Píndaro Possidente Marconi, o Píndaro, morreu no Hospital Evangélico, na zona norte do Rio de Janeiro, no dia 7 de agosto de 2008, vítima de falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi cremado.
Antes de ser internado, ele vivia com a família no bairro carioca da Gávea. Seus dois maiores amigos no futebol eram Pinheiro e Telê Santana. "O Magro era como um irmão para mim. Sempre nos demos bem em campo e fora dele. Telê brincava comigo dizendo que se não fosse ele me ajudando na marcação eu levaria baile. Eu retrucava dizendo que ele só não apanhava da zagueirada lá na frente porque todos tinham medo do revide", lembrava Píndaro.
Nascido na cidade de Santo Antônio de Pádua (RJ), no dia 12 de março de 1925, o ex-lateral e zagueiro começou sua carreira no Paduano, de sua cidade natal, e suas atuações logo o levaram à Seleção do Estado do Rio de Janeiro (que na época não incluía a capital, então Distrito Federal).
Píndaro chegou ao Fluminense aos 20 anos, em 1945, firmando-se como titular absoluto em 1947. Disputou 258 jogos com a camisa do Tricolor e conquistou o Torneio Municipal de 1948, o Campeonato Carioca de 1951 e a Copa Rio de 1952.
Possuía muita técnica e jogava duro, mas sempre com lealdade. Tanto que, por nunca ter sido expulso em sua brilhante carreira, recebeu o prêmio Belfort Duarte.
Píndaro foi o capitão do tricolor entre 1948 e 1955, mesmo atuando ao lado de grandes nomes como Castilho, Pinheiro, Telê e Didi, devido ao grande respeito que todas essas feras tinham por ele.
Foi convocado para a disputa da Copa do Mundo de 1950, mas durante os treinamentos desentendeu-se com o técnico Flávio Costa, e pediu dispensa da seleção. "O Flávio era uma pessoa muito difícil, e achava que podia tudo. Comigo não funcionava assim. Sempre respeitei a todos e exigia o mesmo respeito para comigo. Percebi que ali não era a minha área e decidi deixar o caminho livre para ele. E nunca me arrependi disso. Mas foi uma pena aquela seleção não conseguir o título", lamenta o ex-jogador.
Ao deixar os gramados, aos 31 anos de idade, Píndaro seguiu a tradição de sua família e comprou uma farmácia. "Meu pai dizia que -em casa de homem bão, quem não trabalha não tem pão -, e me colocou desde cedo na farmácia que possuía em Santo Antônio de Pádua. Meus cinco irmãos também tiveram suas farmácias. Assim, quando parei, comprei a minha também."
Posteriormente, o ex-zagueiro foi diretor de todas as categorias de base do Fluminense. Pelas suas mãos passaram jovens como Abel Braga, Edinho, Rubens Galaxie, Pintinho, Kléber e muitos outros, que depois brilharam com a camisa tricolor.
Humilde, Píndaro brincava com a fama do grande trio final do qual fazia parte: "Ficamos muito conhecido pela insistência e não pela eficiência." Mas logo depois se rendia à verdade: "O Monstro (Castilho) era demais. Eu e o Pinheiro também não ficávamos devendo. O entrosamento era tanto que podíamos jogar por correspondência.", relembrava com carinho.
Quem nos enviou as informações, o texto e as fotos (veja a galeria de fotos de Píndaro), foi o pesquisador carioca Sergio Trigo, residente do bairro do Leme-RJ, e especializado na história do Fluminense. Muito obrigado, Sergio!
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da final, disputada no Maracanã. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados do primeiro jogo da final. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da quinta partida disputada pelo time carioca. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da quarta partida disputada pelo time carioca. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da terceira partida disputada pelo time carioca. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da segunda partida disputada pelo clube carioca, no Maracanã. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
No ano em que o Tricolor das Laranjeiras se sagrou campeão do torneio mundial, Didi estava entre os titulares. Veja no card oficial dados da partida de estreia, no Maracanã. Imagem: Reprodução arquivo Alexandre Praetzel
Antes da partida entre Madureira e Fluminense. A foto é do livro "Vai dar Zebra", de José Rezende Raymundo Quadros
Bela foto de Píndaro com a camisa do Tricolor Carioca.
Em pé (da esq. para a direita): Píndaro, Jair Santana, Adalberto, Édson, Duque e Bigode. Agachados: Telê Santna, Robson, Vilalobos, João Carlos e Escurinho;.
Em pé: Píndaro, Édson, Jair Santana, Bigode, Castilho e Pinheiro. Agachados: Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Marinho, Didi e Róbson
Uma das formações do timaço que o Fluminense montou nos anos 50. Em pé: Píndaro, Jair Santana, Édson, Pinheiro, Castilho e Bigode. Agachados: mestre Telê Santana, o peruano Villalobos, Marinho, Róbson e Quincas
Uma das últimas imagens do grande zagueiro do Flu, falecido em 7 de agosto de 2008
Fluminense campeão da Copa Rio 1952. Em pé: Píndaro, Edson, Jair Santana, Bigode, Castilho e Pinheiro. Agachados: Telê, Orlando Pingo de Ouro, Marinho, Didi e Robson.
Fluminense em 1953. Em pé: Píndaro, Edson, Jair, Castilho, Pinheiro e Bigode. Agachados: Telê, Didi, Marinho, Orlando e Quincas. A foto é da Revista Esporte Ilustrado, 800, de 1953
Capa da Revista Esporte Ilustrado de 1951, Castilho, Píndaro e Pinheiro, do Fluminense
Time do Fluminense que estreou na Copa Montevidéu, no empate por 1 a 1 com o Austria Wien, de Viena, em 1953. Da esquerda para a direita, em pé: Píndaro, Jair, Edson, Bigode, Castilho e Duque. Agachados: Telê Santana, Orlando, Villalobos, Didi e Quincas. Foto: Reprodução/Revista Esporte Ilustrado