Paulo Rogério

Ex-goleiro do Corinthians e Londrina
Paulo Rogério Marques Ribeiro, o Paulo Rogério, ex-goleiro do Corinthians e do Londrina nos anos 70. Morreu no dia 16 de julho de 2022.

Ele era dono da agência de viagens "Agnus Day Turismo", da firma de formatura "ADT Formaturas",  e jogava futebol de salão em um time do bairro e futebol de campo na Equipe 2 Toques."
Nascido no dia 1º de janeiro de 1953, em São Paulo (SP) e criado em Caconde, Paulo Rogério surgiu como um promissor goleiro no Timão, após Ado deixar o Parque São Jorge.

"Em 1974 era, junto com o Ado, reserva de Buttice quando o Corinthians perdeu o título paulista para o Palmeiras. Pensei que nós (jogadores do Corinthians) não iriamos conseguir sair do Morumbi. A torcida estava revoltada, principalmente com o Rivellino, que era a estrela do time. Acho que só conseguimos deixar o estádio porque a cavalaria da PM chegou e impediu que a violência acontecesse. Foi realmente muito triste ter perdido aquele campeonato", lembra o ex-goleiro.
 
Não chegou a ver ao vivo o gol marcado pelo palmeirense Ronaldo. "Estava nas arquibancadas, já que não fui relacionado para o banco de reservas. No momento que saiu o gol do Palmeiras, eu desci. Pensei que seria melhor estar lá embaixo para participar da festa do título, pois acreditava na nossa vitória. Infelizmente eu me enganei", completa.

Mas a derrota no Paulistão para o Palmeiras não foi a única tristeza que Paulo Rogério teve em 1974. Ele acabou afastado do Corinthians, poucos meses depois, por ter um problema no coração. "Tenho uma doença no coração que me acompanha desde a minha infância.
Fiz exames no Instituto do Coração e os médicos me desaconselharam a jogar futebol. O Corinthians achou melhor eu parar e por isso fiquei sem jogar por três meses em 1975", fala.

Mesmo com o problema no coração, Paulo Rogério arriscou e voltou aos gramados para defender o Londrina, onde permaneceu por oito anos, atuando ao lado de Arenghi, Dirceu e Carlos Alberto Garcia, entre outros. "O Londrina aceitou fazer um contrato de risco comigo, coisa que o Corinthians não quis fazer."
Um dos bons times do Londrina foi o de 1977, ano em que a equipe fez uma bela campanha no Campeonato Brasileiro. Os titulares na ocasião: Paulo Rogério, Claudinho, Carlos, Arengui e Dirceu. Zé Roberto e Ademar. Xaxá, Carlos Alberto Garcia, Brandão e Nenê.

Em 1981, Paulo Rogério encerrou a carreira no Londrina e depois tornou-se treinador. "Trabalhei nos juvenis do Londrina e também no Centenário, time profissional que não existe mais", comenta. "Hoje talvez seja o único homem que torce para dois times: São Paulo e Corinthians. O São Paulo é o meu time de infância, mas não tenho como não torcer para o Corinthians. É um clube apaixonante e só quem jogou lá pode dizer isso. O Corinthians é diferente de tudo", finaliza.

Pai de duas filhas, Paulo Rogério é casado pela segunda vez (sua esposa é natural de Caconde-SP, município limítrofe com várias cidades do sul de Minas Gerais, como Muzambinho, Poços de Caldas e Cabo Verde.
Em 27 de fevereiro de 2011, Paulo Rogério foi entrevistado ao vivo por Milton Neves para o programa "Domingo Esportivo" da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Na ocasião, o ex-goleiro relembrou seu problema de saúde, mencionando o Dr. Adib Jatene, um dos principais cardiologistas do Brasil, o médico que o desaconselhou a permanecer jogando profissionalmente.

"O Dr. Jatene disse que eu poderia continuar como amador, pois a carga de treinos não seria tão intensa", disse Paulo Rogério, que também citou o Dr. Osmar de Oliveira, seu padrinho de casamento como um grande amigo que sempre esteve ao seu lado.
"Acho que se fosse hoje em dia, com todos os recursos da medicina, eu poderia ter feito minha carreira toda no Corinthians, mas o que importa é que eu fui muito feliz em Londrina, e até hoje, quando visito a cidade, sou recebido com um carinho que me emociona muito, parece que eu parei de jogar futebol ontem", pondera o ex-goleiro.
Paulo Rogério aproveitou para contar uma passagem pitoresca dos tempos em que atuava pelo Corinthians:

"Vinhamos de um treino puxado no Pico do Jaraguá e o nosso técnico era o Yustrich. Quando ele viu um caminhão de melância na estrada pediu para o motorista parar para a gente comer melância e deixou a conta para o Dr. Osmar de Oliveira pagar", contou o simpático Paulo Rogério.
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