Rádio Bandeirantes

Emissora fundada em 1937

Com estúdios na rua de São Paulo, surgiu nos ares brasileiros a Radio Bandeirantes, exatamente a 6 de maio de 1937. Tinha como escopo estabelecer novos rumos no radio paulista, iniciando com programas religiosos, programas culturais e educativos, tudo dentro da alta linha e sensatez. Seu primeiro locutor foi Joaquim Carlos Nobre, encarregado de colocar a emissora no ar. Durante algum tempo, a estação se manteve. Depois, o orçamento sofreu abalos surgiu então, José Nicolini, um dos fundadores da organização, para  superintendê-la  e o fez com grande eficiência. Pouco tempo depois a  H-9 brilhava nos programas de auditório na rua São bento: deve se dizer que até ai, sua denominação era simplesmente, Radio Bandeirante. Mais tarde passou a ser, Bandeirantes. Agora na rua São Bento e com os programas de auditório dando certo, veio à contratação de Otavio Gabus Mendes, Rosalia Ferrari, Sagramur Scudero, Lolita Rios, Armando Peixoto, Farid  Riskalla e outros. Mais tarde num concurso em São Paulo, foi eleita a "mais popular emissora paulista?, o que provocou uma verdadeira cisão no radio paulista. Estava em projeção ainda Otavio Gabus Mendes, o maior radialista brasileiro, Ivani Ribeiro. Jaime Moreira Filho,  o Capitão Balduino, com seu magnífico e movimentado "Chalaça?, apresentando nos bairros projetando-se  Pagano Sobrinho e  outros. Pertenceu  a  "emissoras unidas?, desligando-se  quando voltou  a contar  com Otavio Gabus Mendes.

Que passou a ter também  Osvaldo Moles, Luiz de Oliveira, Tilde Serrato, Aramis de La Torre e outros. No inicio de 1947, a Bandeirantes foi adquirida por Adhemar de Barros  que usou  para fins de política. Já eleito governador  motivo pelo qual Adhemar necessitava de um veiculo de comunicação, verificou ele, que seu negocio estava fazendo água no setor financeiro. Para curar esse terrível mal. Doutor Adhemar chamou seu genro João Jorge Saad, até então vendedor de terrenos numa imobiliária. Com muita competência João Jorge Saad saneou as finanças da emissora. Dando por encerrada a missão. Adhemar pensou bem e disse: João: Quer ficar com a radio? Ele não pensou duas vezes. Ficou a impressão que João Jorge Saad,  nasceu para tocar uma emissora de radio. Topou na hora.

Estando na rua Paula Souza, zona cerealista da cidade de São Paulo,  a Radio Bandeirantes foi seguindo o seu destino. Até que, em 1955, veio o projeto que a colocou entre as primeiras emissoras em audiência. Criou-se o clube RB, em os ouvintes tinham uma carteirinha com foto e concorriam a prêmios.

A chamada era: O CLUBE RB VAI PREMIAR VOCÊ...

Até esse modesto ser, que escreve, ganhou um pacote de  5 Kg de  Arroz Brejeiro. Premio este que fui retirar na avenida Ipiranga 1248, escritório da emissora. Outra tacada genial. Aparelhos de Radio com som somente da radio bandeirantes, eram distribuídos  aos bares da cidade. Quem ali entrava tinha que ouvir a mais popular emissora paulista, mesmo que fosse assíduo   ouvinte de outra emissora. Infelizmente esse negocio foi proibido pela justiça a pedido de alguma outra emissora.

Nessa ocasião o, diretor artístico era,  Henrique Lobo. "É disco que eu gosto? Programa que ele apresentava às 14 horas diariamente em dias úteis. Telefone pedido bis, diariamente  com Enzo de Almeida Passos, com destaque para os sábados. Com as mais pedidas da semana. Por onde se passava  ouvia-se  a voz de Enzo. Os brotos comandam com Serginho Galvão  a atração da tarde que antecedia o período  obrigatório de a emissora "sair do ar?  para a transmissão  de a voz do Brasil. Era o chamado descanso das válvulas. Onde a bandeirantes perdia em audiência, era nas transmissões esportivas onde a radio pan-americana denominada emissora dos esportes vencia. Mas em 1957 numa arrojada ação de Edson Leite, a bandeirantes contratou Pedro Luiz e Mario Moraes, já  pensando em 1958, ano da copa do mundo de futebol. Ai ficou a bandeirantes com o reinado da audiência, anos a fio.

A radio bandeirantes ousava em novidades. Era copiada por todas as outras emissoras. Penso que o projeto de padrão de qualidade da rede Globo de televisão foi copiado da radio bandeirantes. Porque Abelardo Barbosa, dizia. No radio e TV nada se cria tudo se copia. E a Bandeirantes criava, e como criava. Em 1965, ela saiu do seu modesto reduto central  zona cerealista, Rua Paula Souza 181, para o majestoso prédio do edifício Radiantes, no Morumbi. Hoje aquela pequena emissora, é um conglomerado de emissoras, que congrega varias irmãs que foram nascendo com o correr do tempo. Sem que o  seu pai  adotivo pudesse ver. Dele, ficou a semente  saneadora de 1947, que seu filho levou avante. 

