Grande símbolo do Internacional e do Corinthians nos anos 50 e 60, o ex-lateral-esquerdo e zagueiro Valdemar Rodrigues Martins, o Oreco,morreu no dia 3 de abril de 1985, na cidade paulista de Ituverava. Ele disputava uma partida de masters e se sentiu mal, tendo um infarto fulminante.
A morte de Oreco foi semelhante a de Fontana (ex-zagueiro do Vasco, Cruzeiro e seleção brasileira de 1970), que morreu no dia 10 de setembro de 1980, em Vitória (ES).
Susto parecido passou o ex-zagueiro corintiano Luís Carlos Galter, em 2005, também durante jogo de veteranos.
Luís Carlos foi salvo por desfibrilador, que estava à beira do gramado.
Nascido no dia 13 de junho de 1932 em Santa Maria-RS, Oreco foi considerado um dos melhores jogadores da história do Internacional e pelo time do Parque São Jorge fez 408 jogos (222 vitórias, 89 empates, 97 derrotas, três gols a favor e um gol contra - números do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte).
A única coisa que faltou para Oreco no Corinthians foi um título, já que o Timão começava a viver momentos dificeis e estava na fila.
No Internacional, em compensação, o ex-lateral venceu cinco vezes o Campeonato Gaúcho: 1950, 1951, 1952, 1953 e 1955. Em 1956, o atleta conquistou ao lado de outros 10 colorados o Pan-Americano no México. No seguinte, seguiu para o Parque São Jorge, onde ficou até 1965.
Oreco defendeu ainda o Milionários-COL, Toluca-MEX e Dallas Tornados-EUA, onde encerrou a carreira em 1971. A maior glória da carreira foi a conquista da Copa do Mundo de 1958. Entretanto, na reserva de Nílton Santos, a lenda corintiana e colorada sequer entrou em campo na Suécia.
Panamericano de 1956
Oreco fez parte da Seleção Brasileira, formada por um combinado de jogadores gaúchos, que conquistou o título do campeonato panamericano de 1956, disputado no México. Aquele time revelou craques para o futebol "tupiniquim", como o goleiro Valdir Joaquim de Moraes, o zagueiro Oreco (campeão do Mundo em 1958), o meio-campista Ênio Andrade e o atacante Chinesinho entre outros.
A equipe verde-e-amarela teve como principal adversária na competição, a Argentina do técnico Guilhermo Stábile. Stábile, que como jogador fez muito sucesso, pois foi vice-campeão do mundo na Copa do Mundo de 1930, além de ter sido o artilheiro da competição. Como técnico, fez valer sua competência, pois dirigiu o selecionado portenho em oito campeonatos sul-americanos, tendo conquistado seis títulos. O grande destaque dos "hermanos? na competição foi o atacante Sivori, revelado pelo River Plate, que posteriormente foi para a Juventus de Turim e quase virou um "mito".
A Taça da conquista do campeonato Panamericano de 1956 não faz mais parte do acervo da Confederação Brasileira de Futebol. O troféu foi roubado junto com a taça Jules Rimet, segundo inquérito aberto pela polícia carioca, as "relíquias? foram derretidas.
Veja a campanha do Brasil no Campeonato Panamericano de futebol de 1956. Antes, a equipe nacional disputou um torneio classificatório.
