Enéas de Camargo, um dos maiores ídolos da Portuguesa de Desportos, faz parte de uma triste lista de jogadores brasileiros vítimas de acidente automobilístico. Neste 2 de novembro de 2018, Dia de Finados, relembramos diversas fatalidades que abalaram o futebol brasileiro.
O forte impacto de Monza aconteceu no dia 22 de agosto de 1988, na avenida Cruzeiro do Sul, zona norte de São Paulo.
Enéas morreu em decorrência do acidente, quatro meses depois, no dia 27 de dezembro de 1988, após longo período em coma, por conta de uma broncopneumonia, aos 34 anos de idade.
Seus amigos, jogadores de futebol, promoveram um jogo beneficente para ajudar nas despesas hospitalares, muito elevadas, durante o tempo em que esteve internado em São Paulo.
Se tivesse sobrevivido, Enéas teria problemas de locomoção, em razão de uma lesão cervical, constatada em sua autópsia.
Depois de sua brilhante passagem pela Portuguesa, Enéas defendeu a equipe italiana do Bologna e, de volta ao Brasil, jogou pelo Palmeiras, entre outras. Seu último clube foi o CBC (Central Brasileira de Cotia), onde na ocasião do acidente ocupava cargo de dirigente.
Uma grave contusão no joelho, contraída no tempo em que jogou na Itália, o impediu de reeditar no Palmeiras os bons momentos que viveu Canindé, ainda assim marcou 28 gols pelo Alviverde. Na Portuguesa os números de Enéas são impressionantes, sobretudo considerando-se que Enéas era um meia-direita: foram 179 gols em 376 jogos disputados.
ABAIXO, OUTROS JOGADORES OU EX-JOGADORES QUE MORRERAM EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS. CLICANDO NOS NOMES (EM NEGRITO) VOCÊ ACESSA SUAS RESPECTIVAS PÁGINAS NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"
Dener, da mesma Portuguesa de Enéas foi outro craque revelado pelo clube, após uma brilhante participação na Copa São Paulo de 1991. Com apenas 23 anos, entretanto, Dener teve sua carreira tragicamente interrompida no dia 19 de abril de 1994, quando o Mitsubishi Eclipse branco em que viajava como carona no Rio de Janeiro chocou-se contra uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dener estava dormindo, com o banco inclinado e foi sufocado pelo cinto de segurança.
Ele havia passado por Grêmio e Vasco, ambos por empréstimo, e revelava o desejo de defender o Corinthians.
Adilson Miranda, campeão brasileiro pelo Internacional na campanha invicta do time gaúcho em 1979, morreu carbonizado ao lado de sua noiva, Rosângela Zanella. O Puma vermelho em que o casal viajava capotou e explodiu na BR-116 em 6 de dezembro de 1980. Eles estavam a caminho de Caraguatatuba, litoral de São Paulo, onde passariam o Natal e o Réveillon com familiares. O casamento estava marcado para janeiro do ano seguinte.
Meia-direita de origem, que passou a atuar como centroavante, Adilson teve uma passagem pelo Corinthians entre 1975 e 1976 e Coritiba antes de ser contratado pelo Inter, em 1978 (ano em que foi campeão gaúcho), onde viveu grandes momentos ao lado de Falcão, Batista e do também saudoso Mário Sérgio, entre outros. Pelo Colorado também foi vice-campeão da Libertadores, em 1980.
Roberto Batata, ponta-direita do Cruzeiro, morreu no auge de sua carreira, em 13 de maio de 1976. Ele viajava com seu Chevette de Belo Horizonte para Três Corações-MG, onde visitaria sua esposa e seu filho Leonardo, então com 11 meses de idade. O acidente fatal aconteceu na Rodovia Fernão Dias.
Tetracampeão mineiro consecutivo pelo Cruzeiro (1972/1973/1974/1975), Roberto Batata participou de alguns jogos da campanha do clube estrelado na conquista da Libertadores da América de 1976.
Dirceu, um dos destaques da seleção brasileira de 1978, na Copa da Argentina, morreu em 15 de setembro de 1995.
Ele já havia deixado o futebol, trabalhava como empresário de jogadores, e voltava para casa após uma partida de futebol com amigos quando seu Puma foi atingido por outro carro (um Monza), que disputava um "racha" na Barra da Tijuca-RJ.
Dirceu atuou por muitos clubes. Após começar no Coritiba, defendeu três equipes do Rio de Janeiro: Botafogo, Fluminense e Vasco, tendo participado da chamada "Máquina Tricolor" de 1976, ao lado de Rivellino. Jogou no Atlético de Madri e em diversos clubes italianos, como o Napoli, Ascoli e Avellino. A última equipe que defendeu foi o Atlético Yucatán, do México.
Lidu e Eduardo, ótimos valores do Corinthians no final dos anos 60, foram vítimas de uma tragédia que pôs fim a carreira dos dois amigos, que trafegavam pela Marginal Tietê, próximos à Ponte da Vila Maria.
O Fusca em que estavam bateu em uma pilastra e capotou. Eles morreram instantaneamente, no dia 28 de abril de 1969.
Mahicon Librelato foi fundamental para o Inter na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2002, marcando um dos gols diante do Paysandu, na vitória que evitou a queda colorada para a Série B.
