por Marcos Júnior Micheletti
É inegável que Gatti foi espalhafatoso, mas também um dos mais brilhantes de uma geração de goleiros argentinos, entre os maiores ídolos do Boca Juniors, defendendo a meta da equipe nas duas primeiras conquistas na Copa Libertadores da América, em 1977 (contra o Cruzeiro) e em 1978 diante o Deportivo Cali, da Colômbia.
Atualmente aposentado, residindo em Madrid (Espanha), Hugo Orlando Gatti é natural da cidade argentina de Carlos Tejedor, onde nasceu em 19 de agosto de 1944.
Em março de 2020, então com 75 anos, foi diagnosticado com covid-19, mas recuperou-se bem, após um período de hospitalização.
Gatti sempre jogou no futebol argentino, começando sua carreira no Atlanta, em 1962, passando depois pelo River Plate, Gimnasia y Esgrima La Plata, Unión Santa Fe e, por último, o Boca Juniors, onde chegou em 1976 e permaneceu até deixar os gramados, em 1988, aos 44 anos de idade.
DECLARAÇÃO POLÊMICA
Em 20 de novembro de 2022, dois dias após a Argentina ter conquistado a Copa do Mundo do Qatar, ao vencer a França nos pênaltis, Gatti deu uma declaração minimizando a importância de Messi, enaltecendo o francês Mbappé, segundo ele, melhor que o craque argentino.
“Messi foi relativamente bem, mas eu disse há 48 horas, para mim Mbappé é o melhor. E o do futuro. Então eu tenho que bancar os argentinos. Que o Louco é antiargentino. Porque falo verdades e é o que sinto e vejo”, disse Gatti, que ainda deu sua opinião sobre Pelé e Maradona.
"Primeiro, Pelé não é superado por ninguém, e aqui na Argentina Diego (Maradona) não é superado por ninguém", disse o ex-goleiro.
CAMISA DO SANTOS
Gatti, amigo do uruguaio Rodolfo Rodriguez, pediu uma camisa ao arqueiro, então defendendo o Santos, e jogou pelo Boca Juniors com a camisa do Santos Futebol Clube em três partidas, algo absolutamente impensável nos dias de hoje, isso em 1988, seu ano de despedida do futebol.
Gatti notabilizou-se por sua desenvoltura em deixar sua área e sair driblando, muitas vezes servindo seus companheiros até depois da linha do meio de campo. Sem contar que, em sua meta, na tarefa mais importante que cabe a um goleiro, por vezes interceptava a bola até com bicicletas. Além disso, demonstrava uma coragem impressionante quando um adversário ficava frente a frente com ele, esticando o corpo e abrindo os braços, fechando de maneira quase perfeita o ângulo. A irreverência pode ter uma explicação, pois Gatti era um grande admirador do pugilista Muhammad Ali.
Foram diversas as vezes em que ele intimidou os adversários com suas peripécias, mas sempre unindo esse jeito performático a uma qualidade técnica impecável.
O cabeludo Gatti sempre entrava em campo com uma faixa na cabeça e longas bermudas, e sua postura lhe rendeu o apelido de "El Loco Gatti", tendo sido o jogador profissional com mais atuações pela 1ª Divisão do Futebol Argentino, com 765 jogos.
MARADONA
Polêmico, Gatti tentou desestabilizar Maradona antes de um confronto contra o craque antes de um confronto entre o Boca (de Gatti) e o Argentino Juniors, então a equipe de Maradona. Gatti disse que Maradona era "um gordito que jogava bem".
A partida, realizada em 9 de novembro de 1980, terminou com vitória de 5 a 3 para o Argentino Juniors de Maradona, com quatro gols do craque na meta de Gatti...
Pela seleção argentina o sucesso não foi o mesmo. Fez parte do grupo que foi à Copa de 1966, na Inglaterra, tendo atuado em um único jogo e foi o goleiro durante toda a preparação para a Copa de 1978, esta em seu próprio pais, mas uma contusão o tirou da disputa, e Ubaldo Fillol acabou sendo o titular da equipe que venceu seu primeiro mundial.
ABAIXO, VÍDEO COM IMAGENS E LANCES DE HUGO GATTI
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