Doval

Ex-atacante do Fla e do Flu
O argentino Narciso Horacio Doval, ou simplesmente Doval, grande centroavante do Flamengo e do Fluminense nos anos 70, morreu no dia 12 de outubro de 1991, em Buenos Aires, capital da Argentina.

Doval começou a carreira no San Lorenzo e chegou ao Flamengo em 1969. Pelo clube da Gávea, até 1975 (chegou a ser emprestado ao Huracán, em 1971), atuou em 263 jogos (145 vitórias, 65 empates, 53 derrotas) e marcou 95 gols (fonte: Almanaque do Flamengo - Clóvis Martins e Roberto Assaf). Chegou ao Flu e também foi artilheiro e de quebra foi campeão carioca de 1976.
 
Nascido no dia 4 de janeiro de 1944, Doval era um centroavante muito brigador e por isso colecionou fãs no rubro-negro carioca e no Tricolor das Laranjeiras. No final da carreira, ele retornou à Argentina para pendurar as chuteiras no San Lorenzo.
 
O site Terceiro Tempo recebeu no dia 30 de janeiro de 2011 do internauta Almeidão (robe.alme@ig.com.br), de Tatuí/SP., o seguinte e-mail:
 
Miltão, vc falou do Doval e eu fui pesquisar. Olha o que eu achei: "Doval, em 1976 trabalhava na fronteira do Brasil com Uruguai, na cidade do Chui, e neste verão nas férias do futebol passou o grande Doval. Pedi a ele uma camiseta, naquela ocasião jogava no Fluminense, ele falou que só tinha uma e usaria em Punta del Este, e no retorno me daria a camiseta, pensei não vai me dar nada. Para minha surpresa levou um mês para o retorno e meu deu a camiseta. De uma marca que não existe mais, chamada AThleta. Ele tinha uma puma conversivel com capota de lona. Tinha um rasgo na lona e me pediu uma linha e amarramos, pois erá noite e estava ventando bastante. Gente fina o Diabo Loiro,  como erá chamado na época, neste período eu trabalhava na Aduana Brasileira. João Francisco Correa dos Santos." 
 
Abaixo, um post do blog Patadas y Gambetas, do jornalista Tales Torraga, sobre Doval:

Louco Doval morria há 25 anos: os 25 itens que contam sua história no Rio

Tales Torraga
12/10/2016

Carlitos Tevez e Loco Doval.

Para a Argentina, os dois argentos mais idolatrados no Brasil.

(Atrás viriam D´Alessandro, Sorín e Conca.)

Tevez está fresquito na memória. Hoje é dia de fazer o mesmo com Doval. Sua morte, imprevisível como sua vida, completa 25 anos nesta quarta-feira (12).

Revelado pelo San Lorenzo no famoso time chamado de Los Carasucias pela irreverência, Doval foi trazido ao Flamengo por Tim, seu técnico em Buenos Aires. Daí para fazer história no Rio como "Louco Doval" ou "Diabo Loiro", um pulo.

Nos 25 anos de sua morte, contamos 25 curiosidades deste incrível personagem.

1. "Doval é para o Rio o que Pelé é para o restante do Brasil", chegou a publicar o jornal "Clarín", o maior da Argentina. Em termos de idolatria, bem verdade.

2. Os primeiros dias de Doval no Rio em 1969 foram vividos no apartamento de outro argentino famoso no Brasil dos anos 70: o goleiro Andrada, do Vasco.

3. Teve problemas no Flamengo em 1970 com o autoritário técnico Yustrich que queria cortar seus cabelos e ditar suas roupas.

4. Os conflitos resultaram em sua volta à Argentina, mesmo a contragosto. Jogou em 1971 no Huracán e foi treinado pelo histórico César Luis Menotti.

5. Foi sob o comando de outro histórico – Zagallo – que retornou ao Flamengo em 1972 para fazer a inesquecível dupla com Zico.

6. Foi sondado para jogar no Racing da França. "Que França? O Rio é muito melhor. Nem louco vou morar onde faz tanto frio". Ipanema era o seu lugar no mundo.

7. Mudou para o Fluminense em 1975 e passou a ouvir a torcida do Flamengo o chamar de `chincheiro´ – `maconheiro´.

8. Gozava com sua fama de maconheiro. Costuma responder `sou mesmo, e daí?´ só para encerrar o assunto. Dizia se cuidar. E usava suas atuações para comprovar.

9. Brincava que não aceitaria jogar no Vasco "porque ficava longe da praia".

10. Dizia que usava a praia para treinar o físico jogando vôlei, futevôlei e fazer caminhadas. Era fanático por tênis.

11. Tão ídolo, virou até música, de Marcos Valle: "Parece que finalmente resolvemos o dilema, Dario e Doval jogando juntos sem problemas…".

12. Poucos sabem, mas Doval se naturalizou brasileiro: há exatos 40 anos, em 1976. Dava entrevistas dizendo "Nós, brasileiros…".

13. No Flamengo, cavava faltas para Zico cobrar. No Fluminense, fazia o mesmo para Rivellino. Brigava, xingava, provocava. Enlouquecia a torcida.

14. Fez um dos gols mais celebrados do Maracanã (127.052 pagantes), o que deu o Carioca de 1976 ao Fluminense aos 13 minutos da prorrogação contra o Vasco.

15. Impressionante média de público daquele quadrangular final: 91.140 por jogo.

16. Não se intimidava com as patadas que levava dos zagueiros do Rio. Chegava perto deles e dizia: "Hoje vou dar a primeira". E metia o pontapé sem dó.

17. Chegou a ser cotado por Menotti para jogar a Copa de 1978, quando estava ainda no Fluminense, mas a pecha de indisciplinado o tirou qualquer chance.

18. A pinta de galã lhe rendeu vários convites para atuar em novelas. Dizia não ter tempo. Preferia curtir as praias de Ipanema.

19. Viajou à Espanha na Copa de 1982 para torcer – na arquibancada – pela seleção brasileira, algo hoje impensado, ainda mais para um naturalizado.

20. Era um notório mão de vaca. Tomava café e comia na rua e saía sem pagar nada: "Ídolo não mexe no bolso", brincava.

21. Zico conheceu Sandra, sua esposa há 41 anos, porque ela era fã de Doval e ia aos treinos do Flamengo para suspirar pelo argentino.

22. Doval era muy amigo do argentino Héctor Veira, que foi jogar no Corinthians quase como pretexto para visitar Doval no Rio de Janeiro sempre que podia.

23. Em 2001, ficou em terceiro em votação da revista `Placar´ como melhor gringo a jogar no Campeonato Brasileiro. Ficou atrás de Figueroa e Pedro Rocha.

24. Morreu aos 47 anos na saída de uma boate de Buenos Aires depois de comemorar uma vitória do Flamengo: parada cardíaca, causa da morte do pai.

25. Sua trajetória no Rio está para virar filme, este aqui.
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Pelo Flamengo:

Atuou em 263 jogos, sendo 145 vitórias, 65 empates e 53 derrotas. Marcou 95 gols.
Fonte: Almanaque do Flamengo, de Roberto Assaf e Clóvis Martins.

Clubes que defendeu:


San Lorenzo (1962 a 1969);
Flamengo (1970);
Huracán (1971);
Flamengo (1972 a 1975);
Fluminense (1976 a 1979) e
San Lorenzo (1980).

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