. Ele não se importou que a bola ainda rolava, sentou no gramado atrás da trave e começou a entrevistar o goleiro Raul Plassman, no meio do jogo.
Outro marco foi quando arremessou o microfone, em uma transmissão ao vivo, para que Toninho Cerezo desse uma entrevista ao sair de um jogo do Brasil contra o Uruguai no Estádio do Centenário durante o Mundialito.
Sua capacidade de envolver as pessoas era incrível. E assim chegava até a notícia. Seu jeito alegre conquistou admiradores, entre eles os amigos Zico, Pelé e Rivelino.
"Nunca vou deixar de ser repórter", dizia aos colegas de redação, após assumir o posto de comentarista.
Morreu na terça-feira (13); seis meses depois de descobrir um câncer no pulmão e outro na meninge.
Deixa a mulher Vera, com quem foi casado por 49 anos, quatro filhos, cinco netos e uma herança muito importante: transformou o jornalismo esportivo em algo muito mais leve e divertido.
Adeus para um mestre do Jornalismo Esportivo
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