São dois campeonatos longos. Excessivamente longos. O Campeonato Brasileiro por pontos corridos, com suas 38 rodadas, e o Mundial de Fórmula 1, com 21 GPs.
O motivo que leva a CBF e a FIA/Liberty Media para infindáveis certames é basicamente o mesmo: gerar mais receita.
Nem vou me alongar nesta praia.
Fato é, que tanto no futebol como na F1, os campeões serão conhecidos com muita antecedência.
O Palmeiras não tem nenhum adversário à altura que o impeça de levantar o caneco.
Não que o time de Felipão encha os olhos por um futebol exuberante e craques indispensáveis.
Mas, no comparativo, está com "muitas voltas de vantagem" para os concorrentes.
No caso da F1, Lewis Hamilton "encaixou" duas vitórias consecutivas (Espanha e Mônaco) somando quatro no total de seis corridas, com Bahrein e China, contra apenas dois triunfos do finladês Valtteri Bottas, seu companheiro de euqipe na Mercedes.
Com seis etapas, Lewis abriu 17 pontos de frente para Valtteri.
A comparação, portanto, nem é entre Palmeiras e Mercedes, mas entre o time esmeraldino e Lewis Hamilton, que caminha a passos largos para seu hexacampeonato na F1.
A Ferrari, que poderia ser comparada ao Flamengo, ao Inter ou, quem sabe o Corinthians, não mostra nenhum poder de reação para ameaçar o "Hamilton-Verdão".
Assim, entre os carros, bem antes do término da temporada, em Abu Dhabi, o britânico já poderá comemorar mais um título.
No ano passado o desfecho aconteceu com três etapas para o final, no México.
Agora, em 2019, apostaria que a "conta feche" no 17º "round", no GP do Japão, em Suzuka.
No futebol, meu colega de redação, Thiago Tufano Silva, prevê que o Palmeiras esteja com a faixa no peito na 28ª rodada, dez antes do término do Brasileirão.
A superioridade da Mercedes é tão grande que o mediano Bottas não deve ter dificuldades para ser o vice.
Já nos gramados brasileiros, a disputa pelo segundo lugar promete ser mais interessante.
É o que resta.
Fotos: Daniel Vorley/AGIF/via UOL (Palmeiras) e Alexander Nemenov/AFP/via UOL (Lewis Hamilton)
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O CANAL DO BELLA MACCCHINA NO YOU TUBE
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR TODAS AS COLUNAS DE MARCOS JÚNIOR MICHELETTI
Madrugada de domingo, 24 de outubro de 1976.
A corrida que é a "cereja do bolo" do filme "Rush - No Limite da Emoção", de 2013, é a primeira que eu tenho na minha boa memória canceriana: o GP do Japão, que decidiu o Mundial de Fórmula 1 em 76, na pista de Fuji.
Certamente eu assisti outras antes dela, mas aquela madrugada foi especial.
Eu torcia para que Niki Lauda fosse o campeão.
Lauda morreu no último dia 20 de maio, aos 70 anos.
Lutou estoicamente contra a morte depois do acidente sofrido pouco mais de dois meses antes, em Nurburgring.
No meu quarto, que eu dividia com meus dois irmãos, em cima de um pequeno gaveteiro revestido de fórmica cor de gelo, repousava um aparelho de TV de 12 polegadas, marca Baby Empire, cor de laranja.
Na sala, já tínhamos um aparelho a cores, um dos mais imponentes da época, uma Philips de 26 polegadas.
Talvez por preguiça, talvez pelo conforto das cobertas, provavelmente as duas coisas, assisti o GP lá mesmo no quarto, em preto e branco na pequena tela da TV que meu pai tinha me dado alguns meses antes de presente.
Eu achava o Hunt um sujeito arrogante e pouco merecedor de ganhar um campeonato de Fórmula 1.
Lauda era o oposto disso na minha concepção de fã, para aquilo que já me encantava na infância.
Ok, havia os brasileiros também, no caso, Emerson e Pace.
Mas a decisão, o "mata-mata", era o que interessava: Lauda x Hunt.
Debaixo de um aguaceiro dos diabos, logo na segunda volta, Lauda entrou nos boxes e abandonou a prova.
Achava que era uma insanidade ficar na pista naquelas condições.
Restava, para mim, a esperança de que Hunt (com três pontos a menos que Lauda), não conseguisse igualar o austríaco para ser campeão, pois tinha uma vitória a mais no campeonato.
Precisava de três pontos e marcou quatro, terminando em terceiro lugar, atrás do vencedor Mario Andretti e do segundo colocado Patrick Depailler.
James Hunt, campeão mundial de Fórmula 1 de 1976.
Frustrado, demorei para pegar no sono.
Em abril de 2013, entrevistei Alex Dias Ribeiro no meu Bella Macchina.
O querido Alex havia participado da prova anterior, o GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen, fazendo sua estreia pela F1 com um Hesketh patrocinado pela revista Penthouse.
