Pires

Ex-meia do XV de Piracicaba, Palmeiras e Inter
José Roberto Pires, o Pires, ex-meio-campista do Palmeiras e do XV de Piracicaba, morreu na madrugada do dia 29 de agosto de 2020, aos 79 anos, no Hospital do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo. Pires lutava contra um tumor na vesícula. 
 
O ex-jogador morava na Parada Inglesa, bairro da zona norte da cidade de São Paulo, onde era aposentado pela Previdência Social. Nascido em 18 de maio de 1941, deixou quatro filhas e cinco netos (três meninos - Gabriel, Guilherme e Cristian - e duas meninas - Giovana e Vitória).

Como jogador do Verdão, atuou em apenas seis partidas (5 vitórias, uma derrota) e fez dois gols.

Abaixo, leia a nota publicada pelo Palmeiras em homenagem ao ex-jogador:

Morre em São Paulo meio-campista da Primeira Academia aos 79 anos

O Palmeiras lamenta o falecimento do ex-jogador José Roberto Pires, que defendeu o Verdão entre 1962 e 1965, no time que ficou conhecido como a Primeira Academia. Pires tinha 79 anos e faleceu às 03h20 do sábado (29), no Hospital do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, região onde residia.

Figura constante nas tradicionais festas de veteranos promovidas todos os anos pelo Palmeiras, o ex-meio-campista, lutava contra um tumor na vesícula e uma hérnia umbilical – o tumor, há cerca de um mês, evoluiu para um câncer: ele, então, foi internado na última terça-feira (25), mas não resistiu e teve sua vida acometida pela doença.

Com passagens por outros clubes como S.C. Internacional, XV de Piracicaba e Náutico, o ex-jogador deixa quatro filhas (Helaine, Ana Paula, Kelly Cristina e Katia Regina) e oito netos – uma das netas é Giovana Pires, eleita Miss Centenário do Verdão em 2014.

"Ele era a pessoa mais importante da minha vida. Dedico meu título a ele que sempre me ensinou o valor de ser palmeirense", declarou Giovana Pires, neta do ex-jogador e Miss Centenário do Alviverde em 2014.

"Eu vivo na Austrália hoje em dia. Faço faculdade aqui. As fronteiras estão fechadas e eu não tenho como sair daqui e, por isso, não pude me despedir pessoalmente", completou Giovana, abalada, por morar em outro país e não poder ter se despedido de seu avô em meio à pandemia.

O corpo de Pires foi velado na Salete no sábado (29) e será cremado neste domingo. Entretanto, não haverá cerimônia devido às medidas protetivas de distanciamento social da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Nome completo: José Roberto Pires

Nascimento: 18/05/1941

Falecimento: 29/08/2020


Abaixo, leia a homenagem de Valdir Borges, sobre a carreira de José Roberto Pires nos gramados brasileiros.

"Aos 16 anos, Pires sagrou-se campeão amador pela equipe do Ararense de Araras-SP, despertando então o interesse dos dirigentes do Comercial, da capital. No ano de 1957, assinou o seu primeiro contrato profissional por essa equipe.

No ano seguinte, ano do serviço militar, defendeu a equipe do Hepacaré de Lorena, ocasião em que num jogo no Rio de Janeiro contra o Madureira, destacou-se por ter feito quatro gols, sendo um deles de bicicleta. O curioso é que no estádio havia muito poucos torcedores assistindo o jogo, porém entre eles encontrava-se o cunhado do técnico Armando Renganeschi, que era um observador de novos jogadores.

Não deu outra. Pires foi contratado no ano de 1959 pelo Palmeiras a pedido de Renganeschi, juntando-se as feras já consagradas, como Valdir de Moraes, Djalma Santos, Waldemar Carabina, Zequinha, Chinesinho, Vavá, Julinho e outros.

