Ney Gonçalves Dias é um conhecido jornalista e radialista brasileiro.
Atualmente trabalha na Rede Brasil, emissora em que ingressou a partir de 2008.
Natural de Serrania (MG), foi criado em Muzambinho, no Sul de Minas.
Lá, dona Elza, mãe de Ney, tinha uma irmã chamada Irani Abrão, saudosa senhora que foi madrinha de crisma de Lenice Neves, esposa de Milton Neves.
Dona Irani Abrão, secretária do Colégio Estadual Professor Salatiel de Almeida, de Muzambinho, por 25 anos, era filha do popular "Zé Abrão", tio de Ney e maior jogador de "Pif-Paf" e "Buraco" dos carteados sul-mineiros. Ney passou por todas as grandes emissoras do país, como Rede Globo (fez grande sucesso na TV Mulher na década de 1980), Record, CNT, Manchete e SBT. Também apresentou diversos programas de rádio ao longo da carreira.
Seu principal trabalho no rádio foi como âncora do "Jornal de Integração Nacional", criação do saudoso Fernando Luiz Vieira de Mello, na Rádio Jovem Pan de São Paulo. Lá, entre os anos 70 e 80, quebrou paus históricos com o Velho Barão, Wilson Fittipaldi, e com o saudoso botafoguense Oswaldo Sargentelli. Em 2008, passou a ancorar dois telejornais diários na Rede Brasil de Televisão, em São Paulo.
Milton Neves, em começo de carreira, levou a maior "carraspana" de Ney Gonçalves Dias. Leia abaixo a história, tirada da biografia de Milton Neves.
"1972: Repórter de trânsito, o aprendizado
Junho de 1972. Clóvis Messias, famoso repórter, estava saindo da Pan para a Bandeirantes. Vaga aberta, Milton Neves foi escalado para trabalhar com Benê Braga, responsável pelas notícias do trânsito. Só o fato de participar de uma equipe como a da Jovem Pan, que tinha nomes como Wilson Fittipaldi, o Barão, Joelmir Betting, Randal Juliano, Antônio Del Fiol, Orlando Duarte e Lia de Aguiar, já emocionava o garoto de Muzambinho.
Foi ganhando experiência no microfone, nas tardes da Pan, com os boletins de trânsito escritos por Benê Braga. Logo no inicio do estágio, entretanto, Benê saiu de férias e deixou com Milton a incumbência de passar o dia inteiro falando sobre trânsito. Pior, de manhã teria de ser ao vivo, no "Jornal 7:30", comandado por Ney Gonçalves Dias. Detalhe, já em 1972 a Jovem Pan fazia o que hoje chamam de "JP SAT", Band SAT, Globo SAT, etc. "Era o Jornal de Integração Nacional".
"Pedi uma lista de congestionamentos para um funcionário do Detran. Ele me sacaneou e escreveu um monte de absurdos. Eu dei no ar, ao vivo."
Apavorado, Milton explicou que não conhecia nada de São Paulo, a não ser a república onde morava, a faculdade na avenida Paulista e o ponto de ônibus que tinha de descer para chegar na avenida Miruna, 713, sede da Rádio.
Antes de viajar, Benê o acalmou e deixou em suas mãos uma "segura" relação de congestionamentos, explicando como era fácil: "de manhã você congestiona a 23 de Maio no sentido bairro-centro, e à tarde inverte".
No começo até que deu certo. Um dia, porém ele chegou à sede do Detran, na sala de Imprensa e descobriu que numa mudança de mesas a sua "segura" relação de congestionamentos havia sumido.
Faltavam poucos minutos para entrar no ar ao vivo, o jovem locutor sem os seus congestionamentos. Pediu ajuda ao funcionário, Sargento Antônio Sol, uma listinha qualquer, só para quebrar o galho. Sol achou que era brincadeira. Afinal, ouvira várias vezes aquele rapaz de voz forte apresentar com precisão as notícias do trânsito. Diante da insistência, porém, fez uma lista maluca de congestionamentos com cruzamentos absurdos, pensando em entrar na brincadeira.
Milton achou que era sério, e na chamada de Ney Gonçalves Dias, atacou sério: a Avenida 23 de Maio está congestionada na altura do viaduto Aricanduva, com grande movimento de caminhões...
"O Ney Gonçalves Dias me tirou do ar, ligou no telefone direto e avisou Fernando Vieira de Melo: foi o maior esporro que já tomei em toda minha vida."
Ney o cortou na hora, fazendo uma brincadeira. Mudou de assunto, falou de horário de vistoria de veículos no Detran e tirou Milton do ar. Pediu uma gravação à técnica e ligou no telefone direto para a sala do Detran. Coincidentemente neto do "Zé Abrão" e filho de dona Helena, também de Muzambinho, Ney Gonçalves Dias não perdoou e segundo Milton, foi o maior "esporro" que tomou na vida, por ter virado a cidade de cabeça para baixo.
Chorando, foi ouvir o pedido de desculpa de Toninho Sol, que até hoje acha que Milton estava brincando quando pediu a lista de congestionamentos.
Com o tempo Milton foi conhecendo os segredos de fazer boletim de trânsito, como aqueles que o setorista da Pan, José Netto (até hoje no posto) fez na época para a Rádio Marconi, numa semana de feriado.
Zé Netto combinou uma pescaria com amigos e gravou 50 boletins de trânsito para dez dias, com congestionamentos, ruas alternativas e até recomendações de cuidados para o feriado prolongado nas estradas. Sorte e experiência juntos, fizeram dar tudo certo naquela semana. É claro que José Netto foi ajudado pela ausência de audiência da Rádio Marconi."
Em 18 de novembro de 2018, Ney Gonçalves Dias participou do Domingo Esportivo Bandeirantes. Confira a íntegra da entrevista: