por Ednilson Valia
Nascido na pequena Piriapólis, pequena cidade perto de Punta del Leste no Uruguai, Ladislao Mazurkiewicz Iglesias, foi um dos maiores goleiros do seu país e veio a falecer no segundo dia de janeiro de 2013, às 04h15, em Montevidéu, em decorrência de problemas respiratórios.
Na época dourada do futebol, quase todos os meninos da minha rua montavam seus times de botões com a cara do goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz colada na caixinha de fósforo ou no tablete de madeira que ficavam nas traves de plástico branco.
Como era impossível pronunciar o nome da fera, eleito o melhor goleiro do mundo na Copa de 1970, nós recorríamos ao peculiar linguajar do narrador esportivo Hélio Câmara, que costumeiramente aplicava apelidos nos craques de todas as origens.
A meninada cultuava o talento de "Mazurka? como se ele fosse nos campos de futebol uma extensão dos palcos que exibiam os ídolos daquela geração. O arqueiro uruguaio tinha uma estampa meio Jovem Guarda, a cabeleira num corte a la The Monkees.
Acho a foto que ilustra essa crônica obituária uma das imagens mais representativas quanto à admiração das crianças por Mazurkiewicz naqueles anos em que o futebol do Uruguai, através do Peñarol e do Nacional, dividia as atenções com o Santos de Pelé.
Entre 1963, quando debutou no Racing de Montevidéu, e 1981, ao pendurar as luvas no retorno ao Peñarol, o goleiro colecionou títulos no âmbito doméstico, fronteiriço (Brasil e Colômbia), continental (Libertadores) e mundial (um Interclubes e uma Supercopa).
Jogou três Copas pela seleção do Uruguai, em 1966, 1970 e 1974, se destacando nas duas últimas em diversas ocasiões. A Celeste foi a única a tirar pontos da Inglaterra em 66 após um empate sem gols, graças às intervenções fantásticas do seu goleiro.
Em 1970, "Mazurka? salvou a reputação de Pelé dividindo o protagonismo de algumas jogadas que ficaram para a História, mesmo sem um gol do gênio brasileiro. Não fosse isso, ficaria evidente a mais fraca partida do Rei naquele duelo das semifinais.
Aliás, quando se enfrentaram no México, Mazurkiewicz e Pelé já estavam acostumados a confrontos históricos no ambiente bairrista da América do Sul. Na sua estréia pelo time aurinegro, teve que substituir Maidana no jogo da volta contra o timaço praiano.
Ele tinha acabado de completar 20 anos naquela Libertadores de 1965, assistindo no banco dois combates de gigantes, com o Santos vencendo a primeira no Pacaembu por 5 x 4 (abriu 3 x 0 em 7 minutos) e perdendo no Monumental de Nuñez por 2 x 3.
O goleiro Maidana, um dos ídolos de Mazurkiewicz juntamente com a lenda Máspoli, havia pegado um pênalti cobrado por Pelé e agora estava fora do jogo decisivo, outra vez no estádio famoso do River Plate de Buenos Aires. Pelé parou nas mãos do garoto.
Logo depois da Copa de 1970, o Atlético Mineiro foi buscar o goleirão uruguaio para encarar a primeira edição do Campeonato Nacional, que em 1971 substituía as velha fórmulas copistas da Taça Brasil e Taça de Prata para definir o melhor clube do país.
O goleiro pé quente ajudou o Galo a conquistar o título e passou a experimentar também no Brasil o assédio a que estava acostumado no Uruguai. Ao lado do argentino Héctor Scotta, autor do primeiro gol daquele campeonato, foi um dos destaques estrangeiros.
Na madrugada de hoje, hora uruguaia, Ladislao Mazurkiewicz faleceu, aos 67 anos. A notícia logo ocupou as capas de sites esportivos de todo o planeta. O país vizinho botou luto em homenagem a um dos seus maiores ícones esportivos. Mas a lenda não morre.
O atual presidente do Nacional, um dos clubes de "Mazurka?, Eduardo Ache, que já foi senador do Partido Colorado, disse que jamais esquece o tempo glorioso do futebol uruguaio quando o derby da capital tinha Mazurkiewicz num lado e Manga no outro.
Nos anos 1970, quando os meninos da minha rua, no bairro das Quintas, em Natal, jogavam botão com o goleiro uruguaio estampado nas traves dos dois lados do campo, o duelo Nacional e Peñarol era marcado pelas defesas incríveis dos seus espetaculares arqueiros.
Na memória emocional dos que assistiram a Copa que consagrou o Brasil de Pelé, Tostão, Gerson, Jairzinho e Rivelino, poucos são os que não imaginam os gols do Rei diante do goleiro uruguaio. Acho que aquele duelo mágico seguirá pela eternidade.
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