Não foi fácil para o São Paulo vencer sua primeira Libertadores da América, há exatos 23 anos.
Após perder a primeira partida da final por 1 a 0 para a equipe argentina do Newell's Old Boys, em Rosário (gol de Berizzo, de pênalti), o Tricolor recebeu o a equipe adversária para o embate decisivo no Morumbi, na noite de 17 de junho de 1992.
Telê Santana, em seu segundo ano como treinador do São Paulo, levou a campo sua melhor formação, com Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Müller (Macedo), Palhinha e Elivélton.
Mais de 105 mil espectadores viram Raí, de pênalti (sofrido por Macedo), devolver o placar do adversário. O técnico do Newells, Marcelo Bielsa (atualmente no Olympique de Marseille) balançou a cabeça, considerando que o atacante são-paulino simulou a infração.
Restavam 20 minutos para o final quando Rai cobrou firme, rasteiro, no canto direito do goleiro Scoponi.
O Tricolor, que era presidido por José Eduardo Mesquita Pimenta, tentou a virada para evitar a decisão por pênaltis, abrindo a possibilidade para os perigosos contra ataques dos argentinos, mas o placar acabou inalterado até o apito final do colombiano José Torres Cadena
Berizzo, autor do gol na Argentina, perdeu sua chance. A bola tocou na trave esquerda de Zetti.
Raí, o principal jogador são-paulino na ocasião, foi o primeiro a bater para o São Paulo e converteu.
Zamora marcou o primeiro gol para os argentinos e o lateral-esquerdo Ivan fez 2 a 1 para o São Paulo.
Llop deixou as coisas iguais, marcando em sua vez. Aí, foi a vez do Tricolor perder um pênalti, com o zagueiro Ronaldão, que bateu no meio do gol, fácil para o goleiro argentino Scoponi.
Na sequência o Newell's perdeu mais um, com Mendoza, que chutou longe, pelo alto. Cafu marcou o terceiro gol do São Paulo, que ficou na torcida pelo erro do adversário, que acabou acontecendo, quando Zetti voou no canto esquerdo e defendeu o tiro de Gamboa. Pintado, que seria o quinto são-paulino a cobrar, nem precisou bater, o São Paulo vencia por 3 a 2.
O gramado do Morumbi, então, foi invadido por milhares de torcedores, que comemoraram junto ao elenco do São Paulo o feito inédito, que se repetiria por mais duas outras vezes, em 1993 e em 2005.
Kalef João Francisco, então diretor de futebol do São Paulo, lembra de uma história de bastidores envolvendo as duas partidas decisivas.
"Quando jogamos contra o Newell's, na Argentina, eles não nos deixaram treinar no campo deles. Então, no jogo de volta, eu disse que não poderia acender os refletores para o treino deles. O Bielsa ficou bravo. Eu disse que nosso eletricista morava em uma favela e não poderia acender as lâmpadas. O Bielsa queria buscá-lo na favela (risos). Então, eles fizeram apenas um aquecimento no gramado do Morumbi, às escuras mesmo", relembra Kalef.
Foto: Revista Placar
Abaixo, o vídeo da segunda etapa do jogo decisivo, os pênaltis e a festa dos jogadores no Morumbi, com transmissão exclusiva da Rede OM/Gazeta. A narração foi de Galvão Bueno, comentários de Roberto Avallone e reportagens de Mário Jorge e Raul Quadros. Durante a transmissão, Galvão comemorou a liderança na audiência, com 32 pontos contra 16 da segunda colocada.
FICHA TÉCNICA DA FINAL:
São Paulo 1 x 1 Newell's Old Boys
Nos pênaltis, São Paulo 3 (Raí, Ivan e Cafu) x 2 Newell's Old Boys (Zamora e Llop). Ronaldão perdeu para o São Paulo. Berizzo, Mendoza e Gamboa perderam para o Newell's Old Boys.
Estádio Morumbi
Data: 17 de junho de 1992
Público: 105.185
Árbitro: José Torres Cadena (Colômbia)
São Paulo: Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Müller (Macedo), Palhinha e Elivélton. Técnico: Telê Santana. (Clicando nos nomes você acessa as respectivas páginas na seção "Que Fim Levou?").
Newell's Old Boys: Scoponi; Saldaña, Gamboa, Pochettino e Berizzo; Llop, Berti, Martino (Domizzi) e Lunari; Zamora e Mendoza. Técnico: Marcelo Bielsa
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