por Flávio Guimarães
O grande jornalista Flávio Guimarães morreu na madrugada de 12 de maio de 2019, aos 69 anos, em São Paulo.
Flávio Guimarães começou em Sorocaba-SP, em maio de 1968, na rádio Vanguarda, de Salomão Pavlovsky*. Estava em cartaz a revolução estudantil, no Brasil e no mundo. Em 13 de dezembro, o marechal Arthur da Costa e Silva promulgaria o AI-5. Tempos duros.
Na Vanguarda, foi repórter de campo, transmitiu desfiles de 7 de setembro, de carros antigos(!) e bailes em clubes sociais. Foi setorista político, redator de boletins informativos e o que mais fosse preciso.
Em 1970, mudou para a rádio Cacique, de Orlando Bismara*, "seo" Landico, pai de Décio e José Rubens Bismara. Atuou como produtor, programador, discotecário, locutor, redator, repórter, apresentador e radioator. As novelas no rádio ainda faziam sucesso.
Em meados de outubro de 1972, Flávio deixou a cidade natal. Em busca de oportunidades, passou por São Paulo. Levado pelo amigo Carlos Neto*, foi falar com Edson Guerra*, da rádio Record, ainda na Miruna, região de Congonhas. Tinha vaga só para folguista. Flávio não quis e desceu a Santos. Em 02 de novembro, começou na rádio Atlântica.
Ali também exerceu funções jornalísticas, em cadeia com a rádio A Tribuna, do grupo Roberto Santini, proprietário da Atlântica, na época.
Um convite, em 1975, levou o sorocabano para a rádio Cultura Santos/São Vicente.
Em julho 1977, veio a São Paulo trabalhar na Bandeirantes. Apresentou, de madrugada, o programa "Bandeirantes a caminho do sol".
Em janeiro de 1978, Flávio foi para a Excelsior, a Máquina do Som - na rua das Palmeiras - e virou DJ.
Um ano depois, voltou para o Morumbi a convite de Gualberto Curado*, que assumira a direção artística da emissora.
Nesse mesmo ano, em setembro de 1979, Guimarães estreou na TV Cultura como apresentador de telejornais, mas continuou na rádio Bandeirantes.
Na gestão de Curado, Flávio tornou-se apresentador popular. "Você comanda a Parada", criado pelo diretor, era transmitido de centros comerciais. Em alguns, havia shows musicais com ídolos daquela época.
Julgando incompatíveis as funções de radialista popular e apresentador de telejornais, em que a sobriedade (naqueles tempos) dava o tom, Flávio deixou a Bandeirantes para dedicar-se à TV.
Mas, em 1981, voltou para o rádio. Gilberto Pereira montou equipe na Gazeta e Flávio foi apresentar um programa jornalístico, de prestação de serviços, no fim de tarde. Seis meses após o início, na mudança da presidência da Fundação Cásper Líbero, a equipe inteira foi demitida.
Em 1982, Guimarães fez parte da reformulação da Eldorado FM. Depois de um ano, houve mudanças em relação ao projeto inicial. Uma delas, novo horário, não interessava e Flávio deixou a emissora.
Ainda em 1983, Flávio acumulou a função na TV com a de locutor noticiarista da rede Transamérica, até 1986, quando estreou uma nova programação. O FM passou a gritar.
Nesse ano, Hélio Ribeiro* voltou à Bandeirantes e Flávio foi chamado mais uma vez. Infelizmente, pouco depois, Hélio saiu para coordenar uma campanha política e não retornou à emissora de João Saad*.
Flávio Guimarães foi mantido e acumulou jornadas de trabalho com a Fundação Padre Anchieta onde também atuou na rádio Cultura AM, em 1987. No Morumbi, Guimarães apresentou o Jornal de Amanhã, As Mais Mais, o Jornal do Meio-dia e o Primeira Hora.
Em dezembro de 1990, prestes a completar 10 anos de casa, Flávio deixou a Fundação Padre Anchieta.
Em janeiro de 1991, a TV Bandeirantes produzia boletins especiais da Guerra no Golfo e, como colaborador, Flávio Guimarães apresentou diversas edições.
Mais ou menos nessa época, Marília Gabriela saiu da Band e Guimarães dividiu com Ferreira Martins a bancada do principal jornal da emissora. Em setembro de 1992, Flávio saiu da empresa.
Dois meses depois, o Clube da Voz, que reuniria locutores do setor publicitário, começou a ser articulado. Em abril de 1993, o projeto saiu do papel. Flávio foi um dos fundadores clube. Hoje, não é mais associado.
Em 2002, dez anos depois de sair da Bandeirantes, Flávio Guimarães voltou para o rádio, como jornalista, na Rede Transamérica, onde ficou até 2006, em diversos horários.
Flávio esteve também na Band News FM, em 2005. Na fase inaugural, trabalhou cerca de um ano durante a madrugada. Afazeres diurnos, horário noturno na, Transamérica, e madrugada ao vivo, na BandNews, pesaram. Em 2006, deixou as duas emissoras.
Entre 2007 e 2009 passou pela RiT TV, de RR Soares, onde foi redator, editor, entrevistador e apresentador de telejornais e programas jornalísticos.
Em abril de 2010, uma indisposição estomacal inexplicável levou à internação de Flávio Guimarães. De algo simples, o quadro evoluiu para uma infecção hospitalar gravíssima, causada pela superbactéria KPC. Operado duas vezes, desenganado pelos médicos, Flávio sobreviveu à batalha contra a morte. Reconhecido, agradece aos amigos, colegas e admiradores pela corrente de fé e esperança que o ajudaram à recuperar a saúde.
Após 34 anos em São Paulo e 43 anos de profissão,, Flávio Guimarães editou, de 12 de outubro de 2009 até 2019, um blog em que colocava ideias para discussão com a sociedade e colegas de profissão.
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