Mauro

Ex-ponta da Ponte Preta, Palmeiras e Corinthians

por Rogério Micheletti

A carreira de jogador de Mauro Aparecido da Silva pode ser dividida em três etapas. A primeira, na Ponte Preta, um ponta-esquerda veloz, habilidoso e que chegou a ser cogitado para defender a seleção brasileira. A segunda, no Palmeiras, um jogador comum e até decepcionante. E a terceira, no Corinthians, um jogador que cumpria bem o esquema tático imposto pelo técnico Nelsinho Baptista, em 90. Por isso, talvez, Mauro tenha se tornado auxiliar técnico de Nelsinho.

Em maio de 2018, Mauro deixou o Corinthians para trabalhar na comissão técnica de Fábio Carille no Al-Wehda, da Arábia Saudita. 

Nascido em Ipauçu (SP) no dia 25 de agosto de 1962, Mauro começou a carreira nos juvenis da Ponte Preta. Foi lançado no time profissional da Macaca e por lá ficou entre 1983 e 1986. No time campineiro, Mauro teve como companheiros o meia Dicá (já prestes a encerrar a carreira), Jorge Mendonça, Édson Boaro, Carlos e, principalmente, Chicão, centroavante oportunista e com quem o ponta fez boa dupla de ataque.

As boas atuações com a camisa ponte-pretana fizeram com que a imprensa de Campinas e até da capital paulista falassem o nome de Mauro para a seleção brasileira, que estava sendo formada para a disputa da Copa do Mundo de 1986. Mauro foi preterido por Telê, que optou por chamar Edivaldo, ex-São Paulo e Atlético Mineiro.

Cobiçado por grandes equipes do futebol paulista, Mauro deixou a Macaca em 1987 para defender o Palmeiras. À época, o time alviverde vivia o jejum de títulos, que durava desde 1976. Mauro parece ter sentido a pressão, não conseguiu render o mesmo futebol dos tempos de Ponte Preta e chegou a ser emprestado para o Pinheiros (atual Paraná Clube). Ele foi para o time paranaense trocado pelo ponta-esquerda Marquinhos.

Mauro retornou ao Palmeiras no segundo semestre de 1988. Defendeu o clube no Campeonato Brasileiro. Seu melhor momento com a camisa alviverde foi em jogo contra o Flamengo, no Maracanã. Naquela partida, que terminou empatada por 1 a 1, Mauro fez o gol da equipe de Palestra Itália. Naquele mesmo dia, o goleiro Zetti fraturou a perna durante disputa de bola com o atacante flamenguista Bebeto. O centroavante Gaúcho foi para o gol do Verdão, improvisado, e defendeu dois pênaltis: o de Zinho e o de Aldair.

No começo de 1989, o ponta-esquerda foi envolvido em troca com o Corinthians. Para o Parque Antártica seguiu Paulinho Carioca, ponta revelado pelo Fluminense e que foi campeão paulista de 1988 pelo alvinegro do Parque São Jorge. Mauro tinha a chance de recuperar o bom futebol dos tempos de Moisés Lucarelli.

E se não foi brilhante como na época de Ponte, Mauro também não fracassou como quando defendeu o Palmeiras. O problema é que Mauro, até a chegada de Nelsinho Baptista, em 90, não conseguiu manter uma regularidade no time corintiano, o que impedia a sua permanência entre os titulares.

Depois de brigar pela camisa 11 do Timão com João Paulo, em 89, e com Antônio Carlos (ex-XV de Jaú), Mauro se efetivou como titular durante o Campeonato Brasileiro de 90, quando fez a função de quarto-homem no meio de campo. O ponta ajudava na marcação, dando mais liberdade para o meia Neto, principal destaque daquele time que foi campeão brasileiro.

Em 1991, Mauro deixou o Parque São Jorge. Ele sofreu algumas contusões e acabou perdendo espaço para o novato Paulo Sérgio, que atuava em todas as posições do ataque e em 94 defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo dos Estados Unidos.

Mauro defendeu equipes de menor expressão, entre elas o Mogi-Mirim (SP), antes de encerrar a carreira. Começou a trabalhar como auxiliar técnico de Nelsinho Baptista no final dos anos 90. 

No ano de 2008, Mauro "Van Basten", como é conhecido pelos colegas, voltou ao Parque São Jorge para trabalhar como observador técnico.

Mauro e o Rádio

Lá pela metade dos anos 80, eu, Milton Neves, participava da Mesa Redonda Futebol Debate da TV Gazeta, sob o comando de Roberto Avallone. Num dos programas, dei um rádio AM/FM-toca-fitas da CCE para o ponta Mauro. Ele, feliz e sorridente, apanhou o rádio, com embalagem azul ? lembro-me bem -, e disparou: "Muito obrigado à Motorádio por esse lindo rádio CCE!? Aí, sentindo o clima no estúdio, levou a mão à testa e exclamou: "Meu Deus, como sou burro!?, e caiu na gargalhada. E todos nós também. Detalhe: a história é verdadeira, mas com o Mauro. Com Vicente Matheus e Paulo Róbson (ex-Santos), é invenção por aí e faz parte do folclore do futebol.

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