Texto e Pesquisa: Mario Lopomo

 

João Jorge Saad, de simples tapa buraco, de seu sogro, acabou sendo o dono de uma  grande emissora de radio. Pequena, até então.  Ela fora comprada para fazer campanha política, naquele ano de 1947. estava a beira da beira da falência, depois da eleição vitoriosa de Adhemar de Barros, seu dono.

João Saad, chamado a intervir saneou a dividas da emissora e entregou de volta a seu sogro, o então governador Adhemar de  Barros. Foi   ai que ouviu: João, fica com esse negocio, Você é jovem, vai em frente meu filho. Fé em Deus e, pé na tabua!

Edson leite, Fiori Giglioti e Pedro Luis.

Em 1957 A bandeirantes contratou Pedro Luis, para fazer a dobradinha  com Edson Leite, na transmissão da copa do mundo do mundo de 1958, na Suécia. Na esteira dessa contratação, veio tambem o comentarista esportivo, Mario Moraes.

Pouco antes do inicio da  copa de 1978, a radio bandeirantes, já estava transmitindo direto da Argentina. Ai nesta foto era o programa  as  mais-mais, com a participação de Osvaldo dos Santos então diretor de esportes, Salomão Esper,  Fiori Giglioti o locutor titular tambem participou do programa (Foto site do Milton Neves)

 

Pedro Luiz Pauliello, de 1957 até outubro  de 1963 deu a radio bandeirantes momentos de gloria, não só pelas suas brilhantes transmissões, como pelos comentários emitidos. Todas as noites depois da Hora do Brasil tinha gente que ligava o radio, para ouvir o comentário mais comentado da cidade. Não só os ouvintes, as seus colegas de profissão,achavam o Pedro o maior de todos. De Darcy Reis, ouvi pelo menos três vezes.

Fiori Giglioti teve desde Outubro de 1963 até  o final  de 1980, a companhia de Mauro Pinheiro, como comentarista dos jogos que transmitia. Mauro Pinheiro, o comentarista que realmente sabe comentar, dizia Fiori, toda ves que o chamava para tecer considerações a respeito da partida. (Foto.Site Milton Neves) .

Flavio Araujo é outro veterano da radio bandeirantes, entro em 1957, ficando por muitos anos. Correto, leal, ético. Transmitia futebol e Box como ninguém. Era chamado de o homem que "andava em cima da bola?. Hoje se encontra muito bem de saúde morando em Águas Claras.

                             

Capitão Barduino  Caipirou o Brasil por muitos anos = Vicente Leporace de 1963 a 1978,  fez o Trabuco, somente a morte o separou da Bandeirantes =Humberto Marçal, era a voz padrão da radio, participou de vários programas: Mil Discos é o limite 1961, Show das 10 durante muitos anos, locutor dos noticiário como 1º hora = Muibo Cury e Silvania Alves, representa a velha e a nova geração da radio, Muibo era o mais antigo funcionário da radio, era a referencia para  os colegas. Nos deixou um dia depois do Natal de 2009. Silvania Alves é produtora, apresentadora, locutora, e quando falta alguém, para a direção artística da emissora não há problema, ela está lá.

Muibo Cury, Sergio Galvão, Wanderlei Cardoso, Fernando Solera, Altemar Dutra.

 Barreto(Muibo) Nascin Filho chefe do sertanejo e Barroso, que formava a dupla com Muibo. Saudade.

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A Programação da tarde em 1969, era a que vai abaixo


Rubens Moraes Sarmento. Quando foi chamado a fazer o programa Almoço a Brasileira, já era um veterano na radio Bandeirantes. Que eu me lembre ele estava na radio, desde  1958. Fazia um programa noturno somente sobre musicas antigas. Tinha uma enorme audiência. Alem de falar de musicas ele  fazia comentários sobre o cotidiano do  Brasil. Metia o pau sem dó nos políticos. Como São Paulino, gostava de dizer que carregava a cruz com classe. Foi um formador de opiniões. Foi de sua responsabilidade, a oficialização do Carnaval Paulistano,quando fez o pedido ao prefeito. Alem disso conseguiu do prefeito Faria Lima, tirar a mãe do atleta bi campeão olímpico do  salto triplo, Adhemar Ferreira da Silva dos trabalhos de limpeza dos banheiros da galeria Prestes Maia. Achava ele um insulto a mãe de um campeão fazer tal serviço. Gostava muito do prefeito Faria Lima de quem foi grande amigo.Moraes Sarmento gostava de contar historias. Nos intervalos comerciais e das musicas  juntamente com o telefonista na noite o, Zé Pedro (fuscão preto) contava historias e piadas. Moraes Sarmento tinha uma grande magoa, e desabafou um dia a mim. A, de não poder usar o nome de Baile da Saudade pelos  salões da capital e  interior, quando  se  apresentava  com Altamiro Carrilho e seus músicos e cantores da velha guarda.  Quem proibiu foi o cantor Francisco Petrônio, depois que gravou uma musica com esse nome, registrou para si como de sua autoria o, nome baile da saudade, impedindo Sarmento de usá-lo. Moraes Sarmento a partir dai, nunca mais tocou discos de Francisco Petrônio. No dia que fomos dar o ultimo adeus ao grande companheiro, observamos lagrimas de crocodilo molhando o caixão.

