por Gustavo Grohmann
Oriel José Bernardes Marcolino, o Oriel, centroavante do XV de Novembro de Piracicaba nos anos 80, morreu em 17 de maio de 2020, aos 60 anos, em Piracicaba, vítima de cirrose, causada pelo vírus da hepatite C.
O ex-jogador morava em Piracicaba, onde esperava propostas para atuar como técnico.
Nascido no dia 23 de fevereiro de 1960, Oriel começou a carreira de jogador no Valério Doce de Itabira (MG), em 1977, e um ano depois teve rápida passagem pelo Santos FC.
De 1979 a 1982, ele defendeu as cores do XV de Piracicaba. No dia 25 de maio de 1980, o centroavante e seus companheiros de XV derrotaram o Corinthians por 2 a 1, em partida válida pelo primeiro turno do Paulistão daquele ano. O jogo ficou marcado para Oriel pois naquela manhã de domingo no estádio do Pacaembu, em São Paulo, foi dele o gol da vitória sobre o Corinthians de Zé Maria, Biro-Biro, Sócrates e companhia.
O Timão, do técnico interino Julinho (o treinador Jorge Vieira foi demitido dias antes, após o empate com o Botafogo e a desclassificação do Brasileirão), jogou com Solito; Zé Maria (o Super Zé), Djalma, Amaral e Luís Cláudio; Caçapava, Biro-Biro e Sócrates; Píter (depois Vaguinho), Toninho e Carlinhos (depois Basílio).
O XV de Piracicaba, do técnico Arizona, entrou em campo com Pizeli; Alan, China, Ademir e Márcio Gomes; Vadinho, Fio e Rogério; Ronaldo, Oriel e Zé Luis.
Doze mil pessoas viram Zé Luis abrir o placar para o XV, aos 23 minutos do primeiro tempo. Toninho anotou aos 34 e empatou a partida. Aos 30 minutos da segunda etapa Oriel marcou o segundo gol da do XV e deu números finais a partida. Apitou o jogo o árbitro Romualdo Arppi Filho.
Em 1983, Oriel foi emprstado ao Bandeirantes do Paraná. Um ano depois, passou pelo Marcílio Dias, de Santa Catarina, onde conseguiu o título da Taça 60 anos da Federação Catarinense. Em 1985, voltou para o XV de Piracicaba para disputar o campeonato paulista.
Passou ainda pelo Pinhalense (1986), onde jogou ao lado de Mirandinha (ex-São Paulo e Corinthians) e Wilson Campos (ex-Guarani), pela União Barbarense (1987), Paulista de Jundiaí (1988) e Barretos FC (1989/90), onde encerrou sua carreira como jogador. Resolveu continuar no futebol e fez um curso de preparação para treinadores.
Como técnico, Oriel conseguiu o título invicto da Copa Metropolita pela categoria de base do XV de Piracicaba, além de levar a categoria infantil do alvinegro da terceira para a primeira divisão do campeonato estadul.
Oriel era casado e teve dois filhos (Douglas e Mayara).
Clique aqui e veja uma matéria sobre Oriel, publicada no G1 em 2017, relatando seu problema com o alcoolismo.
O jornalista Luis Carlos Quartarollo, no site "Futebol em Rede", publicou um texto sobre Oriel em 20 de maio de 2020, que segue abaixo, na íntegra.
Morre o artilheiro do jogo do gato "analfabeto"
por Luis Carlos Quartarollo
Morre o artilheiro do jogo do gato "analfabeto". Em 1988 eu estava na Record/Gazeta com aquela grande equipe do Osmar Santos e fui escalado com o Rogério Achiles para transmitir um jogo à tarde, no Canindé, entre Portuguesa de Desportos e XV de Piracicaba. Lembro do grande Edson Scatamachia dizendo: "Vou escalar dois piracicabanos para ver o XV de perto" e lá fomos nós.
O jogo começou às 5 da tarde e já no primeiro tempo Oriel, um centro-avante que não tinha biotipo de jogador, mas fazia muitos gols, abriu o marcador. Veio o intervalo e à noite caindo, em São Paulo, eis que dá um apagão justo na hora que acenderam os refletores. E agora? Vai ter jogo, não vai ter, o que vai acontecer?
Daí veio a informação. Um gato entrou na Casa de Força, ou coisa que o valha, e provocou uma explosão. Conclusão: Jogo suspenso com 45 minutos faltando para jogar. Depois a gloriosa Federação Paulista de Futebol absolveu o gato e a Lusa e o jogo começou de novo em outro dia e a Portuguesa venceu por 1 x 0, gol de Bentinho. Talvez por isso que no XV muita gente não goste de gato miando por perto.
No último domingo, dia 17 de maio, morreu o centro-avante Oriel José Bernardes Marcolino, o Oriel, que fez o gol do jogo do Gato, que acabou anulado. Tinha apenas 60 anos de idade. Quem me mandou a informação foi o Vitor Prates, companheiro da Rádio Difusora, de Piracicaba, no seu "Blog do Vitor Prates"
Naquele dia tivemos muito trabalho. Quando era um jogo normal a gente encerrava logo após os vestiários e ia para casa. Mas quando algo fora do comum acontecia os repórteres ficavam buscando informações sem hora para sair. A profissão sempre foi assim.
Uma das coisas que mais me lembro é que na saída, do Canindé, naquele portão da Rua Azurita, que o porteiro Barrigana não deixava ninguém entrar a pé, mas podia sair a pé, fui pegar o carro e encontrei dois torcedores lusos tentando entender o ocorrido. Um questionou: "Foi um gato, é?" e outro respondeu: "Foi, o bichaninho entrou na casa de força e morreu esturricadinho. Acabou com a energia do estádio". A replica foi "genial": "Mas e a placa: Perigo, Alta Tensão?"
Aí parei. Gato analfabeto é demais. Não leu a placa.
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