Por Thiago Tufano SilvaO banqueiro Paulo Amaral Vasconcelos (Pindorama-SP, 14 de janeiro de 1936), foi presidente do São Paulo Futebol Clube de 2000 a 2002 e é conselheiro vitalício do Tricolor paulista.
Sócio do clube do Morumbi desde 1988, Paulo Amaral teve como principais feitos de sua gestão o título paulista de 2000, do Rio-São Paulo de 2001 e também a revelação de Kaká. Ele também foi diretor financeiro do Tricolor por sete anos.
No dia 16 de outubro de 2013, o portal UOL publicou a seguinte entrevista com Paulo Amaral, realizada pelo repórter Guilherme Palenzuela
Ex-presidente que contestou proposta do Arsenal pede Ceni longe de pênaltisPaulo Amaral foi presidente do São Paulo entre 2001 e 2002. Sua gestão ficou marcada pelo surgimento de Kaká, pela conquista do torneio Rio-São Paulo e pelo maior atrito da história da carreira do goleiro Rogério Ceni. Em 2001, o ex-presidente contestou a veracidade de uma proposta do Arsenal (ING) por Ceni, levada pelo atleta à diretoria e comprou briga. Na noite desta terça-feira, Amaral reapareceu, disse não querer reviver o episódio, falou que não se arrepende, mas pediu que Ceni se afaste das cobranças de pênaltis.
"Como batedor de pênaltis, não [deveria continuar]. Quando você errou três pênaltis, você está sob pressão para bater o quarto. Essa pressão ficou para ele e depois de três cobranças ele não estava com confiança. É uma responsabilidade muito grande", afirmou o ex-presidente, em conversa durante evento de lançamento de campanha do candidato à presidência pela oposição, Kalil Rocha Abdalla - aliado de Marco Aurélio Cunha - que ele apoiará.
Na ocasião, em julho de 2001, Ceni levou à diretoria uma proposta do Arsenal, de US$ 4 milhões, por sua contratação. O documento que continha a oferta havia sido apresentado em texto timbrado pela Tango Sports e Marketing, de propriedade de Álvaro Reis Cerdeira, e citava o empresário Arion Bueno Oliveira Júnior como autor da proposta. Oliveira Júnior, depois, disse tratar-se de apenas uma sondagem. Cerdeira, no entanto, manteve que o agente havia enviado uma proposta oficial em nome do clube inglês.
Depois da proposta, Ceni disse que tinha acertado com a diretoria do São Paulo acordo para ter um aumento salarial, e afirmou que isso não estava sendo cumprido. Paulo Amaral contestou a veracidade da proposta e chegou a mostrar um fax que, segundo ele, havia sido enviado por David Dein, então diretor do Arsenal, no qual negava a oferta financeira para contratar o goleiro. Rogério se revoltou, afirmou que Amaral teve tom agressivo nas conversas, o desrespeitou. Ceni ameaçou deixar o São Paulo.
Hoje, Amaral evita falar sobre o desentendimento de 2001: "Quanto ao episódio meu com o Rogério Ceni, é um episódio que pertenceu ao passado. Eu não pretendo revivê-lo. Nunca mais tive contato com ele. Não houve reconciliação porque durante o período entre 2001 e 2002 tivemos uma relação simplesmente profissional", afirma. Mesmo assim, diz que não se arrepende das decisões tomadas na ocasião. "Absolutamente. Não me arrependo de nada", completa.
Questionado sobre a veracidade da proposta do Arsenal, à época, Amaral novamente se esquivou. "Já falei, não quero voltar a esse assunto. Não quero, não quero reviver porque é um assunto doloroso que envolve um atleta muito considerado pelo clube", disse o ex-presidente.
Em 2013, pela segunda vez Rogério Ceni teve um atrito público com a diretoria. Desta vez, com o ex-diretor de futebol Adalberto Baptista, que disse que todos viam que o goleiro vivia má fase com a bola nos pés e, mais tarde, que ele se colocou acima da instituição. Um dia antes Rogério Ceni havia dito que o São Paulo parou no tempo, após ser derrotado pelo rival Corinthians na Recopa Sul-Americana. Paulo Amaral afirma que Adalberto Baptista não cometeu um erro, mas diz não concordar com o ex-diretor de futebol.
"Não, não vou dizer que o Adalberto cometeu um erro. Absolutamente. Adalberto é um empresário de respeito e não acho que ele cometeu um erro. Foi uma atitude que ele tomou. Eu não concordo", acrescentou Amaral.
O candidato à presidência apoiado por Amaral, Kalil Rocha Abdalla, também disse que Ceni deveria se afastar das cobranças de pênaltis. Kalil disse, aos risos e em tom mais jocoso, que gostaria de trabalhar com o goleiro em 2014, mas longe dos pênaltis. "Ele deve se aposentar como batedor de pênaltis. Como jogador, não sei. Pênalti você chuta no alto e com força. Pode errar, mas tem de chutar alto e com força. Ou no meio. Goleiro pula para um lado ou para o outro, então no meio o gol sempre está vazio", falou o candidato.
Aos 40 anos, Rogério Ceni deverá se aposentar ao término da atual temporada. O maior ídolo da história do São Paulo vive bom momento debaixo das traves, tem feito partidas sólidas, mas perdeu as últimas quatro cobranças de pênaltis que tentou ? três pelo Brasileirão. A última aconteceu no último domingo, no clássico contra o Corinthians, no Morumbi, que acabou em empate por 0 a 0.