Lucas Severino, atacante que se destacou no Atlético-PR, tendo marcado o primeiro gol na reinauguração da Arena da Baixada, em 24 de junho de 1999, na vitória do clube paranaense sobre o paraguaio Cerro Porteño por 2 a 1, anunciou o término de sua carreira futebolística aos 32 anos, em 12 de maio de 2011, após ter atuado pela equipe japonesa do FC Tokio, mas acabou retornando ao futebol pela mesma equipe, dois meses depois, onde está até hoje.
Nascido em 3 de janeiro de 1979 em Ribeirão Preto, a "Califórnia Brasileira", Lucas começou na própria cidade, em 1996, pelo Botafogo, onde permaneceu até o ano seguinte, para em seguida se transferir para o Atlético-PR, onde ficou entre 1998 e 2000, ano em que o clube disputou a Libertadores e conquistou o título estadual.
Lucas formava o chamado "quadrado mágico" ao lado de Kléber, Adriano e Kelly, e sua boa performance acabou rendendo o convite para atuar na Europa, pelo Rennes, da França, onde ficou entre 2000 e 2003. A negociação foi uma das maiores da história do futebol brasileiro, alcançando a cifra de 21,3 milhões de euros.
De volta ao Brasil, teve curtas passagens pelo Cruzeiro (2002) e Corinthians (2003), para em seguida jogar por seis anos no futebol japonês, primeiro pelo FC Tokio e depois para o Gamba Osaka.
Retornou ao Atlético-PR em 2011 e, no mesmo ano, jogou novamente pelo FC Tokio e, após anunciar sua aposentadoria dos gramados, retornou à equipe japonesa dois meses depois.
Pela seleção brasileira sub-23 jogou 14 partidas e marcou três gols, números bem inferiores à sua marcante passagem pelo Atlético-PR, clube pelo qual vestiu a camisa em 122 jogos e marcou 61 gols.
Morando na capital japonesa, Lucas é casado com Lucia, com quem tem três filhos: João Vitor, Pedro Henrique e Maria Antônia.
Em 02 de outubro de 2013, o UOL veiculou uma matéria sobre Lucas, escrita pelo repórter Vitor Pajaro, que está abaixo, na íntegra:
Atacante mais caro que Paulinho e Fred diz que `pressão de Pelé´ atrapalhou Em uma lista encabeçada por Neymar, Lucas e Oscar, uma surpresa aparece na oitava colocação. O atacante Lucas Severino deixou o Atlético-PR em 2000 rumo ao Rennes, da França e, até hoje, mesmo esquecido no Japão onde joga desde 2011, quando encerrou uma breve aposentadoria, figura no top 10 das vendas mais caras do futebol brasileiro para o exterior.
Em entrevista ao UOL Esporte, Lucas explicou por que não deu certo depois da milionária negociação e também falou sobre sua decisão de voltar aos gramados após pendurar as chuteiras.
"O jogador não tem culpa de ser vendido pelo valor que foi. Houve um leilão, estava certo com o Olympique de Marselha, mas chegou um investidor e dobrou o valor. Aceitei, mas quando cheguei queriam que eu fizesse 30 gols por temporada. Queriam um novo Pelé", relembra o atacante revelado pelo Botafogo-SP.
Voltamos ao ano 2000. Jovem, 21 anos, artilheiro e jogador da seleção brasileira na Olimpíada de Sydney. Foi com esses atributos que Lucas foi apresentado ao Rennes, após se destacar no clube paranaense e ser negociado por 21,3 milhões de euros.
Já se passaram 13 anos, mas aquela cifra ainda está na história. Foi, por exemplo, mais rentável ao Atlético-PR do que Paulinho foi ao Corinthians em 2013 e do que Fred, ao Cruzeiro, em 2005.
Dentro de campo, porém, suas atuações não atenderam à expectativa criada após a negociação. No Rennes, foi parceiro de Luis Fabiano, mas sofreu com o baixo nível técnico da equipe.
"Eu não tinha suporte para lidar com aquela situação. O time ia mal, via meu nome no jornal e ficava magoado. Mas não acho que fui supervalorizado, eu estava bem no Atlético e na seleção olímpica. Eu fiz por merecer, estava num bom momento", conta o jogador.
Escondido no futebol francês, decidiu voltar ao Brasil para defender o Cruzeiro, em 2002. Disputou apenas sete jogos e foi negociado com o Corinthians. A passagem pelo clube paulista foi recheada de lesões e nem mesmo a ajuda de Vanderlei Luxemburgo, que o treinou na seleção brasileira, foi suficiente para reerguer a carreira.
Os gols e a felicidade voltaram apenas do outro lado do mundo. Lucas acertou com o FC Tokyo e virou ídolo dos japoneses. Após cinco temporadas no Japão, ele decidiu retornar novamente e foi apresentado ao Atlético-PR, em 2011.
"A gente sempre acha que tem razão de tudo e resolvi parar. Fiz alguns jogos e não fui bem. Falei com a diretoria, não estava rendendo o que o clube precisava. Fui honesto e tenho certeza que os dirigentes não guardam mágoa".
Lucas diz isso porque a aposentadoria não durou dois meses. Após receber inúmeras homenagens do Atlético, ele atendeu um pedido do FC Tokyo e voltou a ser jogador profissional.
"Eu já estava com uma vida diferente, tinha meus negócios no ramo imobiliário, mas acabei aceitando. Eles estavam praticamente acabados para o futebol. Falaram que era cinco meses, mas vi que ainda tinha vontade de jogar", conta Lucas.
Hoje, quase dois anos após o retorno, ele afirma que o nível do futebol japonês colabora para a continuidade da carreira. A cobrança e as críticas mais leves também favorecem a vida pessoal ao lado da mulher Lúcia e dos filhos João Vitor e Pedro Henrique. Por tudo isso, Lucas não pensa em voltar ao Brasil.
"Vou ser pai da Maria Antônia no dia 11 e não tenho a mínima capacidade de voltar ao futebol brasileiro. Tem gente que nem sabe que eu ainda estou jogando, no Brasil eu já parei", brincou.