Me disse, na ocasião da conversa, que assistiu James Hunt durante um treino e ficou impressionado com a maneira exuberante que o inglês estava guiando.
Daquele dia em diante, por conta do que o Alex relatou, passei a ter muito mais consideração por Hunt.
Mas, se eu pudesse viajar no tempo e voltar ao velho sobradinho da Rua das Palmas número 115, em Vila Guilherme, naquela madrugada de 24 de outubro de 1976, torceria para que Hunt ficasse pelo caminho.
Só para que o Lauda aparecesse campeão na tela da minha Baby Empire cor de laranja.
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O CANAL DO BELLA MACCCHINA NO YOU TUBE
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR TODAS AS COLUNAS DE MARCOS JÚNIOR MICHELETTI
Nem é preciso ir a um autódromo em um fim de semana de Fórmula 1 para entender a diferença entre a Ferrari e as demais equipes.
Mesmo pela tevê, é possível notar a diferença.
A Ferrari tem torcida, e ela é espontânea.
Digo isso, porque é comum, um patrocinador "fechar" um setor para convidados e vestí-los com suas cores, transformando-os de uma hora para outra em "torcedores" dos carros "A" e "B" de uma determinada equipe.
Nada contra, faz parte do jogo.
O ferrarista não "vira casaca".
É torcedor fiel.
Na Itália, inclusive, pouco importa quem esteja nos cockpits dos carros escarlates.
Importa a vitória da Ferrari.
Em 1983, o italiano Riccardo Patrese, então na Brabham-BMW, foi vaiado durante o GP de San Marino, em Imola (território encravado na Itália) quando ultrapassou o francês Patrick Tambay, piloto da Ferrari.
Patrese bateu a seis voltas para o final da corrida. Aí, recebeu aplausos dos tiffosi...
Tambay, o francês, com a Ferrari, venceu e foi ovacionado...
Resumindo: a torcida dos italianos não era pelo italiano Patrese, mas pela Ferrari conduzida por um francês...
Claro, comparações são inetiváveis.
Se fosse um time de futebol, a Ferrari estaria para o Corinthians.
O domínio da Mercedes na atual temporada da F1, com cinco dobradinhas em cinco corridas, fez o "mundo" começar a cobrar a Ferrari por uma reação...
A McLaren, que está em jejum de vitórias desde o GP do Brasil de 2012 (triunfo de Jenson Button), não é cobrada da mesma forma...
A Williams, idem. Hoje rastejando pelas pistas, não ganha desde o GP da Espanha de 2012, com Pastor Maldonado.
Duas equipes gigantes, fortíssimas em outros tempos.
A McLaren ainda tem poder de reação.
A Williams, salvo engano, precisará de muito esforço para, ao menos, voltar ao meio do pelotão.
Elas tem algo em comum.
Não tem torcedores.
Por isso, a Ferrari sempre será cobrada por resultados, seja por seus torcedores ou pela mídia.
Ela é protagonista, sempre.
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
Bella Macchina no YouTube: Clique no logo
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR TODAS AS COLUNAS DE MARCOS JÚNIOR MICHELETTI
Em coluna recente (aqui), tentei traduzir a preferência da Ferrari por Vettel a Leclerc, fruto do salário quase 13 vezes maior que paga ao alemão.
As equipes de Fórmula 1 têm todo o direito de privilegiar A em detrimento de B, faz parte.
Senna tinha todas as preferências na Toleman, na Lotus e na McLaren, mesmo quando chegou no time em 1988, rivalizando com Prost, já bicampeão.
Na Williams também teria, caso Damon Hill, em algum momento, resolvesse atravessar o seu caminho.
A Ferrari tem um histórico robusto em decisões controversas.
O episódio Barrichello x Schumacher na Áustria em 2002 foi o ápice da iniquidade.
Atitude desnecessária, imediatamente repudiada pelos "dislikes" daqueles que estavam em A1 Ring naquele domingo, antes mesmo do neologismo fazer parte de nossas vidas.
Neste GP do Azerbaijão, em Baku, Charles Leclerc poderia até ter subido ao pódio, caso a Ferrari o tivesse chamado antes para trocar seus pneus.
O monegasco largou com os compostos médios (em oitavo, após o erro na classificação, o que deve ter sido um alívio para a cúpula rossa), retardou sua parada e estava em ritmo forte no começo da prova, melhor que as duas Mercedes e a Ferrari de Vettel, todos com compostos macios.
Assumiu a ponta e poderia, após seu pit-stop, voltar em quinto (na pior das hipóteses), atrás de Vestappen, em condições de superá-lo e buscar o pódio que foi de Vettel.
Porém, para evitar um duelo entre os dois, o time italiano deixou o monegasco na pista até, pasmem, o giro 35.
Ele voltou em sexto... Ainda ultrapassou Gasly para terminar em quinto, atrás de Bottas, Hamilton, Vettel e Verstappen.
A possível alegação do time escarlate, de que pneus macios não resistiriam tantas voltas, não convenceria.
