Ao lado de Ademir da Guia, Dudu formou um dos melhores meios-de-campo do país nos anos 60 e 70. Ele morreu na noite de 28 de junho de 2024, as 84 anos, vítima de uma infecção abdominal, após um mês de internação, por conta de uma fissua na bacia.
No dia seguinte ao óbito aconteceu a cerimônia de cremação, no Crematório da Vila Alpina, na zona leste da capital paulista.
Deixou a esposa Maria Helena, com quem teve três filhos: Glaucia, Marcelo e Suzana.
Ele era um marcador leal, mas não ficava só restrito ao combate, além de ter sido o pulmão alviverde, dono de uma grande inteligência para sair jogando.
Nascido no dia 7 de novembro de 1939, em Araraquara (SP), Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu, começou a carreira na Ferroviária e chegou ao Palmeiras em 1964. Sua estréia foi na derrota do Palmeiras para o Santos por 2 a 1, num sábado à noite no Pacaembu. Para o Santos marcaram Zito (no gol dos portões monumentais) e Peixinho (no gol da saudoso Concha Acústico - hoje, o famoso tobogã). Para o Palmeiras descontou Julinho Botelho (no gol dos portões monumentais). O jogo foi válido pelo Torneio Rio-São Paulo/Roberto Gomes Pedrosa.
Dudu vestiu a camisa do Verdão até 1975, fazendo parte das duas gloriosas acadamias da Sociedade Esportiva Palmeiras. As duas que, curiosamente, contavam com Ademir da Guia também.
O volante foi três vezes campeão paulista pelo Palmeiras (66, 72 e 74), duas vezes brasileiro (72 e 73), uma vez da Taça Brasil (67), uma vez do Robertão (67) e uma vez do Rio-São Paulo (65).
Embora fosse um dos melhores jogadores em sua posição nas décadas de 60 e 70, Dudu não foi muitas vezes convocados para a seleção brasileira. Vestiu a camisa canarinha por 13 vezes.
Encerrou a carreira de jogador em 1975 e logo em seguida começou a de técnico, comandando o time alviverde campeão paulista de 76 (título conquistado sobre o XV de Piracicaba, gol de Jorge Mendonça).
Chegou a trabalhar como treinador palmeirense em outras ocasiões. Dirigiu ainda a Ferroviária e a Desportiva (ES).
Números pelo Palmeiras
Como jogador palmeirense, entre os anos de 1964 e 1976, Dudu realizou 609 partidas (340 vitórias, 160 empaes e 109 derrotas) e marcou 25 gols. Como técnico do alviverde, Dudu comandou a equipe em 142 partidas (75 vitórias, 45 empates e 22 derrotas). Lembrando que o treinador teve três passagens pelo Verdão: de 1976 a 1977; 1981 e de 1990 a 1991). Os números de Dudu no Palmeiras estão no "Almanaque do Palmeiras", de Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti.
Elogios do sobrinho
Júnior, que também foi volante do Palmeiras e se tornou técnico, não esconde sua admiração pelo tio Dudu. "A gente sempre precisa se espelhar em pessoas como ele. Tenho a honra de procurar seguir o exemplo de meu tio, que é uma pessoa correta e que sempre se preocupou com todo mundo", contou Dorival Júnior, técnico finalista do Paulistão de 2007, pelo São Caetano, e que foi dirigir o Cruzeiro no Brasileirão do mesmo ano.
Dudu foi um dos 47 jogadores convocados, pelo técnico Vicente Feola, para o período de treinamento que visava conquistar a Copa da Inglaterra e, consequentemente, o tricampeonato mundial de futebol. Infelizmente deu tudo errado.
Os 47 jogadores convocados, devido a forte pressão dos dirigentes dos clubes, para o período de treinamento em Serra Negra-SP e Caxambu-MG como preparação para a Copa de 66, na Inglaterra, foram: Fábio – São Paulo, Gylmar – Santos, Manga – Botafogo, Ubirajara Mota – Bangu e Valdir – Palmeiras (goleiros); Carlos Alberto Torres – Santos, Djalma Santos – Palmeiras, Fidélis – Bangu, Murilo – Flamengo, Édson Cegonha – Corinthians, Paulo Henrique – Flamengo e Rildo – Botafogo (laterais); Altair – Fluminense, Bellini – São Paulo, Brito – Vasco, Ditão – Flamengo, Djalma Dias – Palmeiras, Fontana – Vasco, Leônidas – América/RJ, Orlando Peçanha – Santos e Roberto Dias – São Paulo (zagueiros); Denílson – Fluminense, Dino Sani – Corinthians, Dudu – Palmeiras, Edu – Santos, Fefeu – São Paulo, Gérson – Botafogo, Lima – Santos, Oldair – Vasco e Zito – Santos (apoiadores); Alcindo – Grêmio, Amarildo – Milan, Célio – Vasco, Flávio – Corinthians, Garrincha – Corinthians, Ivair – Portuguesa de Desportos, Jair da Costa – Inter de Milão, Jairzinho – Botafogo, Nado-Náutico, Parada – Botafogo, Paraná – São Paulo, Paulo Borges – Bangu, Pelé – Santos, Servílio – Palmeiras, Rinaldo – Palmeiras, Silva – Flamengo e Tostão – Cruzeiro (atacantes).
Dos 47 convocados por Vicente Feola, para esse infeliz período de treinamentos, acabaram viajando para a Inglaterra os seguintes 22 "sobreviventes": Gylmar e Manga (goleiros); Djalma Santos, Fidélis, Paulo Henrique e Rildo (laterais); Bellini, Altair, Brito e Orlando Peçanha (zagueiros); Denílson, Lima, Gérson e Zito (apoiadores); Garrincha, Edu, Alcindo, Pelé, Jairzinho, Silva, Tostão e Paraná (atacantes).
Abaixo, relembre o dia em que Ademir da Guia e Dudu deram um show de simpatia no Domingo Esportivo, da Rádio Bandeirantes, em 3 de setembro de 2017:
No dia 09 de setembro de 2018, Dudu participou do Domingo Esportivo Bandeirantes. Ouça a entrevista na íntegra:
No dia 17 de fevereiro de 2019, Dudu participou do Domingo Esportivo Bandeirantes. Neste dia ele foi homenageado pela diretoria da Ferroviária. O ex-zagueiro Luís Pereira também participa da entrevista. Confira a íntegra:
No dia 07 de abril de 2019, Dudu participou da homenagem do Domingo Esportivo Bandeirantes aos 77 anos de Ademir da Guia. Confira a íntegra da entrevista:
Abaixo, ouça a participação de Dudu no "Domingo Esportivo Bandeirantes do dia 9 de agosto de 2020:
Atuou em 609 jogos, sendo 340 vitórias, 160 empates e 109 derrotas. Marcou 25 gols. Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.