Porém, já em férias, naquele mesmo ano, em 28 de dezembro, ele perdeu o controle de sua Ford Ranger, que caiu no mar, em Florianópolis-SC, na Avenida Beira-Mar, e ele acabou morrendo logo em seguida, com apenas 21 anos. Dois amigos que viajavam com Librelato conseguiram sobreviver, com pequenos ferimentos.
Everaldo, lateral-esquerdo do Grêmio, titular da vitoriosa seleção brasileira na Copa de 70, morreu após bater seu Dodge Dart contra a traseira de um caminhão no dia 27 de outubro de 1974, na BR-290, no Rio Grande do Sul.
Pelo Grêmio foi tricampeão gaúcho consecutivo (1966/1967 e 1968).
Considerado um jogador bastante disciplinado (chegou a ganhar o Prêmio Belfort Duarte, em 1972), meses depois da premiação agrediu o árbitro José Faville Neto e foi suspenso do futebol por um ano.
Daniel González era o quarto-zagueiro do Corinthians no ótimo elenco alvinegro que conquistou o bicampeonato paulista (1982/1983), derrotando o São Paulo nas duas ocasiões.O uruguaio Daniel González jogava no Vasco quando morreu, vítima de um acidente com seu Monza quando voltava de uma festa na casa de seu companheiro de clube, Cláudio Adão, no Rio de Janeiro, em 1º de fevereiro de 1985. Sua esposa estava junto, e apesar de ter ficado bastante ferida, conseguiu sobreviver.
Sérgio Gil, talentosíssimo meia revelado pelo Figueirense, atuou pelo Corinthians entre 1988 e 1989 e foi negociado com o Internacional (seu passe pertencia ao empresário Juan Figger).
A caminho de Porto Alegre, ainda no estado de São Paulo, Sérgio Gil bateu seu Ford Escort XR3 em um caminhão, no dia 9 de julho de 1989. Ele tinha apenas 19 anos e seu estilo de jogo era comparado ao de Zico, por sinal seu ídolo.
Edivaldo foi um habilidoso ponta-esquerda com passagens pelo Atlético-MG, São Paulo e Palmeiras, entre outros, e que também atuou no futebol mexicano, pelo Puebla.
Telê Santana o levou para a disputa da Copa do México, em 1986. Ele morreu na Rodovia Castelo Branco, no município de Boituva, quando se acidentou a bordo de seu Fiat Tempra.
Adriano José Mariano, atacante do Guarani, com passagens por Palmeiras, Atlético--MG, Grêmio Maringá e Colorado-PR, morreu com apenas 21 anos a bordo de seu Fiat 147 na rodovia que liga as cidades paranaenses de Maringá e Curitiba, em 05 de janeiro de 1980.
Revelado nas categorias de base do Guarani, Adriano fez parte do grupo campeão brasileiro de 1978 e disputava a posição com Careca no comando de ataque bugrino. Uma contusão, entretanto, dificultou a tarefa do jovem talentoso.
Em Porto Ferreira, sua cidade natal, o Ginásio Municipal de Esportes recebeu seu nome.
Alemão, atacante do Palmeiras, com passagens por Coritiba, Kyoto Purple Sanga e o Yokohama Marinos (ambos do Japão), morreu em 9 de julho de 2007, em Nova Iguaçu-RJ. Ele guiava uma Toyota Hilux com mais sete familiares, inclusive sua esposa e sua filha, que nada sofreram. No acidente também morreu seu cunhado.
Carlos Adriano de Jesus Soares, nome de batismo de Alemão, tinha apenas 23 anos e um histórico de belos gols, um deles diante do Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro de 2004, quando jogava pelo Coritiba.
Alexandre, sucessor natural de Zetti no São Paulo, era considerado por Valdir Joaquim de Moraes um goleiro tão talentoso para bater na bola quanto Rogério Ceni, além de excepcional debaixo das traves.
Ele guiava seu Kadett na BR-374 em Sorocaba-SP, no dia 18 de julho de 1992, quando sofreu o acidente que o vitimou.
Cláudio Milar (foto acima), um dos ótimos jogadores do Brasil de Pelotas na temporada de 2008, morreu no dia 15 de janeiro de 2009, quando o ônibus em que estava todo o time gaúcho caiu em uma ribanceira, próxima à cidade de Pelotas. Ele era casado e tinha um filho.
A equipe voltava de um amistoso. Além dele, outras duas pessoas morreram: o jogador Régis e o preparador de goleiros Giovani Guimarães.
Catê (foto acima), o Marco Antônio Lemos Tozze, campeão do Mundial Interclubes de 1992, pelo São Paulo, morreu em 27 de dezembro de 2011, quando viajava no Rio Grande do Sul, no município de Ipê. Seu carro, um Fiat Uno, bateu em um caminhão. Ele estava com 38 anos de idade.
Também defendeu o Cruzeiro, Universidad Católica-CHI, Sampdoria-ITA, Flamengo, Esportiva-RS e Brusque, e preparava-se para começar a carreira como treinador de futebol.
Fontes para a pesquisa: "Que Fim Levou?" do Portal Terceiro Tempo; "Guia dos Curiosos", de Marcelo Duarte e Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti
ABAIXO, HOMENAGEM A ENÉAS. VÍDEO COM VÁRIOS GOLS DO SAUDOSO MEIA DA PORTUGUESA DE DESPORTOS
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