Boris Casoy

Primeiro âncora do telejornalismo brasileiro

por Marcos Júnior Micheletti

O jornalista criador de um dos mais emblemáticos jargões da televisão brasileira, o "isso é uma vergonha", foi apresentador da Band (âncora do Jornal da Noite) e, ao deixar a emissora do Morumbi, foi contratado pela Rede TV!, onde apresentou o RedeTV! News, até setembro de 2020. Em 27 de novembro de 2020 foi anunciado como novo contratado da TV Gazeta de São Paulo, para apresentar o "Jornal do Boris", de segunda a sexta-feira às 8h45.
 
Além do "isso é uma vergonha", outra frase criada por Boris Casoy e também muito utilizada por ele é a seguinte: "é preciso passar o Brasil a limpo".
 
Nascido em São Paulo no dia 13 de fevereiro de 1941, o rádio foi a forma que encontrou para minimizar os dissabores sofridos com a impossibilidade de andar durante parte de sua infância, após adquirir poliomielite.
 
Sua primeira experiência no jornalismo foi como narrador esportivo, aos 15 anos, antes portanto de ingressar em um curso universitário, no caso, Direito, que não chegou a concluir.
Após trabalhar como locutor na Rádio Eldorado, em São Paulo, Boris esteve ligado a setores do governo, primeiro como secretário de imprensa de Herbert Levy, depois secretário de agricultura do governo Abreu Sodré, assessor de imprensa do ministro da agricultura Luis Fernando Cirne Lima (governo Emilio Garrastazu Médici) e secretário de imprensa do prefeito paulistano José Carlos Figueiredo Ferraz.
 
O envolvimento com nomes da política do período da ditadura militar motivou a extinta revista "O Cruzeiro" a acusá-lo de participar do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), organização responsável por denúncias, sequestros e assassinatos aos militantes de esquerda, contrários ao regime militar.
 
Em 2010, o jornalista Paulo Henrique Amorim retomou a acusação de "O Cruzeiro" dizendo que Boris tinha fúria fascista. Boris processou Amorim, que teve de se retratar.
 
Seu primeiro trabalho em jornal foi na "Folha de São Paulo", onde em pouco tempo chegou a editor-chefe e diretor de redação, além de escrever uma coluna sobre os bastidores da política, chamada "Painel".
 
Na televisão, Boris teve sua primeira experiência na década de 60, na extinta TV Tupi, antes de se notabilizar no SBT como o primeiro âncora do telejornalismo brasileiro no TJ Brasil, passando além da leitura das notícias, mas, também as comentando.
 
Permaneceu no SBT de 1988 até 1997, sendo contratado pela Record para apresentar o "Jornal da Record" onde ficou até 2005, ocasião em que foi demitido.
 
Passou pela TV JB (apresentou o TJ Brasil) e em 2008 chegou à Rede Bandeirantes para ancorar o "Jornal da Noite", onde permaneceu até 2016. No mesmo ano, em setembro, assinou contrato com a RedeTV!
 
Polêmicas:
 
Em 1985, na campanha para a prefeitura de São Paulo, perguntou a Fernando Henrique Cardoso se este acreditava em Deus. Fernando Henrique não respondeu e disse que esse assunto, de antemão, teria sido combinado com o mediador para não ser levantado durante o debate com Jânio Quadros, que acabou vencendo a eleição.
 
Em 31 de dezembro de 2009, um comentário sobre o trabalho dos garis teve o áudio "vazado", indo ao ar. Nele, Boris além de ter proferido um palavrão, colocou os lixeiros como trabalhadores do "mais baixo da escala do trabalho".
 
No dia seguinte, Boris pediu desculpas, não apenas aos garis mas aos telespectadores do telejornal.
 
Em novembro de 2012 foi condenado a pagar 21 mil reais ao gari Francisco Gabriel de Lima, e em setembro de 2017 foi condenado a pagar 60 mil reais ao gari José Domingos de Melo, os dois que o processaram por conta do episódio de 2009.
 

ABAIXO, ENTREVISTA DE FIORI GIGLIOTI PARA BORIS CASOY NA TV RECORD, EM 20/02/2000, NO PROGRAMA "PASSANDO A LIMPO"

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