24/1/1956 Brasil 1x4 Chile Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Sul-Americano Local: Estádio Centenário Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: C. de Nicola (Paraguai) Técnico: Osvaldo Brandão Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro Oliveira e Alfredo Ramos; Zito e Julião; Maurinho (Nestor), Del Vecchio (Baltazar), Álvaro, Jair da Rosa Pinto e Canhoteiro. Gol: Maurinho. 29/1/1956 Brasil 0x0 Paraguai Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Sul-Americano Local: Estádio Centenário Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: S. Bustamante (Chile) Técnico: Osvaldo Brandão Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor, Álvaro, Del Vecchio (Baltazar), Jair da Rosa Pinto (Luizinho) e Maurinho. 1/2/1956 Brasil 2x1 Peru Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Sul-Americano Local: Estádio Centenário Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai) Técnico: Osvaldo Brandão Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Nestor (Maurinho), Álvaro (Zezinho), Baltazar, Luizinho e Canhoteiro. Gols: Álvaro e Zezinho. 5/2/1956 Brasil 1x0 Argentina Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Sul-Americano Local: Estádio Centenário Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: W. Rodriguez (Uruguai) Técnico: Osvaldo Brandão Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Luizinho, Del Vecchio (Álvaro), Zezinho e Canhoteiro. Gol: Luizinho. 10/2/1956 Brasil 0x0 Uruguai Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Sul-Americano Local: Estádio Centenário Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: J. Brozzi (Argentina) Técnico: Osvaldo Brandão Brasil: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi e Alfredo Ramos; Formiga e Roberto Belangero; Maurinho, Del Vecchio (Baltazar), Zezinho, Luizinho e Canhoteiro.
1/3/1956
Brasil 2x1 Chile Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Pan-Americano Local: Estádio Olímpico Cidade: Cidade do México (México) Árbitro: A. Rossi (Argentina) Técnico: Teté Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul. Gols: Luizinho RS e Raul. 6/3/1956 Brasil 1x0 Peru Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Pan-Americano Local: Estádio Olímpico Cidade: Cidade do México (México) Árbitro: A. Rossi (Argentina) Técnico: Teté Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Raul. Gol: Larry. 8/3/1956 Brasil 2x1 México Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Pan-Americano Local: Estádio Olímpico Cidade: Cidade do México (México) Árbitro: C. Vicuña (Chile) Técnico: Teté Brasil: Sérgio, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Figueiró; Luizinho RS, Bodinho, Larry (Juarez), Ênio Andrade e Raul (Chinesinho). Gols: Bodinho e Bravo (contra). 13/3/1956 Brasil 7x1 Costa Rica Tipo: Oficial de competição Competição: Campeonato Pan-Americano Local: Estádio Olímpico Cidade: Cidade do México (México) Árbitro: C. Vicuña (Chile) Técnico: Teté Brasil: Valdir, Florindo e Duarte; Odorico, Oreco e Ênio Rodrigues (Figueiró); Luizinho RS, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinesinho. Gols: Bodinho, Chinesinho (3) e Larry (3). Brasil 2 x 2 Argentina Data: 18 de março de 1956 Campeonato Pan-Americano Local: Estádio Universitário da Cidade do México Público: 50.000 pagantes Árbitro: Claudio Vicuña Larrain (Chile) Gols: Chinesinho 25min, José Yudica 36min, Ênio Andrade 58min e Enrique Sivori Brasil: Valdir (Renner); Florindo (Internacional), Figueró (Grêmio)- Duarte (Internacional),Odorico (Internacional) e Oreco (Internacional);Ênio Rodrigues (Grêmio), Ênio Andrade (Renner-RS);Luizinho (Internacional), Bodinho (Internacional), Larry (Internacional) e Chinesinho (Internacional) Técnico: José Francisco Duarte Júnior, o "Teté". Argentina: Antônio Dominguez; Luis Cardoso, Juan Filgueiras; Nicolas Daponte, Héctor Guidi, Natalio Sivo; Luis Pentrelli, Francisco Loiácono (Oscar Di Stéfano), Benito Cejas, Enrique Sivori e José Yudica. Técnico: Guilhermo Stábile.
Foi campeão mundial de 1958, na Copa da Suécia. Ao todo, Oreco fez 11 jogos pelo Brasil (oito vitórias, dois empates e uma derrota), segundo números do livro "Seleção Brasileira 90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.
Pelo Corinthians:
Oreco fez 408 jogos (222 vitórias, 89 empates, 97 derrotas, três gols a favor e um gol contra - números do "Almanaque do Corinthians", de Celso Unzelte).