por Rogério Micheletti
Julimar, o Julimar José Francisco, lateral-esquerdo e quarto-zagueiro da Ferroviária, Guarani, Paysandu e Figueirense, hoje mora em Araraquara (SP), no bairro Parque dos Sabiás. Casado com Cleusa, pai de três filhos (uma menina e dois meninos), Julimar é dono da Escolinha de Futebol "Toque Inicial", no bairro de Pitanguinha, no campo do Benfica.
"Penso em ser técnico de futebol. Mas quero começar nas categorias de base, ganhar experiência e depois ter chance no profissional", comenta o ex-lateral, que nasceu em Catanduva (SP) no dia 1º de janeiro de 1968 e que deu os primeiros passos no futebol nas categorias de base da Ferroviária.
"Cheguei na Ferroviária. Joguei ao lado do Donato (meio-campista) e do Dama (zagueiro que depois atuou no Corinthians) nas categorias de base. O meu primeiro treinador foi o Bazani. No profissional, o meu primeiro técnico foi o Sérgio Clérice?, conta.
No time de Araraquara, Julimar teve experientes jogadores como companheiros de equipe. "Joguei na Ferroviária até 1990. O Adil (ponta-esquerda), o Narciso (goleiro), o Vonei (atacante), o Edelvan (ponta que atuou no Santos) foram alguns jogadores que atuaram comigo nesse período", lembra.
Em 1991 apareceu a oportunidade de defender o Guarani. À época, o Bugre contratou vários jogadores da Ferroviária. Além de Julimar, o time de Campinas trouxe o goleiro Narciso, o meia Vanderlei, o atacante Vonei e o meio-campista Gilmar.
Julimar conta que chegou no Guarani com fama de ser um jogador violento, mas isso acabou quando ele foi comandado por Vanderlei Luxemburgo. "Eu chegava muito forte nos adversários e o Luxemburgo me educou na marcação. Sempre foi um treinador contra a violência. Esse negócio de que o Luxemburgo manda os zagueiros bater (como falou o atacante Leandro, do São Paulo) é conversa. É algo para dar polêmica", afirma o ex-defensor.
Depois de dois anos no Brinco de Ouro da Princesa, Julimar deixou o Guarani e seguiu para Belém, do Pará. Lá, ele fez parte do time do Paysandu, que tinha o lateral-direito Jura, o meia Cacaio, o volante Valdeir, o goleiro Martorelli e o lateral Édson Boaro e que foi campeão paraense de 1992.
Em 1993 seguiu para São José do Rio Preto, onde defendeu o América. No ano seguinte já estava de volta à Ferroviária para ajudar a equipe a ser vice-campeã brasileira da Série C. "Foi uma campanha muito boa da Ferroviária, que tinha também outros jogadores experientes, entre eles o Marquinhos Capixaba (lateral)", fala.
Indicado pelo técnico Waldir Peres (ex-goleiro do São Paulo), Julimar foi contratado pelo União de Mogi das Cruzes em 1995. No ano seguinte, ele defendeu o Figueirense (campeão da Copa Santa Catarina, que equivale ao segundo turno estadual).
Após dois anos no Figueira, Julimar voltou mais uma vez ao antigo lar: Araraquara. Defendeu a Ferroviária no Campeonato Paulista da Série A-3 e aceitou um convite para jogar no futebol da Guatemala, no Deportivo Xelajú. "Foi uma experiência diferente. O povo da Guatemala não é muito fanático por futebol, mas mesmo assim valeu", diz Julimar, que não era o único brasileiro na equipe do Deportivo. "O Luís Carlos Oliveira, meia que teve rápida passagem pelo Santos e jogou lá ao lado do César Sampaio, também estava na equipe", completa.
O ex-lateral e zagueiro retornou ao Brasil em 2000 para jogar no Nacional de Rolândia. No ano seguinte foi contratado pelo Mixto de Cuiabá e ainda em 2001 encerrou a carreira. "Já estava cansado de ficar distante da família e apareceu a oportunidade de trabalhar na escolinha de futebol "Chute Inicial", que antigamente pertencia ao Corinthians.
Amigos no futebol
Um dos melhores amigos que Julimar fez no futebol foi o ex-ponta Adil, com quem atuou na Ferroviária. "Até hoje falo com o Adil, que é uma grande pessoa. Ele ainda se recupera do acidente de carro. Torço muito por ele", fala Julimar, que também tem grande amizade com o ex-meia Donato.
Com Luxa e com Leão
Nos tempos de Guarani, Julimar foi comandado por dois treinadores de ponta do futebol brasileiro: Leão e Luxemburgo. O ex-lateral afirma que não teve tempo de analisar o técnico Emerson Leão, mas que aprendeu muito com Luxemburgo. "O Leão teve uma passagem muito rápida pelo Guarani. Já o Luxemburgo ficou mais tempo. Ele taticamente é um técnico que faz a diferença. Não é à toa que tem tanto sucesso", elogia.
O menino Sony Anderson
Também no Bugre, Julimar conheceu o novato atacante Anderson, que já tinha passado pelo XV de Jaú e Vasco da Gama e mais tarde se tornaria o consagrado Sony Anderson. "Ele era um menino muito bacana, simples. Espero que tenha ficado igual", diz Julimar.
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