Em 1960 disputou o campeonato de aspirantes pelo Palmeiras, e nesta oportunidade foi emprestado para o Taubaté juntamente com Fernando, Fescina (Jose Carlos) e Jovan.
Em 1961, houve um caso interessante. O Palmeiras precisava construir o atual Jardim Suspenso e, necessitando de um local para treinar, buscou a Diretoria do Nacional oferecendo nove jogadores do seu elenco aspirante em troca do aluguel do campo.

Nesta época o treinador do Nacional era Alfredo Ramos e dos nove se interessou somente pelo Pires, que depois de muitas conversas acertou sua ida para equipe do Nacional, ajudando o Palmeiras a obter um campo para treinamento.

Em 1962, ao retornar ao Verdão, logo despertou atenção dos dirigentes do Internacional de Porto Alegre-RS, que o levaram por empréstimo, pois o Palmeiras não abria mão da venda do seu passe.

Em 1964, o Palmeiras emprestou Pires para o XV de Novembro de Piracicaba, tentando ajudar o clube Nho Quin a não ser rebaixado. Chegou ao XV juntamente com Nondas e Pescuma, integrando o elenco que contava com jogadores como Nino, Neguito, Kiki, Ladeira , Cabrita, Dorival, entre outros.

Em 1965, o Palmeiras cedeu seu passe para o Náutico de Recife, sendo neste ano, tricampeão com Lula, Gena, Ivan, Nado, Lala, Bita, Nino, Clóvis e outros.

Voltando em 1966 para o Palmeiras, o Internacional de Porto Alegre-RS procurou-o novamente para contratá-lo. No entanto, após disputar algumas partidas pelo Inter, o diretor da equipe gaúcha, o Sr.Arthur Dallegrave, procurou Ferrugio Sandoli e Arnaldo Tirone (diretores do Palmeiras) para contratá-lo em definitivo, sendo que recebeu de resposta a seguinte afirmação."Definitivo não".

Em 1967, procurado por dois empresários do Atlético Mineiro, firmaram contrato com Pires, adquirindo seu passe em definitivo ao Palmeiras. Como não podia ser inscrito no Campeonato que se encontrava em andamento, atuou amistosamente pelo Renascença contra o Uberlândia, fraturando a perna neste jogo.

Em seu retorno ao futebol, numa fatalidade de jogo, acabou perdendo uma vista, após uma cabeçada em um dos olhos, que ocasionou o descolamento da retina (mesmo problema que o craque Tostão foi vítima). Após o ocorrido, encerrou precocemente a carreira, aos 26 anos.

Apesar de interromper a carreira muito cedo, Pires orgulhava-se de ter jogado em grandes clubes e obtido vários títulos. Tinha orgulho de ter jogado ainda numa época de muitos craques. Na "era Pelé". Como lembrança, guardava com carinho um acervo grande de recortes de jornais e fotos, bem como o "Almanaque do Palmeiras" (de Celso Dario Unzelte), onde seu nome consta entre os atletas que contribuíram para a grandeza do clube, enchendo de orgulho todos os seus familiares e muito mais os seus netos."

Confira abaixo a relação dos times por onde passou o meio-campista Pires:

1957 ? 1º Contrato Profissional ? Comercial da capital
1958 - Hepacaré de Lorena ( Serviço do Exercito)
1959 ? S.E Palmeiras ? Técnico Armando Reganeschi
1960 - Taubaté
1961 ? Nacional A.C ? Emprestado em troca da cessão do campo do Nacional para o Palmeiras por ocasião da construção do Jardim Suspenso.
1962 ? Internacional (RS)
1963 ? Palmeiras
1964 ? XV de Piracicaba - Emprestado
1965 ? Náutico ? Campeão - Emprestado
1966 ? Internacional (RS) e Palmeiras
1967 ? Renascença de MG ? onde encerrou a carreira após fraturar a perna.
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Pelo Palmeiras:

Atuou em seis jogos, sendo 5 vitórias e uma derrota. Marcou 2 gols.
Fonte: Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti.

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