Volante de muita disposição e entrega, Fábio Henrique Simplício, ou apenas Fábio Simplício, despontou para o futebol em 2000, atuando no meio-campo do São Paulo.
Em março de 2015 Fábio estava no Brasil mantendo a forma fisíca para buscar um novo clube.
No mesmo período o atleta foi até os Estados Unidos com a intenção do comprar um clube de futebol.
Natural da capital paulista, Simplício nasceu em 23 de setembro de 1979 e começou sua carreira nas categorias de base do Tricolor. Debutou na equipe profissional no início de 2000 e logo conquistou lugar no time titular. No clube do Morumbi fez 121 jogos e marcou 15 gols, conquistando dois torneios: o Rio-São Paulo de 2001 e o Supercampeonato Paulista de 2002.
Muito determinado, o volante se caracterizou pelo espírito de liderança e por ter pavio curto: em 2002, no mata-mata entre São Paulo e Santos, válido pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro, Fábio Simplício discutiu com o armador santista Diego, que marcou um gol no Tricolor e foi comemorar pulando sobre o símbolo do clube, no estádio do Morumbi.
Em 2004, foi contratado pelo Parma, da Itália, mas não repetiu suas grandes atuações. Foi negociado duas temporadas mais tarde com o Palermo e, em 2010, chegou à Roma para acerta com o time de Totti e companhia.
Enquanto estava atuando na Velha Bota, foi lembrado por Dunga, então técnico da Seleção Brasileira, e chegou a participar de dois amistosos pré-Copa de 2010.
Ao lado do técnico Nelsinho Baptista, é um dos brasileiros de sucesso no futebol japonês, tendo atuado no Cerezo Osaka na temporada 2012/13, mas não descartava a ideia de retornar ao Brasil.
Em 2014, já experiente e com a carreira consolidada, seguia no Vissel Kobe, do Japão. No ano seguinte o atleta estava no Brasil treinando por conta própria.
O jornalista Milton Neves contou uma história emocionante sobre Fábio Simplício na edição de março de 2015 da Revista Placar, confira:
Nestes quase 20 anos de apresentador esportivo de TV na Band e Record, pude presenciar muita coisa boa. E ruim também. Mas a história de vida de Fábio Simplício jamais esquecerei.
Matéria no ar no "Terceiro Tempo" da Record e Simplício sério, acanhado, mas quando sua tia-mãe contou como tinha sido difícil a vida da família naquela favela de Itapecerica da Serra, ele passou a chorar de forma compulsiva como jamais vi alguém fazer na TV.
É que sua tia exibiu a foto da mãe dele, falecida quando Fábio era garotinho, e contou algo terrível. Foi no dia em que Oficiais de Justiça, policiais e o dono do terreno do lado do barraco da família de Simplício foram executar uma reintegração de posse.
É que os tios do atualmente jogador do Vissel Kobe do Japão avançaram uns dois metros quadrados no terreno do lado para espichar o barraco onde nove pessoas viviam espremidas. Constrangidos, os dois Oficiais de Justiça ponderaram ao dono do terreno que perdoasse os invasores porque eles não tinham dinheiro.
Nisso, Fábio Simplício, com oito anos, todo enlameado após pelada no "areião" do Parque Paraíso com amigos da favela, ouviu do dono do terreno, cruel, dizendo: "Nada disso, quero meu terreno de volta e se vocês não têm dinheiro é só vender esse neguinho aí".
Simplício não parava de chorar no ar como chorou por dentro quando do triste episódio e prometeu em seu íntimo: "Vou crescer, vou jogar no São Paulo, vou ficar rico e vou comprar esse quarteirão todo aqui da favela".
Pois saibam que ele comprou tudo mesmo e construiu lá um sobradão que abriga hoje uns 20 membros de sua família como tios, primos e agregados. E banca todo mundo. Já o dono do terreno deve estar nadando no tacho do capeta.