Gil de Ferran

Ex-piloto da Indy
por Marcos Júnior Micheletti
 
Nascido em 11 de novembro de 1967, em Paris, na França, Gil de Ferran morreu em 29 de dezembro de 2023, aos 56 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco enquanto guiava um carro em um circuito na Flórida, ao lado de seu filho.
 
Deixou a esposa, Angela e dois filhos: Anna e Luke.
 
Ele chegou ao Brasil aos quatro anos de idade, adotando a nacionalidade brasileira. Atualmente mora nos Estados Unidos, em Fort Lauderdale, na Flórida.
 
Em 4 de julho de 2018 foi anunciado como diretor esportivo da McLaren, substituindo o francês Eric Boullier. Gil de Ferran já trabalhava na McLaren como consultor.
 
Flho do engenheiro Luc de Ferran, que trabalhou por quase quatro décadas na Ford do Brasil, tendo sido o responsável pela criação de diversos modelos da montadora norte-americana no País, como o Corcel II, Del Rey, Pampa, Escort, Fiesta, Ford Ka, Courrier e o consagrado motor Rocan, adotado em diversos modelos.
 
Essa ligação com os automóveis foi um elemento decisivo para que Gil se apaixonasse pela velocidade, começando pelo kart e depois passando para a Fórmula Ford (no Brasil), em 1987, estreando com o título da temporada.
 
Paralelamente, Gil estudava engenharia, mas abandonou o curso para competir na Europa pela Fórmula 3, onde sagrou-se campeão em 1992.
 
Guiou pela Fórmula 3000 entre 1992 e 1994 e sem opções para iniciar na Fórmula 1 acabou direcionando sua carreira para a América do Norte, estreando na Indy em 1995 pela pequena equipe Jim Hall, mas conseguindo vencer seu primeiro GP na categoria, em Laguna Seca.
 
Ainda pela Jim Hall, Gil de Ferran voltou a vencer na temporada seguinte, em Cleveland, e subiu ao pódio em mais três corridas: Miami, Detroit e Portland, fechando a temporada em um excelente sexto lugar.
 
Disputou as quatro temporadas seguintes pela equipe Walker, ficando com o vice-campeonato em 1997.
 
A partir de 2000, até 2003, seu último ano na Indy, Gil competiu pela fortíssima equipe Penske, onde foi bicampeão (2000 e 2001, quando a categoria era denominada Champ Car) e venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 2003.
 
Após deixar as pistas, manteve-se ligado ao automobilismo, primeiro na extinta equipe BAR (depois comprada pela Honda) entre 2005 e 2007, depois, em 2008, foi dono de uma equipe na American Le Mans Series, voltando inclusive a pilotar, mas ao término daquele ano anunciou sua aposentadoria definitiva, aos 41 anos.
 
Em 2010 associou-se a uma equipe da Fórmula Indy, fundando a De Ferran Luczo Dragon Racing, estreando naquela temporada na São Paulo Indy 300, com o quarto lugar do brasileiro Raphael Matos. Naquela ocasião, antes da prova, Gil de Ferran falou ao Portal Terceiro Tempo com exclusividade.
 
Em 2011, Gil de Ferran chegou a anunciar a presença de Tony Kanaan para guiar por sua equipe, após o baiano não renovar com a Andretti Motorsport, mas a falta de patrocínios levou o agora dirigente a fechar as portas de sua equipe. Tony Kanaan, por sua vez, conseguiu permanecer na categoria, pela KV Racing.
 
Em 2013 foi anunciado como consultor técnico da Honda para a divisão de motores de competição na Fórmula Indy, Mundial de Endurance e American Le Mans Series.
 
Em maio de 2018 começou a trabalhar com a McLaren na Fórmula 1, como consultor.
 
Gil de Ferran foi pai da cantora Anna de Ferran, que em maio de 2018 revelou estar namorando o piloto belga Stoffel Vandoorne, então na F1, pela McLaren, equipe em que permaneceu até o final de 2018, sendo dispensado e acertando com a F-E para 2019.

ABAIXO, A ENTREVISTA COMPLETA DE GIL DE FERRAN A MARCOS MICHELETTI, DO PORTAL TERCEIRO TEMPO, EM 12 DE MARÇO DE 2010, NO ANHEMBI, ANTEVÉSPERA DA 1ª EDIÇÃO DA SÃO PAULO INDY 300, NO ANHEMBI. NA OCASIÃO ELE ERA UM DOS SÓCIOS DA EQUIPE DE FERRAN LUCZO DRAGON

Portal Terceiro Tempo: Gil, qual foi sua primeira impressão quando você viu o circuito do Anhembi?

Gil de Ferran: Eu cheguei aqui no domingo (6) e a primeira impressão foi que é uma pista enorme. Realmente é um circuito de rua muito grande, muito além de outros circuitos que eu já vi ao redor do mundo. Essa empreitada não foi fácil e eu gostaria de parabenizar todo o pessoal envolvido. A Rede Bandeirantes, a ReUnion, a Prefeitura, a Dersa, a CET, enfim, estão todos de parabéns pelo tempo muito curto, e eles fizeram um trabalho muito bom.

Portal Terceiro Tempo: E o asfalto. Você chegou a andar no trajeto?

Gil de Ferran: Olha está muito ondulado. Eu não sei se piorou nos últimos dias na Marginal, com o tráfego de caminhões. Mas isso já era esperado, como em todo o circuito de rua é uma realidade com a qual nós já estamos acostumados a trabalhar.

Portal Terceiro Tempo: Vocês já tem ideia em quanto terão que levantar a suspensão para minimizar o problema?

Gil de Ferran: A gente já tem uma ideia, mas só depois das primeiras voltas é que a regulagem vai ser definida. Esse vai ser o nosso maior desafio na hora de acertar o carro, fazer com que ele passe bem por essas ondulações, não bata muito no chão, ande rápido nas retas e tenha boa aderência nas curvas.

Portal Terceiro Tempo: E com relação aos pneus, quais os compostos que a Firestone trouxe para São Paulo?

Gil de Ferran: A Firestone trouxe dois compostos: um mais mole, mais aderente e outro mais duro. E como o número de pneus duros é maior, nós vamos guardar os moles para os treinos e para o final da prova.

Portal Terceiro Tempo: E ainda sobre os pneus, qual a expectativa da Ferran Luzco Dragon em termos de paradas, em função da abrasividade do asfalto?

Gil de Ferran: Olha, a nossa expectativa é entre duas ou três paradas, no mínimo. Caso aconteçam muitas bandeiras amarelas aí o número de paradas será maior.

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Venceu 12 provas pela Indy/Champ Car e conquistou 21 poles em 160 GPs disputados.

Foi bicampeão da Champ Car, em 2001 e 2002. Venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 2003

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