Ganhou um jogo de pneus novos na penúltima volta para tentar o giro mais rápido e, consequentemente, o ponto de bonificação.
E ele conseguiu, fez sua parte.
Como mencionei no começo, a Ferrari faz o que bem entende com seus pilotos.
É óbvio que tudo está explicitado nos contratos que eles assinam.
Para quem vê a corrida, o sentimento é de desalento, no mínimo.
A sorte da Ferrari é que ela só fabrica carros com preços estratosféricos.
Seus clientes dão de ombros para a F1, visam apenas o prazer que o Cavallino lhes proporciona, quase sexual.
Por isso, e só por isso, a Mercedes, que vende carros bem mais acessíveis, permite que seus pilotos lutem com igualdade pelos triunfos. Isso emana simpatia pela estrela de três pontas.
A Mercedes dá mais uma flechada de prata no Cavallino Rampante...
Hamilton encostou em Bottas no final e ninguém nos boxes apertou o botão do rádio para qualquer orientação.
Rosberg foi campeão desbancando Hamilton em 2016, e Bottas está com apetite para tentar o mesmo.
Enquanto isso, a Ferrari adota estratégia contrária.
Sabotagem intramuros é o fim da picada.
Pobre Leclerc.
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
Bella Macchina no YouTube: Clique no logo
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR TODAS AS COLUNAS DE MARCOS JÚNIOR MICHELETTI
Sempre fui um zero à esquerda em matemática.
O trauma aconteceu na antiga 5ª série do ginásio, hoje sexto ano do ensino fundamental.
Minha professora, Greyce, pediu que levássemos papel cartão para nos explicar algo que nunca entendi: sistema binário.
Base 2... Lembro de recortar pedaços do papel para representar isso.
Tenho um profundo respeito por quem consegue resolver uma equação de 2º grau. Se for composta, então...
Tirava o chapéu para colegas do colegial que em um piscar de olhos descobriam o horário de chegada a Cuiabá de uma família a bordo de um carro que saía de Torixoréu às 8h53 andando a 64km/h de média.
Eu ficava até comovido com tamanha destreza.
Porém, em tarefas matemáticas mais simples, no popular "arroz com feijão", eu me virava.
As quatro operações básicas e aqueles sinais > (maior) e < (menor), por exemplo.
Confesso que eu sempre fazia um risquinho nos sinais para transformá-los em 7 ou 4, o que fazia com que eu não confundisse um com o outro...
O preâmbulo (gosto dessa palavra) é simplesmente para dizer que entendo bem que 7 é maior que 4, assim como U$ 45 milhões é bem mais dinheiro que US$ 3,5 milhões...
Estes são, respectivamente, os valores salariais pagos pela Ferrari em 2019 a Sebastian Vettel e Charles Leclerc, segundo o F1 Weekends no YouTube.
Leclerc, quando assinou contrato com o time italiano, certamente sabia da condição de prioridades a Vettel, o que se repetiu, mais uma vez, durante o GP da China, no último domingo.
É "chover no molhado" dizer que as ordens vindas dos boxes não pegam bem.
"Fulano está mais rápido que você", que significa "deixe fulano passar", causa revolta mesmo quando se sabe que isso está minuciosamente explicitado em contrato.
A Ferrari paga quase 13 vezes mais a Vettel do que a Leclerc.
Esse abismo salarial justifica as decisões escarlates.
Como serve de justificativa para duelos passados, de Schumacher x Barrichello e Alonso x Massa.
Imaginem como ficaria para a "turma do financeiro" de Maranello se um sujeito desbanca alguém que ganha quase 13 vezes mais que ele...
O presidente da empresa, baseado na frieza dos números, indagaria o porquê em pagar tanto a alguém se outro faz melhor ganhando bem menos...
Isso vale para qualquer empresa.
Parafraseando Caetano, é a "força da grana que ergue e destrói coisas belas".
Na condição de espectador, gostaria de ver o talento vencer, sempre.
A floresta ganhar do cimento, o oxigênio trucidar o gás carbônico, a água afogar os agrotóxicos e o professor derrotar o capitão.
E, em um tira-teima, a poesia de Quintana dar um chapéu na matemática de Pitágoras.
CLIQUE QUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
Bella Macchina no YouTube: Clique no logo
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR TODAS AS COLUNAS DE MARCOS JÚNIOR MICHELETTI
Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.
Flamengo negocia ‘em silêncio’ com Arturo Vidal
24/05/2022O Corinthians precisa dar um jeito de se livrar de Róger Guedes. Por @TufanoSilva
24/05/2022Tentando espantar a desconfiança, Flamengo encara o Sporting Cristal no Maracanã; confira os times
24/05/2022Em busca da primeira posição geral, Palmeiras recebe o Dep. Táchira pela Libertadores; escalações
24/05/2022Empate com a LDU garante o Atlético Goianiense à próxima fase da Sul-Americana; os times
24/05/2022