Sociedade Esportiva Tiradentes

Time do Piauí

Por João Antonio de Carvalho

A Sociedade Esportiva Tiradentes, o Tigre da PM, surgiu no dia 30 de junho de 1959, quando Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado do Piauí decidiram fundar o “Clube Tiradentes dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado do Piauí”.

Em 1966 o clube se filiou à Federação Piauiense de Desportos e passou a disputar competições amadoras. O sucesso foi tão grande que em 1972, o Coronel Canuto Tupy Caldas decidiu que o time iria disputar o Campeonato de Futebol Profissional.

Logo em seu primeiro ano conquistou o título piauiense, que viria a ganhar também em 1974, 1975, 1982 e 1990. Em 1973, pela primeira vez o futebol do estado iria disputar o Campeonato Brasileiro e a definição da vaga seria através de um Torneio Seletivo, entre River, Flamengo e Tiradentes.

Os jogos foram em ida e volta e deles, cinco terminaram empatados, apenas um time venceu, o Tiradentes, que marcou 2 a 1 no River e se tornou o pioneiro time do Piauí a disputar o Brasileirão.

E já em sua primeira participação conseguiu se classificar para a segunda fase, alcançando resultados como vitória de 1 a 0 sobre o Corinthians, gol de Caio Cambalhota, e empates contra Fluminense, Botafogo e Cruzeiro.

O time tinha jogadores como Murilo, Vicentinho, Tinteiro e Caio (ex-Flamengo), Carlos Alberto Garcia (ex-Corinthians) e Paraná (ex-São Paulo).

O Tiradentes ainda participou do Campeonato Brasileiro em 1974, 1975, 1979 e 1983. Outro resultado expressivo foi em 1975, quando venceu o Flamengo, por 3 a 2, com gols de Neinha, Leal e Roberval, e Luisinho e Zico descontando para o time carioca.

Em 1976 o departamento de futebol do clube foi fechado devido a uma tragédia. No dia 2 de junho, alguns jogadores estavam numa boate comemorando o nascimento da filha de Jorge Costa (ex-jogador do Ceará), quando Célio Rodrigues se desentendeu com uma mulher e a agrediu.

Ela correu na direção do corretor de automóveis Jacob Ferreira Lima e pediu ajuda. Jacob foi ao seu carro, pegou uma arma e na confusão foram atingidos o lateral Valdeci e o roupeiro Anastácio.

Outros jogadores partiram para cima do corretor, que tentou fugir, mas foi cercado e agredido a socos e pontapés. Ele ainda foi levado ao hospital mas não resistiu e acabou falecendo.

O escândalo teve repercussão nacional e o Estado Maior da Polícia Militar decidiu fechar o departamento de futebol. Os acusados do crime foram julgados mas nunca punidos, já que recorreram e o crime prescreveu.

Foram indiciados Mundinho (goleiro), Ivan Limeira (zagueiro), Jorge Costa (atacante), Erasmo (atacante), Ubirani (volante), Anacleto (massagista), Mano (motorista da Kombi do Tiradentes, que também estava no local), Mozart (atacante), Oliveira Piauí (atacante) e Cláudio (zagueiro).

O último jogo do time nesse período foi no dia 27 de maio de 1976, em uma derrota de 2 a 1 para o Comercial, com Sima marcando o gol do Tiradentes.

Em 1978 o futebol foi reativado e o Tiradentes voltou a disputar o Campeonato Estadual e até o Campeonato Brasileiro daquele ano. O time nunca mais voltou a brilhar como antes, mas ainda ganhou o título piauiense em 1982 e 1990.

O Tirandentes ainda foi do céu ao inferno no Brasileirão de 1983, quando no turno, venceu o Corinthians, de Sócrates e Casagrande, por 2 a 1, no Albertão, com gols de Sabará e Hélio Rocha. No returno, no Canindé, o Corinthians foi a forra, e ganhou por 10 a 1, na maior goleada da história de um Campeonato Brasileiro.

O clube manteve seu departamento de esportes até 1995, quando novamente deixou o futebol profissional, ficando apenas com categorias de base, e na sequência com uma equipe feminina.

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