Pedro Borzato Filho, o Peri, ponta-esquerda do Corinthians, nos anos 60 e 70, divorciado, um casal de filhos, um neto, morava no bairro Bela Vista, em Osasco (SP), onde trabalhava como olheiro de garotos do ECO (Esporte Clube Osasco). Deixou sua amada cidade e se mudou para Recife (PE). Morreu no dia 31 de agosto de 2016, após sofrer um grave acidente. Ele caiu de uma escada e bateu a cabeça no chão, infelizmente não resistiu.
Peri começou a carreira no futebol no Cobrasma, time amador de Osasco. Depois, foi para os juvenis do Timão em 1966, com o técnico Rato. Em 1971, ele foi lançado no profissional pelo treinador Aymoré Moreira.
No mesmo ano, Peri entrou jogando no dia 25 de abril de 1971, numa tarde gelada de domingo de 8 graus no Morumbi, no célebre dia em que o seu Corinthians ganhou de virada do favorito Palmeiras por 4 a 3. O técnico Francisco Sarna escalou: Ado, Zé Maria, Sadi, Luis Carlos Gálter, Pedrinho, Tião, Rivellino, Lindóia depois Natal, Samarone depois Adãozinho, Mirandinha e Peri. Apitou Armando Marques, que expulsou Leivinha e Rivellino, e os gols foram marcados, pela ordem: César Maluco, César Maluco, Mirandinha, Adãozinho, Leivinha, Tião e Mirandinha."Foi um jogo inesquecível", ressalta o ex-ponta.
Mas, ainda em 1971, no dia 6 de junho, na partida Corinthians 1 x 0 São Paulo, Peri viveu um grande drama. Ele teve a perna esquerda fraturada após dividir uma jogada com o veterano meia-esquerda Gérson. "Não sei se ele teve maldade ou não. Eu sei que a fratura atrapalhou muito a minha carreira no Corinthians", lembra.
Recuperado da fratura, o ponta-esquerda foi emprestado em 1972 para o Remo. Pelo time paraense, ele foi campeão estadual e participou do Campeonato Brasileiro. "Foi a primeira vez que o Remo disputou um campeonato nacional", diz Peri, que em 1973 teve seu passe comprado pelo Bahia.
"No Bahia eu joguei com o Buttice, Sapatão (hoje técnico), Roberto Rebouças, Natal, Douglas e outros grandes jogadores. Só não fiquei lá porque o Paulo Maracajá (presidente) não pagou o Corinthians e tive de voltar para o Parque São Jorge", comenta.
Depois de fazer parte da equipe corintiana que foi derrotado pelo Palmeiras, por 1 a 0, na final do Paulista de 1974, o ponta ganhou passe livre e o emprestou ao Sport Recife, equipe na qual tinha jogadores como Luciano Coalhada (jogou depois no Corinthians), Tóinho (goleiro que defendeu o São Paulo), o zagueiro Djalma, o lateral Cláudio Mineiro e o artilheiro Dario, o Dadá Maravilha.
Com a camisa corintiana, segundo números do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte, Peri atuou 34 vezes. Foram 14 vitórias, 10 empates e 10 derrotas. O ponta-esquerda marcou apenas um gol pelo alvinegro do Parque São Jorge.
Em 76 e 77, ele atuou no Operário (MS). "Lá no Operário eu fui muito bem. Nós fomos bicampeões invictos e em 77, sob o comando do saudoso Castilho, chegamos em terceiro lugar no Brasileiro", lembra orgulhoso o ex-jogador, que ainda jogou no Internacional (RS), em 78 e 79, no Atlético Paraense, em 80 e 81, no Remo (por empréstimo em 1972), e no Central de Caruaru (PE), em 82, quando encerrou a carreira.
"O Internacional que eu joguei tinha um timaço. Jogavam comigo o Valdomiro, Falcão, Caçapava, Adilson, Jair, Gasperim e até o Wanderley Luxemburgo, que era o lateral-esquerdo", conta.