Tido como uma das maiores revelações do futebol brasileiro na década de 90, o meia Rodrigo Fabri parecia ser mais um a construir carreira vencedora em um grande clube da Europa. Após se destacar na Portuguesa, despertou interesse de um gigante que é sonho de muitos atletas: o Real Madrid.
Depois de quase levar a Lusa a seu primeiro título Brasileiro, em 96 (o time foi vice-campeão ao perder para o Grêmio), o habilidoso meia canhoto teve em 98 a grande chance ao ser adquirido pelo clube espanhol. Mas, mesmo com um contrato de cinco anos, jamais fez uma partida oficial pelo time merengue.
Rodrigo foi emprestado cinco vezes para diferentes times ao longo do seu contrato (Flamengo, Santos, Valladolid-ESP, Sporting-POR e Grêmio). A existência de muitos craques no Real o fez não ser aproveitado e talvez tenha "quebrado" a continuidade de sua carreira.
"Fiquei orgulhoso, muito mesmo pelo interesse do Real. Financeiramente foi muito bom, o time cumpriu tudo comigo. Agora, profissionalmente, para a minha carreira, não. Na ocasião, a Roma e o La Coruña tinham interesse e eu não fui. Poderia ter tido uma boa passagem ou no italiano ou na própria Espanha, mas fiquei com tanta ilusão de ir para a Europa... Real Madrid. Não pensava em ser emprestado como fui", falou ao UOL Esporte.
Em um dos empréstimos, Fabri teve um choque de estrelas com Romário, no Flamengo, em 1998. Os dois jogadores não tiveram bom relacionamento, e o ex-jogador da Portuguesa acabou não rendendo o que poderia em um elenco com clima turbulento.
O hoje deputado federal chegou a reclamar na época que Rodrigo era fominha e arriscava muitos chutes ao gol ao invés de servi-lo. Fabri, por sua vez, se incomodava com o pouco esforço do companheiro nos treinamentos. Hoje, quer esquecer a polêmica e diz que nunca mais falou com Romário.
Fabri viveu ainda bons momentos depois disso e chegou a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2002, ajudando o Grêmio a conquistar uma vaga na Copa Libertadores da América.
O time gaúcho caiu nas semifinais do Brasileiro para o Santos de Diego e Robinho. Foi a última equipe que defendeu antes de terminar o contrato com o Real Madrid.
"Eu queria um grande clube, um espaço para eu voltar a ter uma temporada melhor, isso eu visualizei no Grêmio e o empréstimo foi mais longo. Chegamos a semifinal da Libertadores da América e fui artilheiro do Brasileirão com 19 gols ao lado do Luis Fabiano".
Portuguesa e vida como empresário
Rodrigo nunca mais teve a chance de defender a Portuguesa depois de ser revelado nas categorias de base. O ex-jogador diz que a qualidade do clube de projetar atletas caiu e que isso tem que ser repensado internamente.
"Antes, a Lusa tinha tradição em investir na base e revelar. Tem que retornar o que fazia no passado, precisa uma estrutura melhor, local adequado para a alimentação, melhores campos, treinadores de base honestos, escalar realmente os melhores e fazer entender que os jogadores da base querem ficar no clube. Quando eu jogava, eu tinha o desejo de um dia jogar no profissional, isso tem que voltar a acontecer, senão perde a vontade de estar lá", falou.
Fabri está atualmente trabalhando como investidor no ramo imobiliário. "Trabalho com construção civil em Santo André, na verdade sou um incorporador, invisto em terrenos para construção de apartamentos. Estou muito feliz e é uma forma de investir meu dinheiro, faço meu horário. É um ramo muito bacana e está aquecido", completou.
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