Lance Armstrong

Ex-ciclista
Por Danielle Nhoque
Lance Armstrong já foi visto como um dos maiores esportistas do planeta. O envolvimento em um "esquema" de doping, no entanto, o levou do auge ao abismo: antes consagrado heptacampeão, o americano teve seu nome literalmente apagado da história do ciclismo mundial em outubro de 2012.
Nascido no dia 18 de setembro de 1971 em Plano, no Texas, Lance contou com o incentivo da mãe Linda para desenvolver seu talento esportivo. Trabalhando o instinto competitivo desde a infância, venceu pela primeira vez o torneio Iron Kids Triathlon (que integra natação, ciclismo e corrida) quando tinha 13 anos de idade e se tornou um triatleta profissional com apenas 16. Logo, descobriu sua paixão pelos pedais e resolveu focar suas atividades apenas em cima das duas rodas.
Competiu profissionalmente pela primeira vez na Clássica San Sebastian, quando amargurou a última colocação, em 1992. Mas a péssima estreia não o intimidou, e após partiipar de diversos torneios de ciclismo, iniciou sua ascensão em 1993. Desde então, conquistou vários títulos, incluindo etapas da Volta da França e chegou a ocupar o primeiro lugar do ranking mundial, quando foi convocado para integrar a equipe dos EUA nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996.
Sua carreira, porém, foi interrompida de forma chocante. Após sentir fortes dores na virilha e mal-estares, recebeu o diagnóstico: sofria de um câncer testicular maligno que já havia atingido pulmões e cérebro. Embora suas chances de cura fossem menores de 50%, o ciclista se mostrou determinado a lutar e iniciou um processo agressivo de quimioterapia. Aos poucos, conseguiu vencer a doença e `agradeceu´ inaugurando a Fundação Lance Armstrong, comprometido a ajudar outras vítimas de câncer. Mais tarde, definiu o episódio como "a melhor coisa que já lhe aconteceu?.
Em janeiro de 1997, o esportista conheceu Kristin Richard em um evento de caridade, com quem se casou e teve três filhos: Luke e as gêmeas Isabelle e Grace. O matrimônio durou cinco anos e, após a separação, Lance teve um breve envolvimento com a cantora Sheryl Crow.
Voltou a correr em 1998 e mostrou a todos sua total recuperação um ano depois, vencendo a Volta da França, competição de ciclismo mais importante e prestigiada do globo. Nos seis anos seguintes manteve uma seqüência impressionante e subiu no pódio em todas as provas, listando inéditos sete títulos consecutivos. Em 2005, anunciou sua aposentadoria a fim de dedicar-se somente a projetos sociais.
No ano de 2005, foi levantada pela imprensa francesa a primeira suspeita de que Armstrong teria feito uso de EPO, substância proibida, em 1999. Um ano depois, o ex-ciclista foi inocentado, mas a polêmica continuou. Em 2010 o americano Floyd Landis, que havia perdido o título da Volta da França de 2006 por exame positivo de testosterona, acusou Lance, ex-líder de sua equipe US Postal, de doping. A FDA abriu investigação e, posteriormente, contou com colaboração judicial no caso. O ex-esportista sofreu fortes críticas e foi apontado por outros ciclistas como Tyler Hamilton e George Hincapie, que diziam ter presenciado quando o mesmo fazia uso da droga. Após diversas acusações e polêmicas, a justiça americana abandonou o caso, prosseguido pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos). No mês de agosto de 2012, Armstrong desistiu de contestar as acusações.
Em outubro de 2012, a Usada enviou à UCI (União Ciclística Internacional) um relatório recheado de testemunhos e estudos, acusando Armstrong de ter organizado "o programa de doping mais sofisticado da história do esporte". Patrocinadores como a Nike, Annheuser-Busch e Trek romperam contrato com o ex-ciclista, que então abandonou a presidência da fundação Livestrong, na qual seguia com projeto contra o câncer. No dia 27 de outubro de 2012, a UCI pôs fim à "novela", determinando a retirada dos sete títulos do Tour e a devolução dos prêmios - cerca de 2,95 milhões de euros - à FFC (Federação Francesa de Ciclismo).
Entrevistado pela apresentadora americana Oprah Winfrey em janeiro de 2013, o ex-ciclista assumiu, finalmente, que usou o hormônio Eritropoietina em seus sete títulos da Volta da França: "à época, não via isso como trapaça (...). Me dopar era parte do trabalho". A Usada, porém, não considerou a confissão na TV e aguarda que a mesma seja feita sob juramento.
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