Carlos César Franco Gomes, o Pinguim, famoso repórter esportivo de rádio da Itatiaia de Belo Horizonte (MG), o querido "Pinguim?, morreu na capital mineira no dia 14 de fevereiro de 2006.
À época, o saudoso jornalista recebeu essas justas homenagens:
Lá do céu, rindo à toa.
Mais um desfalque no time dos amigos com a partida repentina do Carlos César Franco Gomes, o "Pingüim", que começou aqui em 1965 depois de passar pelas rádios Mineira, Guarani e Jornal de Minas.
Por que Pingüim? Pela semelhança física com a ave que habita o hemisfério austral e, por conseqüência, com o outro Pingüim, o eterno adversário do Batman nas histórias em quadrinhos. Mas o nosso Pingüim chegou aqui e veio para o plantão, substituindo o Emanuel Carneiro. Ficou lá até a chegada do Marco Antonio Bruck e depois se dedicou à cobertura do América. Ficou um bom tempo. Depois ele se encantou com o futebol amador e teve um programa especializado que começava logo depois da Ave Maria das 18 horas, emendando com a Turma do Bate-Bola. Passou em seguida a cobrir o Cruzeiro e ficou ali até que decidiu parar. E parou mesmo de vez, pendurou as chuteiras e foi viver o seu merecido "ocium cum dignitate?.
Simultaneamente com o rádio, o Pingüim era funcionário de carreira da Assembléia Legislativa, o que garantiu a ele uma aposentadoria mais generosa e mais despreocupada. A biografia de Pingüim não pode, certamente, ser contada num texto só.
Que ele tinha características especialíssimas, isso tinha. O Pingüim era folclórico. Cobrindo o Cruzeiro há muitos anos, ele tinha lá um quarto, ou apartamento reservado, onde se acomodava e de vez em quando "desaparecia?, sumia de circulação. Fazendo a cobertura do Cruzeiro por tantos anos, o Pingüim continuava com muitíssimos amigos em todas as torcidas e tratava a todos carinhosamente como "meu irmãozinho?. Criou o bordão ao complementar informações dos gols, com uma gargalhada típica e o final: "fulano está rindo à toa?.
Dá pra falar muito do nosso já saudoso Carlos César, mas vale esperar o momento. Ele fez o que quase todo mundo em algum momento da vida gostaria de fazer. Um belo dia, sentindo-se incomodado, diminuído, numa tentativa de entrevista, simplesmente deu o merecido pontapé no balde. E disse com todas as letras: "não quero mais. Parei?. E parou mesmo.
José Lino S. Barros (para o site oficial da Itatiaia)
Empobrece o esporte mineiro
O ano de 2006 começou mal para o esporte de Minas Gerais em especial para Belo Horizonte. O futebol mineiro perdeu o grande ponta esquerda Hilton Oliveira, que fez parte da equipe do Cruzeiro na etapa de ouro do futebol mineiro, na década de 60. Hilton jogou também pelo Fluminense e pela seleção brasileira. Ele sofria de diabetes foi acometido de uma pneumonia que não respeitou o ídolo de todos os cruzeirenses.
Em Fevereiro o rádio mineiro perdeu a gargalhada dos atacantes na voz vibrante do repórter de campo, Carlos César "Pingüim?. Depois de ter passado por várias emissoras em Belo Horizonte, foi na Rádio Itatiaia onde "Pingüim? teve maior participação. Fez de tudo. Mas foi cobrindo os clubes que se deu a conhecer, começou cobrindo o América, e mais tarde passou a cobrir o Cruzeiro, clube de sua preferência, onde ficou até 2003, quando ficou doente e "pendurou o microfone?.
Apesar do trabalho incontestável feito por ele nos clubes, seu desempenho comentando os gols fez dele não apenas o grande profissional que foi, como também um ídolo da torcida cruzeirense. Sua forma de comentar o gol era peculiar, falava sobre o lance que terminou em gol e ao final, depois de sua gostosa gargalhada perguntava: "e agora como está "fulano? (jogador que marcou o gol) há,há,há, está rindo à toa?.
Carlos César era o coordenador da Copa Itatiaia, o maior e mais importante torneio de futebol amador no Brasil. O futebol amador mineiro também perde um de seus maiores incentivadores.
Pessoalmente perdi um grande amigo, com quem estive pela última vez em Fevereiro do ano passado. "Pingüim? foi um apoio importante quando iniciei minha carreira de juíza de futebol, como o foi também quando, depois de tornar-me jornalista me meti no futebol primeiro como repórter de campo, depois como comentarista, foram muitos os ensinamentos e dicas que recebi dele.
Quando montei a primeira equipe de futebol feminino do Brasil na década de 60, seu incentivo foi incontestável, inclusive ajudando-me a conseguir o campo de futebol do 5º Batalhão da Policia Militar para treinar as meninas, já que o comandante naquele então era amigo dele.
Na década de 70 a Itatiaia e a antiga TV Vila Rica promoviam o "Tele Cat? em Belo Horizonte, Emanuel Carneiro me convidou para mediar algumas lutas, eu era juíza de boxe, tive um pouco de medo, pois achava violento,
"Pinguim? me deu a coragem que me faltava para subir no ringue, no Sesc da Gameleira.
Esta faceta credito a ele por encorajar-me e a Emanuel Carneiro por acreditar em minha capacidade. Tenho inúmeras histórias que poderia contar sobre ele, mas a dor da saudade me impede...
Dizem que ninguém é insubstituível, mas a lacuna deixada por ele dificilmente será preenchida. Sua voz emudeceu, mas nos campos de futebol por onde passou, se ouvirá eco de sua gargalhada no silêncio da alma do torcedor cruzeirense.
Descansem em paz, Hilton Oliveira e Carlos César "Pingüim".
Lea Campos (para o jornal Brazilian Press)
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