TELEFONE PEDINDO BIS. Com Enzo de Almeida Passos, Foi talvez o programa de maior audiência da radio Bandeirantes, principalmente nos anos finais da década de 1950. Aos sábados, quando Enzo apresentava as mais pedidas da semana. Por qualquer parte da cidade de São Paulo, fazia eco a voz do apresentador. Na metade dos anos 1960, o governo impediu o uso do telefone em programas de radio, o que prejudicou bastante a estrutura do programa. mas algum tempo depois, tal lei foi revogada e Enzo passou a fazer o programa ao original.

Alfredo Borba, um dos poucos que entendiam de discos naqueles anos 1960. fazia uma analize das mais perfeitas, desde a mixagem até a interpretação dos cantores (as). Quanto o disco não prestava ele quebrava. E no radio não da para enganar, o ouvinte tinha que ouvir o barulho da quebra.


Luiz Aguiar, esse também foi um grande nome do radio paulista. Era locutor esportivo, e repórter de campo, no grande time formado no tempo de Pedro Luiz. depois se enturmou no movimento Jovem Guarda, fazendo o programa os Brotos Comandam, que era apresentado anos antes por Sergio Galvão. Luiz Aguiar deixava o chefe da discoteca, Fausto Macedo com os poucos cabelos que tinha, em pé. Aguiar, fazia um desafio aos ouvintes. Eles por telefone tinham que pedir uma musica das mais complicadas. Se, os discotecários não conseguissem colocar o disco para tocar em um minuto, o disco era do ouvinte que fosse o vencedor. Fausto nunca gostou dessa brincadeira, achava que daquele jeito a discoteca da bandeirantes ficaria sem muitas preciosidades. Ate ele Fausto, se desdobrava em ajudar a procurar  o disco.Quem morria de rir era Nilton Miranda, o que mais sabia onde encontrar os discos que o ouvinte pedia. Era difícil o ouvinte ganhar.

José Paulo de Andrade, era chamado por Fiori Gigliotti, de o, acadêmico do radio. Na verdade Zé Paulo era eclético. Alem desse programa, Balanço Bossa e Brasa, fazia abertura das jornadas esportivas, Transmitia futebol, (era, o rei da rua javari), Campinas também era seu habitat. Era repórter de campo. Fazia o Radio Jornal Primeira Hora, e o Boletim atualidade esportiva as 7,55, antecedendo Vicente Leporace com o Trabuco. Como gostava de trabalhar esse cara.

Miguel Vaccaro Neto, se especializou em pegar todos desprevenidos em não dizer, NÃO. Em um minuto, quem não dissesse essa palavra ganhava um premio. Que eu saiba somente uma pessoa conseguiu tal façanha. O maior freguês de Miguel Vaccaro, era  Celso Teixeira. teimosamente ele vinha toda semana para tentar vencer. Quando Miguel falava começou. Celso dizia, Pois não...

Gióia Junior, fechava as tardes da Radio Bandeirantes. Chega de prosa, era um programa que ia ao ar, das 18 hs as 18,30. Depois vinha o Esporte e, a seguir a Voz do Brasil. Gioia Junior era poeta, deputado federal e tambem radialista.

 Um grande musical com o rei da vós, Francisco Alves. As noites musicais da radio bandeirantes, tinham somente artistas de primeira linha. A radio Bandeirantes dava-se ao luxo de ter duas orquestras.

A Radio Bandeirantes hoje é um conglomerado de transmissões, comandado por João Carlos Saad, filho  do grande seu João, que nem parecia que era o nosso patrão dado a amizade que tinha com todos os funcionários. No dia do "seu João? em que a festa fervia, não se sabia quem era o João, dono da festa. Ele estava misturado a turma. Ditava o rumo da festa, pegava o microfone, fazia o sorteio dos brindes como se fosse o animador das velhas quermesses. Numa dessas festas a sorteada foi a jornalista Solange Borges, que não vinha comparecia para pegar o prêmio. Alguem gritou: Ela esta trabalhando para o noticiário da noite. Então pede para ela parar um pouco, e que venha buscar seu prêmio, disse ele. Isso que era Patrão!

Por Mário Lopomo

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