Maria Esther Andion Bueno, a Maria Esther Bueno, maior nome do tênis brasileiro em todos os tempos, tendo vencido 19 torneios do chamado Grand Slam, que abrange o Aberto da Austrália (Melbourne), Roland-Garros (Paris), Wimblendon (Londres) e US Open (Nova Iorque), morreu em São Paulo-SP no dia 8 de junho de 2018, aos 78 anos, após uma longa luta contra um câncer.
Carregadora da tocha, Maria Esther diz que título olímpico é único que faltou
Maria Esther Bueno, 75, já sabe como segurar a tocha olímpica que carregará no revezamento, que começa em 3 de maio do ano que vem: empunhadura continental, a mesma que usou nos áureos anos de carreira no tênis.
O estilo de segurar a raquete e a classe em quadra em mais de 20 anos de carreira fizeram da tenista paulista a melhor da história do país. Segundo ela mesma, com 589 títulos conquistados.
Motivo suficiente para a oito vezes campeã de Wimbledon (três em simples e cinco em duplas), além de outros 11 troféus de Grand Slam, ser uma das responsáveis por conduzir o fogo olímpico até a abertura dos Jogos de 2016, daqui a 300 dias.
Mas Maria Esther nunca jogou uma Olimpíada. Azar dos Jogos, que não tiveram disputas de tênis de 1928 a 1984. A modalidade voltou em 1988 e permanece até hoje.
"É uma pena que não pude participar dos Jogos Olímpicos, porque o tênis não fazia parte da família olímpica. Foi o único título que me faltou", afirma a tenista em visita à sede da Folha. "Gostaria imensamente de ter podido participar e representar bem o Brasil. Mas nunca é tarde, estou com ela [a tocha] aqui agora", completou.
Maria Esther é uma das indicadas da campanha do Bradesco, segundo a qual ela também pode eleger outro condutor da tocha olímpica.
"Meu eleito foi um grande amigo, Romeu Trussardi Neto, que, além de grande tenista, é de umas das famílias mais tradicionais do Brasil e sempre ajudou o esporte", afirmou Maria Esther.
O empresário foi indicado pela tenista assim como outros atletas já fizeram na campanha. A ideia é que qualquer pessoa (desde que não tenha ligações políticas) possa participar do revezamento da tocha. As indicações devem ser feitas no site www.bradesco.com.br/tocha até a próxima quinta-feira (15 de outubro).
"É uma grande honra. Achei que já tinha feito tudo no esporte, mas saber que estou com a tocha olímpica e vou correr com ela é uma sensação muito boa", disse.
Ela não está preocupada nem com os 200 metros do percurso. Afinal, ainda hoje joga tênis "dia sim, dia não".
RIO-2016
Maria Esther acredita que o suíço Roger Federer e a americana Serena Williams são os favoritos ao ouro no tênis para a Rio-2016. "Vou estar lá, quero bater uma bolinha com eles", brincou.
"Os maiores nomes, Federer, [Rafael] Nadal, [Novak] Djokovic, Serena, todos fazem questão de participar da Olimpíada do Rio. Principalmente os mais velhos, pois pode ser a última chance, querem conhecer o Rio e o país. Tenho certeza que vamos fazer a melhor Olimpíada de todos os tempos."
O Brasil nunca conquistou uma medalha olímpica no tênis. "É difícil, mas todos que estão na chave têm chance", analisou Maria Esther.
A felicidade de estar com a tocha aumentou quando ela lembrou de Londres-2012, quando o tênis foi disputado na mesma quadra onde atingiu o ápice da carreira.
"Em Londres o tênis foi disputado no clube do meu coração, Wimbledon. Foi sensacional. Consegui ver de perto outros esportes, aqueles atletas fabulosos, foi lindo e inesquecível", recordou.
Aos 75 anos, mostra-se entusiasmada como no encontro com estudantes de 7 e 8 anos do colégio paulistano Ofélia Fonseca, que visitavam a sede da Folha ao mesmo tempo que ela. Em um instante, espírito olímpico e espírito de criança se divertiam juntos com a tocha nas mãos.
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