por Rogério Micheletti
Telê Santana da Silva, o Mestre Telê, morreu no dia 21 de abril de 2006, aos 74 anos, devido a múltipla falência dos órgãos, no hospital Felício Roxo, em Belo Horizonte (MG).
Natural da cidade mineira de Itabirito, Telê nasceu no dia 26 de julho de 1931.
Assim podemos contar a vida de Telê Santana, uma pessoa acima de tudo honesta e determinada a vencer. Telê começou a carreira de jogador em 1951 nas Laranjeiras.
Torcedor confesso do Fluminense, Telê permaneceu no seu time de coração até 1960, ano que se transferiu para o Guarani. No final de carreira, em 1963, "O Fio de Esperança", como era carinhosamente chamado pela torcida do Flu, foi defender Madureira e o Vasco da Gama, seu último clube.
Apesar dos títulos conquistados na boa carreira como jogador (campeão carioca em 51 e 59 e campeão do Rio-São Paulo em 57 e 60), Telê Santana ganhou destaque trabalhando como treinador. A sua primeira importante conquista comandando um time foi o Brasileiro de 1971 pelo Atlético Mineiro.
A partir daí Telê foi sendo cada vez mais respeitado como um treinador de ponta do futebol brasileiro. Outra conquista importante dele nos anos 70 foi com o Grêmio, campeão gaúcho de 77. Na época, o Tricolor Gaúcho sofria com o forte Internacional (bicampeão brasileiro 1975/76), que tinha Falcão, Carpegiani, Valdomiro, Lula, Dario, Manga, Figueroa e companhia.
Antes de chegar à Seleção Brasileira, Telê realizou um excelente trabalho no Palmeiras em 1979. Na época, o time de Palestra Itália fez uma ótima campanha no Paulistão, mas acabou sendo prejudicado com a paralisação da competição, o que acabou favorecendo o também forte Corinthians de Sócrates, Palhinha, Amaral, Wladimir, Zé Maria e do presidente Vicente Matheus.
No mesmo ano, mas no Campeonato Brasileiro, o Palmeiras aplicou uma goleada histórica por 4 a 1 sobre o Flamengo de Zico, em pleno Maracanã. Telê garantia assim sua ida para comandar o time canarinho, que nas suas mãos jogou um futebol bonito, ofensivo, como não se via desde 1970. No entanto, mesmo tendo uma equipe superior, o Brasil foi derrotado pela Itália, por 3 a 2, e acabou sendo eliminado tragicamente do Mundial da Espanha.
Em 1986, na Copa do México, Telê esteve mais uma vez dirigindo a Seleção Brasileira, que tinha um time envelhecido. O futebol de Zico, Sócrates e Falcão, maestros da equipe de 82, já não era o mesmo e o Brasil sucumbiu contra a França, nas penalidades máximas, na fase quartas-de-final.
A fama de "pé-frio" começou a perseguir Telê, porém ele nunca se abateu com isso. No final de 89, ele voltou a dirigir o Palmeiras, que o demetiu após fracasso no Paulistão de 90. No mesmo ano, o Mestre Telê assumiu o São Paulo no lugar do uruguaio Pablo Justo Forlan. A missão não era das mais fáceis, já que o Tricolor do Morumbi tinha feito uma campanha pífia no estadual (ficou nas últimas colocações, mas mesmo assim conseguiu disputar o Paulistão do ano seguinte).
Com a personalidade de sempre, Telê apostou suas fichas no talento de Raí, que por pouco não fora negociado com o Flamengo, e em novatos como Antônio Carlos, Cafu, Leonardo e Elivelton. O resultado foi bom e o São Paulo foi vice-campeão brasileiro perdendo na final para o Corinthians.
No ano seguinte, com mais entrosamento e com uma base montada do ano anterior, o São Paulo voltou a chegar na final do Brasileiro, mas desta vez conquistou o título e consequentemente um lugar na Libertadores de 92. No segundo semestre, o Tricolor, depois de uma mudança no regulamento, conseguiu entrar na disputa do Paulistão e faturou mais um caneco.
Os anos de 92 e 93 foram repletos de glórias para o São Paulo de Telê Santana. O Tricolor faturou o bicampeonato paulista, o bicampeonato da Libertadores e o bicampeonato mundial. Com isso, Telê calava definitivamente a boca dos que o chamavam de "pé-frio". O técnico trabalhou no São Paulo até 1996, quando foi obrigado a se afastar por problemas de saúde. Ele morava em Belo Horizonte (MG), onde contava com o apoio da esposa e dos filhos. Aliás, um deles, Renê Santana, virou técnico.
Em 2003, ele foi submetido à cirurgia para amputação de parte da perna esquerda. Três anos depois, dia 25 de março de 2006, voltou a ser levado para o Hospital Felício Rocho, na capital mineira. Telê, segundo boletim médico, apresentava infecção abdominal no intestino grosso. Foi internado em estado grave. Passou algumas semanas no hospital e morreu no dia 21 de abril de 2006.
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